Rosé Pov.
Madrugada do Dia Seguinte, Em Casa.
Jennie sempre foi um mistério para mim. Agora, ela era um perigo.
Nunca tive uma postura impecável, mas dentre todas as minhas colegas e até Jisoo, minha melhor amiga, eu sempre fui mais timida e mais tensa, embora abobalhada.Jisoo costuma dizer que eu sou o mais próximo de um ser estável que ela já viu. Ela diz que em 8 anos eu não mudei nada e que estranhamente isso era bom.
A verdade é que eu nunca tinha experimentado muitas emoções na vida. Sempre me tendo ao mais confortável e pacato. Por isso foi estranho admitir essa transição de Busan pra Seul, por mais que fosse para uma faculdade de ideal pacato — vida no campo longe de tudo, jamais me imaginaria indo de uma cidade a outra quase todo dia.
Isso era... Brusco. Não era da minha personalidade.
Por isso, quando realmente passei na K.I.U. eu considerei este meu maior ato de mudança voluntária da vida. E prometi que seria o único. Eu queria tomar vinho caseiro sentada na grama, à luz das estrelas. Sozinha. Sem buzinas e prédios, uma pessoa que poderia acordar um dia e querer ir embora. Apenas o campo e suas regalias.
Mas para isso precisaria viver quatro anos no inferno. Capital. E quando contei a Jisoo ela ficou tão surpresa e orgulhosa que comprou meu vinho favorito e dançamos Girls Generation à luz de velas aromáticas. Foi a primeira vez que ela me elogiou de "corajosa".
Mas aquele elogio "dedicada", eu nunca tinha ouvido. Me perguntei se era o mesmo pra ela sobre "impecável" e se foi por esse motivo que tinha me abraçado.
Mas como eu disse: sozinha.
Eu nem iria arranjar aquele estágio se não estivesse tão ferrada de dinheiro desde que mamãe resolveu ter outra família. Ciências sociais era o curso mais fubenga que tinha no interior e eu nem terminei ele. Mas, por algum motivo, o pai de Jennie resolveu que eu tinha potencial suficiente para ser faz-tudo e assinou meu contrato.
Desde então tenho manga e vinho na geladeira, uns trocados no bolso, dinheiro no banco — uma miséria que eu jurava que se multiplicaria, um quartinho caído e Kim Jisoo me xingando de capitalista a cada 7 dias, quando eu folgava e ia deitar no seu sofá chique.
Mas de todos os riscos que eu assumi ao meu inscrever naquela vaga e nos fatos que sucederam, nunca estive tão assustada como agora. Jennie... O que eu sentia era uma incógnita. Antes, eu nem pensava sobre sentir.
Sentimentos... Eu ainda tinha 22, por favor... Tudo que eu menos precisava era de um coração agoniado ou partido.
No entanto, Jennie existia. E amanhã descobriria se ela realmente falaria comigo novamente. Se diria "Rosie" ou "Bochechas".Hoje era sexta e amanha marcaria minha folga, as fofocas de Jisoo de fundo enquanto eu durmo numa cama de verdade. Me pergunto se dessa vez eu vou acrescentar algo na hora da fofoca... E se sim, o que eu falaria.
Nunca contei nada pra ninguém sobre meus ímpetos ou dores, nem mesmo a Jisoo. Deixava minhas observações assim, como observações. Eu não sabia como falar e nem porque dessa vez queria. Assim com não sabia se mais tarde seria companhia, desconhecida ou mais...
Só sabia que meu coração ou ficaria agoniado ou quebrado. De toda forma, agora eu o sentia. Era novo. Adormeci com as mãos acima do peito. Pulsando.
***
Quando entrei no metrô dessa vez não estava lotado e logo estranhei, mas fiquei feliz por sentar num lugar isolado e ventilado. Ainda assim, minhas mãos suavam. Nervosismo.
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Metr(am)ô(r) - Chaennie Fanfic 🖤💗
FanfictionRosé era o que chamavam de pacata e previsível, Jennie o que chamavam de rebelde sem causa. Ambas percorriam caminhos desagradáveis pelos seus objetivos. Para Jennie, o trabalho de seu pai em troca da liberdade. Para Rosé, a esperança de um futuro n...