6 - Impasse

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POV Min Yoongi

Bloqueei a tela do telefone e me joguei no sofá, me sentindo um grande idiota por ter pensando que ela poderia se interessar por mim. Era óbvio, para mim, que ela estava apenas tentando ser legal e educada ao não me dispensar de cara, mas ao mesmo tempo que esse pensamento me ocorreu, meu eu iludido repetia que ela tinha dito que me queria tanto quanto eu a queria. Mas, se esse era o caso, porque ela dizia não mesmo assim.

Eu queria muito saber o que se passava na cabeça dela, como ela realmente se sentia em relação a mim. Me sentir frustrado com aquilo era inevitável. Ainda mais quando já fazia tanto tempo que eu não me sentia atraído assim por uma pessoa. A última vez que me senti assim foi há 7 anos, durante aquela noite maluca no Brasil.

De repente a lembrança de S/N me alcançou e senti saudades da voz dela, recuperando meu telefone esquecido no sofá, desbloqueei a tela e procurei pelo último fragmento da nossa conversa que ainda existia e coloquei para reproduzir. A voz doce dela soou em meus ouvidos, mas não teve o mesmo efeito de antes. Por mais que eu amasse ouvir meu nome ser dito por aquela voz de alguma forma agora, até a voz de S/N me fazia lembrar de Lyanne.

Com um revirar de olhos, suspirei frustrado, me jogando novamente no sofá e cobrindo os olhos com o braço esquerdo, enquanto desligava o áudio e voltava a jogar meu telefone em qualquer canto.

Como era possível que até a voz de S/A agora soava para mim como a de Lyanne... talvez pelo fato de as duas serem brasileiras, o sotaque era parecido e a forma de pronunciar o meu nome era incrivelmente igual. Se eu não soubesse o quanto isso era impossível, até poderia dizer que era a mesma pessoa.

Uma risada soprada escapou-me com o rumo absurdo que meus pensamentos seguiam. Será que eu tinha me tornado esse tipo de pessoa? Que quer tanto uma coisa, que passa criar realidades paralelas para lidar com a frustração e a rejeição?

Cara! Essa merda está comendo o meu cérebro!

O que eu faço agora?

Quanto tempo será que ela precisa?

Como vou reagir quando estivermos sozinhos?

Eu sei que tenho que respeitar a decisão dela, mas será que eu vou conseguir conter tudo isso que está me consumindo internamente? Até quando vou suportar ter que controlar meus sentimentos?

Eram muitas perguntas e nenhuma resposta me ocorria. Trabalhar era minha única opção agora, tentar colocar meu foco em coisas que eu poderia controlar ao invés de me martirizar e me torturar por algo que já não estava mais sob o meu controle.

Mergulhei no trabalho e ao final daquele dia eu estava exausto, decidi que iria para o meu apartamento, pois eu não queria ver ninguém. Enquanto entrava no elevador, meu telefone tocou, eu não queria conversar com ninguém hoje, mas ao ver que era Jin quem ligava resolvi atender.

"E aí?" falei após aceitar a ligação.

"Finalmente atendeu!" Ele reclamou e eu não contive um revirar de olhos. "Onde você tá, cara? Tentei te ligar um zilhão de vezes.

"Saindo do estúdio, no elevador, fala logo o que você quer Jin-hyung?" respondi já sem paciência o meu péssimo humor vazando de mim como uma enxurrada.

"Iiiiih! Já vi que tá de péssimo humor, hein?!" ele riu do outro lado, não se afetando com a minha estupidez gratuita.

"Vamos Jin, diz logo o que você quer." falei e bufei em seguida e ele riu mais ainda.

"Haha! Eu sei de uma coisa que pode melhorar o seu humor..." ele disse fazendo mistério e eu revirei os olhos pela segunda vez.

"Duvido que algo possa fazer isso nesse momento." resmunguei não contendo a minha frustração e cansaço.

Até a Última PáginaOnde histórias criam vida. Descubra agora