Até a Última Página

24 - Vazio

POV Lyanne Jensen

A porta do elevador se fechou com um suave clique, e o som ressoou pelo corredor, sublinhando a solidão que de repente se instalou em mim. Respirei fundo, tentando conter a onda de tristeza que ameaçava me consumir. Caminhei rapidamente até o terraço, buscando um último vislumbre de Yoongi e dos rapazes.

Ao chegar lá, o ar fresco da manhã envolveu meu corpo, mas não trouxe o conforto que eu esperava. Olhei para baixo e vi a van estacionada, os rapazes se acomodando dentro dela. Yoongi foi o último a entrar, lançando um último olhar em direção ao prédio. Sorri e acenei para ele que acenou de volta antes de entrar na van. Meu coração apertou ao vê-lo desaparecer pela porta do veículo.

Fiquei observando a van enquanto ela se afastava, meu olhar fixo no veículo até que ele virou a esquina e sumiu do meu campo de visão. Só então permiti que as lágrimas caíssem livremente, cada uma delas carregando um pedaço da minha saudade e dor.

"Duas semanas," murmurei para mim mesma. "Só duas semanas..."

Mas o vazio ao meu redor parecia contradizer essa promessa. Cada canto do apartamento, que antes transbordava de vida e risadas, agora parecia sombrio e desolado.

Precisava de companhia, de alguém para preencher esse vazio que me consumia. Sem pensar duas vezes, peguei meu celular e liguei para Bruno.

"Bruno? Você pode vir aqui? Não quero ficar sozinha," minha voz soou trêmula, revelando mais do que eu gostaria.

"Claro, chefita. Estou a caminho," respondeu ele, com a habitual prontidão e carinho.

Poucos minutos depois, ouvi a porta se abrir e lá estava Bruno, com um sorriso reconfortante que já começava a aliviar minha tristeza.

"Bueno! Vamos fazer alguma coisa gostosa para jantar?" sugeriu ele, entrando e me dando um abraço apertado.

"Isso seria ótimo," respondi, sentindo um pouco do peso se dissipar.

Fomos para a cozinha e começamos a preparar o jantar. Bruno foi uma presença tranquila e constante, ajudando a cortar vegetais e preparar a comida enquanto conversávamos sobre coisas triviais. Ele tinha esse dom de me fazer sentir segura e menos sozinha, mesmo nas piores situações.

Conforme a noite avançava, o apartamento foi se enchendo de aromas deliciosos e sons reconfortantes. A comida no fogão, o riso ocasional que escapava entre nossas conversas e o simples fato de ter alguém ali comigo tornou tudo mais suportável.

"Bruno, obrigada por vir," disse enquanto servíamos a mesa.

"Sabe que não precisa agradecer. Eu sempre estarei aqui para você," ele respondeu, com um sorriso gentil.

Jantamos juntos, e por algumas horas, consegui esquecer a dor da partida de Yoongi. A presença de Bruno trouxe uma sensação de normalidade e conforto, algo que eu precisava desesperadamente naquele momento.

Depois do jantar, sentamos no sofá, continuando a conversar sobre nossos planos e lembranças. Por mais que sentisse falta de Yoongi, sabia que estaríamos juntos em breve. E até lá, teria Bruno ao meu lado, garantindo que eu não enfrentasse essa solidão sozinha.

Sentados na sala, com taças de vinho nas mãos, Bruno olhou para mim com um sorriso compreensivo. "Então, está melhor?"

Respirei fundo, pensando em como responder. "Bruno, foi difícil me abrir e me entregar a esse sentimento. Passei tanto tempo me protegendo, construindo barreiras, que permitir-me sentir algo tão profundo foi assustador. E me despedir foi muito difícil, mesmo que seja por pouco tempo." Terminei com um suspiro pesado e triste.