𝗠𝘆 𝗳𝗶𝗿𝘀𝘁 𝗮𝗻𝗱 𝗹𝗮𝘀𝘁 𝗹𝗼𝘃𝗲 ── C𝗁𝗈𝗂 T𝖺𝖾𝗒𝖺𝗇𝗀.

(♡) . . . 𝗦𝗘𝗩𝗘𝗡𝗧𝗘𝗘𝗡

Karawek estava em mais um de seus dias rotineiros, fazendo as mesmas coisas de sempre. A única coisa fora do comum era que ela estava na cozinha tentando aprender a receita de brownie, algo que ela decidiu que tinha que aprender a fazer. Embora não fosse fã de comidas doces, brownies eram uma das poucas exceções que ela gostava de comer.

Ela checava a lista de ingredientes e olhava para ver se todos estavam sobre a mesa. Foi então que percebeu que não tinha manteiga, e precisaria ir ao mercado mais próximo para comprar. Mas isso não seria um problema, pois naquele dia Karawek estava bastante agitada e energia era o que não faltava.

Lá fora fazia frio, então ela colocou sua roupa mais quente e seu cachecol, o mesmo cachecol que, em um dia aleatório, Theo percebeu que não era dele e teve que devolver à verdadeira dona, agradecendo novamente a Karawek por tê-lo emprestado e por seu gesto gentil.

Falando em Theo, ele andava bem ocupado ultimamente. Eles se viam poucas vezes e conversavam pouco também, mas Karawek entendia que ele estava ocupado. Theo havia explicado que estava trabalhando em uma cafeteria não muito longe dali, que era bastante conhecida e tinha muitos clientes.

Por mais que ambos não se vissem com tanta frequência, nada mudava entre eles. Pelo contrário, eles pareciam mais próximos. Os olhos de Theo brilhavam quando via Karawek, e o coração de Karawek batia mais rápido quando via Theo. Eles se gostavam, era meio óbvio, mas nunca admitiam isso de forma direta. Apesar disso, esse sentimento era visível na forma como se comunicavam.

Karawek também cuidava de Cookie, o cachorro de Theo. Ela cuidava tão bem do pequeno cachorro que ele se apegou a ela.

Chegando ao mercado, Karawek pegou a manteiga, pagou e voltou para casa o mais rápido possível para terminar sua receita.

De volta à cozinha, ela misturou os ingredientes com cuidado, seguindo cada passo da receita à risca. Enquanto os brownies assavam, o aroma doce começou a preencher a casa, trazendo uma sensação de aconchego e realização. Sentada à mesa, com uma xícara de chá quente nas mãos, ela olhava para o forno e pensava em Theo. Imaginou como seria bom compartilhar aqueles brownies com ele, conversar sobre a vida e rir das pequenas coisas.

Quando os brownies finalmente ficaram prontos, Karawek não resistiu e provou um ainda quente. Estava perfeito. Naquele momento, sentiu uma felicidade simples e genuína, fruto de um esforço pequeno, mas significativo.

Depois de experimentar seus brownies, Karawek esperou esfriar e separou alguns em uma pequena vasilha. Colocou a vasilha sobre a mesa, planejando dar os brownies a Theo quando ele viesse buscar seu cachorro.

Karawek também encheu o pote de ração de Cookie e trocou a água do pote. Logo após isso, pegou a vassoura e começou a varrer a bagunça que havia feito na cozinha. O cheiro doce dos brownies ainda pairava no ar, misturado com a sensação de satisfação por ter finalmente aprendido a receita.

Enquanto varria, pensava em como Theo reagiria aos brownies. Sabia que ele apreciava gestos simples e feitos com carinho. O relacionamento deles, embora não explícito, era construído em pequenas ações de cuidado e consideração.

[•••]

Karawek estava relaxando no sofá, envolta em uma coberta quentinha e absorta em um livro. Horas antes, Theo tinha passado por ali e deixado um bolo para ela, o mais vendido na cafeteria onde trabalhava. Karawek agradeceu e não esquecendo dos brownies, os deu a Theo. Ele agradeceu com um sorriso sincero, pegou seu cachorro e expressou sua gratidão pelo cuidado que Karawek tinha com o pequeno animal. Desejou-lhe uma boa noite e foi para sua casa.

Depois desse breve encontro, Karawek aproveitou o tempo sozinha naquela casa silenciosa, enquanto se entregava ao prazer de sua leitura. Ela já havia tomado seus remédios e estava um pouco sonolenta. Seu coração estava fraco, mas ainda batia, e Karawek considerava isso, de certa forma, um alívio. Ela tinha feito exames durante a semana e, apesar das dificuldades, estava grata por cada batida, pelo menos ela poderia viver por um curto período, mesmo que fosse curto, ela ainda poderia tirar proveito desse tempo.

Enquanto Karawek lia seu livro, seu celular vibrou, indicando uma mensagem de Theo.

"Oi karawek! Não sei, me sinto cansado, mas quero estar com você...podemos nos ver? Não vou ocupar muito do seu tempo, só preciso de 10 minutos, é o suficiente"

"Oi! Claro, podemos sim!" Karawek respondeu prontamente, concordando em encontrá-lo.

Não demorou para que Theo estivesse na sala de Karawek, sentados juntos no sofá, em um silêncio reconfortante. Karawek sabia que Theo estava passando por um período cansativo no trabalho, então não se sentiu incomodada com o silêncio. Mas algo no rosto de Theo parecia transmitir mais do que apenas cansaço.

── Theo, você está bem? ── Karawek quebrou o silêncio com delicadeza, sua voz carregando uma preocupação genuína.

Theo não respondeu verbalmente, mas se aproximou dela e repousou sua cabeça em seu ombro, fechando os olhos em busca de conforto.

Eles permaneceram assim em silêncio. Para Theo, estar ao lado de karawek era uma fonte de calma e conforto. Ele não estava enfrentando problemas pessoais, apenas se sentia exausto. E ali, com Karawek, encontrou um refúgio para descansar, um lugar onde podia deixar de lado suas preocupações por um momento e simplesmente se permitir relaxar.

── Apenas 10 minutos, apenas 10 minutos ── Murmurou Theo, e Karawek não disse mais nada. Ela apenas permitiu que ele descansasse em seu ombro, ouvindo o suave ritmo de sua respiração, enquanto o tempo parecia desacelerar à sua volta.