CAPÍTULO 8

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LUNA MUNÕZ

O dia foi extremamente agradável. O meu pai se divertiu bastante, assim como todos nós. Adan foi embora, pois não retornou. Ao contrário do pai dele que sempre estava se aproximando e tentando manter um diálogo com o meu pai. 

Retornamos para casa no fim do dia, sigo para o meu quarto e tomo um banho relaxante. Exausta, depois de um dia cansativo, optei por pijamas e ficar lendo um bom livro antes de dormir. Me deito na cama, escolhendo um livro de romance e começando a leitura. 

Batidas na porta me chamam a atenção. Autorizo a entrada e percebo que é a minha mãe. Ela também está pronta para descansar, usando um robe de seda e cabelos amarrados. Sorriu ao vê-la e me sento, ficando com as costas encostadas na cabeceira da cama.

— Desculpe-me por atrapalhar a sua leitura, filha.— ela se aproxima e sentou ao meu lado. 

— Você nunca me atrapalha, mãe. 

Ela sorri e acaricia o meu braço, as nossas mãos se unem e recebo o carinho que tanto fez falta. Ela me olha atentamente e percebo que deseja falar algo. 

— Está tudo bem? Tive a impressão que você ficou muito pensativa em alguns momentos. — ela supõe. 

— Está tudo bem, mamãe. Eu estou me dedicando a faculdade e por alguns momentos, reflito sobre todos os afazeres pendentes. 

Tento passar sinceridade, mas me sinto mal por mentir para ela. Na verdade, não estou mentindo, mas sim… omitindo. Não vejo necessidade de falar sobre Adan, já que tudo que aconteceu não significa nada para mim. 

— Você está… apaixonada?— ela me perguntou sendo direta. 

— O quê? Eu? Por que pergunta isso agora?— fiquei nervosa, me remexendo no colchão. 

— Eu ficava assim quando estava me apaixonando pelo seu pai. Pensava muitas vezes se o que eu estava sentindo era certo. O começo do nosso relacionamento foi um pouco… diferente. 

Ouvi atentamente e percebi que adoro quando a minha mãe conta histórias sobre o passado dos dois. O amor que eles construíram é algo realmente inabalável. 

— Na verdade, eu conheci um garoto. Mas não existiu nada, aconteceu apenas um beijo. Ele é muito diferente, em vários sentidos.  Não quero me apaixonar, pois desejo apenas concluir a minha faculdade e focar no futuro.— desabafei. 

— Eu dizia o mesmo quando descobri que estava grávida de trigêmeos.— minha mãe gargalhou. 

A risada é contagiante e também gargalhei. A minha mãe controla a risada pouco a pouco e segura em minha mão, ela olha para os meus dedos enquanto acaricia e olho atentamente para o carinho maternal. 

— Vocês cresceram, se tornaram adultos incríveis. Acho que sempre tentaram nos dar tanto orgulho que esqueceram de viver. É claro que todas as escolhas exigem responsabilidade, mas não seja tão cauculista, viva intesamente. Quando algo não da certo, podemos partir para outra. O que acontece de bom é acrescentado em nossas vidas e o que acontece de ruim, é apredizado. 

Ela toca o meu rosto e aproveito para beijar a palma da mão da minha mãe. Entendi perfeitamente o que ela quis dizer. É justamente por conta desses ensinamentos que nós continuamos como uma família unida, e não há dinheiro nenhum que pague por isso. 

— Preciso voltar, o seu pai tem o hábito de me procurar na cama.— ela sorri e fica de pé. 

Observo a minha mãe sair do quarto e fechar a porta. Fico quieta, pensando no que ela me disse. Acredito que Ellah segue muito bem esses conselhos, pois a minha irmã consegue aproveitar tudo, se jogando em tudo que se propõe a fazer. Ela viaja, curte a vida e é uma mulher admirável. Talvez eu deva entender que nem tudo se resume apenas à faculdade. 

MEU AMADO COLEGA DE CLASSE- LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora