THREE

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Após alguns minutos de reflexão solitária no capô do carro, decido levantar e voltar para casa. A festa de comemoração de Jack e Lucas ainda está em pleno andamento, mas eu não me sinto mais parte dela. Caminho lentamente de volta ao carro, deixando para trás o burburinho da multidão e a música alta.

Ao entrar no veículo, sinto-me envolvida pelo silêncio e pela escuridão da noite. Ligo o motor e dirijo pela cidade adormecida, perdida em meus pensamentos. A corrida ainda ecoa em minha mente, cada curva e cada ultrapassagem gravadas em minha memória. Mas agora, uma sensação de vazio me acompanha, como se algo estivesse faltando.

Chego em casa e estaciono o carro na garagem. Subo as escadas até meu quarto, onde me jogo na cama, exausta física e emocionalmente. A adrenalina da corrida começa a se dissipar, dando lugar a uma sensação de esgotamento.

No silêncio do meu quarto, reflito sobre o que aquela noite significou para mim. A experiência das corridas de rua despertou uma nova paixão em meu coração, mas também me fez confrontar a realidade de minha solidão e isolamento. Eu sabia que teria que enfrentar esses desafios se quisesse seguir em frente e realizar meu sonho de se tornar uma corredora de sucesso.

Com determinação renovada, prometo a mim mesma que não vou desistir. Se Jack e Lucas podem conquistar a vitória, então eu também posso. Levanto-me da cama e me preparo para enfrentar o novo dia com coragem e determinação, pronta para os desafios e oportunidades que ele trará.

Enquanto me recosto na cama, meu celular vibra com uma nova mensagem. É Lucas. Ele está perguntando onde estou. Com um suspiro, deslizo o dedo pela tela e digito uma resposta rápida: "Já estou em casa".

Envio a mensagem e coloco o celular de lado, sentindo-me grata por sua preocupação, mas ao mesmo tempo desejando estar em qualquer lugar menos ali naquele momento. A solidão da noite parece mais intensa agora, envolvendo-me como um manto sombrio.

Meu pensamento vagueia para Jack e Lucas, celebrando sua vitória sem mim. Uma pontada de tristeza me atravessa, mas eu tento afastar esses sentimentos negativos. Preciso me concentrar no futuro e nas oportunidades que virão.

Com um suspiro resignado, fecho os olhos e me permito descansar, sabendo que amanhã será outro dia e uma nova chance de perseguir meus sonhos.

××

O despertador toca às 5:45 da manhã, arrancando-me do sono profundo. Com um suspiro, apago o alarme e me levanto da cama, ainda meio sonolenta. Caminho até o banheiro, ligando o chuveiro e esperando que a água quente me desperte completamente.

O banho é rápido, mas revitalizante. A água quente desliza sobre minha pele, afastando o cansaço e a tensão da noite anterior. Termino de me lavar e saio do chuveiro, enrolando-me em uma toalha enquanto me preparo para o dia.

De volta ao quarto, escolho minha roupa com cuidado. Opto por algo mais adequado para a escola: uma camiseta branca simples, uma calça jeans confortável e uma jaqueta leve. Visto-me rapidamente, apreciando o conforto e a confiança que as roupas me proporcionam. Sigo para a penteadeira e escovo os cabelos, deixando-os soltos.

Desço as escadas em direção à cozinha, onde encontro meus pais já tomando café da manhã. Pego uma xícara de café e um pedaço de torrada, tentando me apressar para não me atrasar para a escola.

— Bom dia, querida — minha mãe diz com um sorriso. — Dormiu bem?

— Sim, mãe. Obrigada — respondo, forçando um sorriso. — Preciso ir. Até mais tarde.

Pego minhas coisas e saio de casa, dirigindo-me ao carro. Entro no veículo e ligo o rádio, deixando que a música preencha o silêncio enquanto dirijo em direção à escola. Canto junto com as músicas, tentando afastar a ansiedade que começa a se formar em meu estômago.

Ruas em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora