13 - Reconectar

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POV Lyanne Jensen

Com o coração pesado e uma sensação de aperto no peito, embarquei para Barcelona. Não tive a chance de falar com Yoongi sobre minha partida, e a incerteza me consumia. Esperava que ele encontrasse o bilhete que deixei em seu quarto, uma pequena tentativa de expressar o que não consegui verbalizar.

Enquanto caminhava pelo corredor do avião, minha mente voltou àquela tarde em seu quarto. A porta entreaberta, a penumbra que envolvia o ambiente, e a cama desfeita de Yoongi. Seu espaço era uma extensão de sua personalidade: simples, mas com um toque de elegância discreta. A luz do sol infiltrava-se pelas cortinas, destacando os tons suaves dos móveis e dos objetos pessoais espalhados.

Meu olhar pousou na cama, e um impulso irresistível me levou a pegar um de seus travesseiros. Ao pressioná-lo contra o rosto, fui envolvida por seu perfume, uma mistura única que me fazia sentir em casa. Era como se sua presença estivesse ali, ao meu lado, mesmo na distância que nos separava.

Um suspiro escapou de meus lábios enquanto me permitia sonhar acordada. Imaginava seus braços envolvendo-me, seu toque suave acariciando minha pele. A saudade tornava-se quase tangível, e eu me perguntava se Yoongi estava me evitando ou se simplesmente havia perdido o interesse.

Afundei-me na fantasia de estar em seus braços, admitindo a mim mesma que já não havia mais como negar o que eu sentia, e abracei seu travesseiro como se fosse ele mesmo. Cada fibra do tecido parecia reforçar minha conexão com ele, uma âncora em meio à incerteza.

Finalmente, com um sorriso nos lábios, acrescentei um breve P.S. à carta, imaginando a expressão surpresa de Yoongi ao lê-lo. Deixei a carta sobre o travesseiro, como um presente esperando para ser descoberto, e desci para me despedir dos rapazes que me aguardavam na sala.

Mesmo com a distância, uma parte de mim permanecia ali, junto a Yoongi, na esperança de que nosso vínculo resistisse ao teste do tempo e da separação.

Enquanto o avião ganhava altitude, os motores rugindo faziam eco com os pensamentos que se desenrolaram em minha mente, revivendo cada instante da despedida na sala de TV. Cada abraço, cada palavra, cada olhar, tudo ficará gravado como uma cena de filme, e se repetia em câmera lenta nas minhas memórias, aumentando o aperto da saudades no meu coração.

Os rostos desanimados dos rapazes, especialmente o olhar preocupado de Jimin, apertavam meu peito com uma mistura de gratidão e dor. "Prometa que vai se cuidar, Noona", ele sussurrou, seus olhos brilhando com a preocupação que mal conseguia esconder.

"Eu prometo, Jimin", respondi, tentando transmitir confiança mesmo diante da torrente de emoções que me inundava. Os olhares preocupados de Jin e Joonie me lembravam da responsabilidade que carregavam.

Jin se aproximou, seu sorriso gentil contrastando com a seriedade em seus olhos. "Ligue para nós assim que chegar, está bem, Noona?", ele pediu, sua mão pousou em meu ombro com um toque reconfortante.

"Claro, Jin, prometo", murmurei, agradecida pela preocupação e apoio dos meus, agora, amigos. Joonie apenas assentiu, sua expressão calma escondendo as emoções que sabia que ele sentia.

"Agora somos só você e eu, chefinha", Bruno me trouxe de volta à realidade com uma piada, arrancando-me um sorriso involuntário. "Pensei até que iria me trocar por eles." disse ele com um sorriso travesso nos lábios, provocando-me. "Pensando bem até eu me trocaria...!"

Seu humor contagiante sempre conseguia levantar meu ânimo. Não pude deixar de rir com seu comentário, grata por tê-lo ao meu lado neste momento. "Você é insubstituível, Brunito", respondi, tentando esconder a melancolia por trás de um sorriso reconfortante. "Embora neste momento, eu tenho que confessar, que preferia algo mais 'doce'..."

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