Rosé Pov.
5:50 AMDe uma cidade a outra, trilhando.
Rosé tinha metas, Rosé tinha planos.
O amor era fluido, não era confiável. Jennie tinha aquele ar revoltado. Era rica, mas andava de metrô.Qual será a explicação? Rosé matutava nas suas duas horas e meia de metrô abafado.
Jennie fazia as mesmas coisas que ela. Agronomia na faculdade, escritório de ciências sociais ao longo do dia. No entanto, nunca chegaram a trombar ou falar mais do que duas palavras. Jennie, embora cursasse o mesmo, era fechada e no trabalho sua posição de secretaria senior colocava as duas em setores tão iguais quanto diferentes.
Eu era arroz, ela feijão. Sempre um pouco acima do meu preço e numa eterna discussão de quem estava encima de quem. Era como se o universo nos separa-se juntas.
A observei de longe por cerca de um ano, abismada com a confusão enraivecida que ela era.
Burguesa, proletária. Herdeira de uma usina de energia, ativista do meio ambiente. Estupidamente bonita, emburrada e boca suja.
Eu simplesmente não a entendia e talvez gostasse desse nó mental, já que observa-la discretamente se tornou meu passatempo favorito. Tentar adivinhar o motivo da sua carranca da vez, criar historias encima disso e vez ou outra só olhar pro cabelo ondulado brilhoso e esvoaçante, imaginar os olhos felinos perto dos meus amendoados...
Okay, talvez um passatempo duvidoso.
Mas isso foi só até aquele dia, em que o universo pareceu despertar e me jogou literalmente encima dela, já que o metro quebrou e no meio da afobação de gente acabei caindo encima dela.
Jennie tem mãos ágeis, percebi, pois num passe de mágica eu estava de pé de novo, dessa vez de frente a ela com suas mãos na minha cintura, a cara fechada e como eu imaginei, seus olhos eram expressivos e agora brilhavam em irritação. No entanto, por algum motivo eu sabia que não era comigo.
—Ei, Bochechas. — Ela diz o que seria o primeiro par de palavras que direcionaria a mim. — Você é do escritório, não é?
Ela mal me notava, já eu sempre estava com os olhos presos nela.
Eu assenti, meio incerta das palavras agora quase eu a tinha de frente para mim, dialogando. Tudo parecia cheio de...
—Me empresta as horas? — Sua pergunta era retórica, já que novamente suas mãozinha agarravam meu corpo. Braço. Relógio. Ah... Adrenalina. — Estamos ferradas.
—Você está forçando expressões casuais...? — Saiu antes mesmo que eu nota-se. Mordi o lábio, arrependida. Ela tentou disfarçar a vermelhidão com um:
—E você? Sempre é calada?! — Eu soltei um risinho bobo e coçei a nuca em resposta.
—Sou Roseanne, do programa de estágio. — Me apresento.
Ela ergueu as sobrancelhas.
—Agora quem esta sendo informal é você, Park. — Seu tom era provocativo e tinha certo fogo de perigo nos seus olhos. — Seu nome não parece daqui.
Tentei explicar brevemente minha nacionalidade e tudo que ela disse foi:
—Isso explica o sotaque, definitivamente. — Mas o tom sério e a cara fechada voltaram. — Sou a Jen.
Agora eu estava surpresa.
—Jen? Como um apelido? — Você está mesmo me permitindo intimidade assim?!
—Jen, como alguém que não precisa ter poder. — Ela diz, simples. — Sou apenas Jen para você, neste metrô ridículo de abafado, sim? Vamos sair daqui.
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Metr(am)ô(r) - Chaennie Fanfic 🖤💗
FanfictionRosé era o que chamavam de pacata e previsível, Jennie o que chamavam de rebelde sem causa. Ambas percorriam caminhos desagradáveis pelos seus objetivos. Para Jennie, o trabalho de seu pai em troca da liberdade. Para Rosé, a esperança de um futuro n...