𝐓𝐫𝐲𝐢𝐧𝐠 𝐚𝐠𝐚𝐢𝐧 - Drarry

04 - feelings

Seus olhos se abrem lentamente, sendo cegados pela claridade, doendo. O local estava silencioso, mas ele podia ouvir vozes ao longe. Draco vira sua cabeça para os lados, notando que estava na enfermaria. Ele parecia ser o único paciente dali no momento.

Ele se senta lentamente, estremecendo com a dor em seu braço, percebendo só naquele momento que estava engessado. Ele observa seu gesso, que tinha alguns desenhos e nomes de seus amigos. O garoto sorri, apreciando o gesto carinhoso.

— Draco! — Uma voz feminina se faz presente na enfermaria, fazendo-o levantar a cabeça em direção a ela, vendo Daphne correndo apressada em sua direção.

A Greengrass o abraça fortemente, fazendo o loiro gemer de dor pelo aperto. A menina se desculpa e se afasta meio chorosa, mas Draco sorri e da um tapinha em sua cabeça em conforto com o braço que não estava machucado.

Ele tenta falar, mas sua garganta estava tão seca que não saia nada de sua boca. Daphne parece perceber e pega uma jarra de água fresca que estava na mesinha ao lado de sua maca. Ela despeja a água no copo e entrega a Draco, que a pega com o braço bom e toma.

— Quantas horas se passaram desde que...— ele tenta escolher as palavras certas para usar. Daphne pega o copo vazio de sua mão, indo colocar mais água.

— Umas duas horas. — ela responde — você perdeu as aulas de Runas Antigas.

O loiro nao diz nada, não parecendo muito preocupado por perder algumas aulas. A garota tenta falar mais alguma coisa, mas é interrompida por passos apressados.

Antes que Draco pudesse se dar conta, ele se sente ser apertado mais uma vez. Ele olha para o lado, vendo Pansy enterrar o rosto em seu ombro. Ele arregala os olhos quando sente o tecido da roupa que usava ficar molhado.

Malfoy olha para Daphne em busca de ajuda, mas a menina parece se sentir meio desconfortável naquela situação, como se fosse uma intrusa. Ela deixa o copo de água cheio em cima da cômoda e sai.

O loiro volta seu olhar para a menina agarrada nele. Ele instintivamente passa os braços em volta dela, puxando-a para um abraço apertado. Ele acaricia suavemente suas costas quando ela começa a soluçar, tentando acalmá-la.

Draco continua a abraçá-la, deixando Pansy chorar até que seus soluços altos diminuam. Ela gentilmente se afasta e limpa o rosto, olhando para o garoto com os olhos inchados e vermelhos.

— Você... — ela começa a falar, meio trêmula. — Por que você fez aquilo?

— Como assim? — ele pergunta.

— Você entendeu! — ela abaixa a cabeça e se senta na maca — Por que entrou na minha frente?

— Preciso de um motivo para ajudar meus amigos? — o garoto questiona, surpreendentemente calmo.

— O que houve com você? — ela perguntou, parecendo melancólica.

— Que? — Draco piscou, estoico, surpreendido pela mesma pergunta vindo da mesma pessoa naquele dia.

— Eu estava tentando não entrar nesse assunto outra vez mas você... você mudou tanto! — Pansy se abriu, parecendo desafogar todas os seus pensamentos naquele momento.

— E isso é ruim? — Ele pergunto sério, os olhos brilhando em curiosidade, mas também em medo, o medo profundo de que talvez, lá no fundo, alguém não gostasse dele, alguém preferisse seu antigo eu, o verdadeiro.

— Não sei. — A postura de Pansy se afrouxou, seus ombros caindo em cansaço. — Antigamente eu me sentia muito mais livre pra falar oque quisesse pra você, mas agora... agora parece que você está tão maduro, nem parece o Draco que eu conhecia. — ela se mexeu, nervosa, parecendo lutar com as palavras — Talvez você ache que eu estou sendo idiota, mas não consigo deixar de pensar nisso o dia inteiro. Você parece outra pessoa. O que houve com você nessas férias?