CAPÍTULO 7

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ADAN GUZMÁN

Não consegui dormir essa noite. Os pensamentos estão me consumindo, lembrando do sorriso de Luna, os momentos que passamos juntos e principalmente, o beijo. Isso não foi nada programado, não queria tocá-la, mesmo que isso seja a minha missão. 

Estou me sentindo um cafajeste desgraçado. Ela demonstrou ser uma mulher incrível, sincera e, ao mesmo tempo, delicada. Durante essa noite, refleti muito sobre tudo que está acontecendo. 

Acordei determinado a conversar com o meu pai. Desci as escadas apressadamente indo em direção a sala de jantar. Ele está tomando o café da manhã tranquilamente, lendo o jornal como de costume. Quando apareci no local, ele me olha atentamente e percebe que tenho algo a dizer. 

— Pai, não posso continuar fazendo isso!— respirei fundo e desviei o olhar. 

— O que você está falando?— ele deixa o jornal sobre a mesa e me olha com um semblante irritado. 

— Não posso continuar com esse plano. Estou me sentindo mal e…

— Quando você retornou para Madri, sabia muito bem o que fazer. Além disso, a minha parte do acordo, eu cumpri. Por que está tendo tanta dificuldade? Ela é uma linda garota, solteira e você também. Não me diga que está apaixonado por outra?

Revirei os olhos e respiro fundo. Sabia que essa conversa seria mais difícil do que eu imaginava. O meu pai sempre se preocupou mais com o dinheiro, do que com a família. Por isso que eu me esforcei para nos manter unidos. Se a minha mãe estivesse conosco, nada disso estaria acontecendo. 

— Não, não estou apaixonado por ninguém. Mas eu estou me sentindo incomodado por enganá-la!— falei com sinceridade. 

— Adan, por deus… não me venha com sentimentalismo barato. Você sabe o quanto eu me esforço para manter o nosso padrão de vida? Mateo Munõz pode entrar em sociedade com a minha empresa de arquitetura, assim sairíamos dessa situação difícil. 

— Existe outro jeito!— insisti. 

Já chega!— ele joga o guardanapo na mesa. — Ou você cumpre o acordo, ou retrocederei na minha decisão. 

— NÃO!

Gritei imediatamente. Não posso permitir que ele faça isso. Respiro fundo e tento me controlar. Queria apenas terminar a faculdade para deixá-lo satisfeito e evitar ter contato com Luna, porém, isso está cada vez mais difícil de acontecer. 

O telefone dele toca e o meu pai olha para a tela, se afasta da mesa e eu fico sozinho, pensando em como lidar com essa situação. Não demorou muito até que ele retornou até onde estou e dessa vez, está com um largo sorriso no rosto. 

— Mateo Munõz está na cidade. Se prepare, nós vamos para o clube de golfe.— ele está ansioso. 

— Isso é mesmo necessário?— revirei os olhos. 

— Sem dúvidas, vamos conhecer seu futuro sogro!

Essas palavras me trazem uma sensação ruim. Não desejo chegar a esse ponto, na verdade, estou ganhando tempo para conseguir sair desse acordo. Tenho 22 anos e minha irmã, apenas 12, então é necessário muito planejamento. 

Meu pai saiu apressado até o quarto dele. Não demorou muito para retornar, vestido com uma roupa cafona. Típico daqueles jogadores de golfe. Reviro os olhos e acompanho até o carro. 

MEU AMADO COLEGA DE CLASSE- LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora