Por favor, eu a amo

198 53 6
                                    

Deserto da Patagônia, Argentina, Ano de 2018.

Rebecca Point Of View.

"Só me responda. Os aliens acreditam na gente?" Perguntei rindo e Freen revirou os olhos.

"Eu não sou nenhuma Alien, Rebecca." Falou fazendo um adorável bico e cruzando os braços sob o peito.

"Amor, deixe de ser boba. É claro que não é. Estou brincando." Falei me aproximando dela e tocando meus lábios nos seus. Ela não me afastou. Voltou seus olhos para mim ainda com o bico.

"Um beijo não vai fazer eu te perdoar." Falou e lhe dei outro beijo. E outro. Outro.

"E vários?" Perguntei distribuindo beijos por seu rosto.

"Ainda não sei. Precisa continuar me beijando para eu avaliar." Falou e sorri, tocando meus lábios nos seus. Eu simplesmente não enjoava disso nunca. Senti sua língua tocar a minha e envolvi minhas mãos em sua cintura. Seu perfume tão conhecido por mim preenchendo meus pulmões e seu toque tão delicado em minha nuca me causando arrepios.

"Mãos para o alto e fiquem aonde estão." A voz de Heng se fez presente no lugar. Dei um pulo de susto e Freen fez o mesmo, olhando para a porta.

"Idiota. Nos assustou." Falei e sua risada ecoou por todo o recinto. Heng havia se tornado um grande amigo e depois que começou a namorar com Nam, sua proximidade apenas aumentou.

"Procurem um quarto, isso é nojento." Ele falou se escorando na porta de meu trailer.

"Estamos no meio do deserto. O trailer é tudo o que temos e não estávamos fazendo nada demais, apenas nos beijávamos." Freen explicou.

"Da última vez Nam e eu pegamos vocês duas no flagra e Deus, não quero me lembrar da cena nojenta de vocês duas nuas tendo sexo." Falou fazendo uma careta.

"Se eu me lembro bem, a mão dela estava dentro da sua cueca e vocês estavam quase no mesmo caminho que nós." Me defendi.

"Pensei que não estariam aqui aquele horário." Falou em um tanto sem graça.

"Bem, nós também pensamos." Freen falou.

"Em todo o caso..." Falei mudando de assunto. "Já que decidiu comprar o trailer, estamos cogitando o Texas para as novas pesquisas." Informei.

"Só vou comprar por Nam, ela ama esse mundo das estrelas." Falou e sorri. Realmente ela amava. Non entrou no lugar completamente bêbado. Todos reviramos os olhos com o cheiro.

"Se te pegarem alcoolizado você será demitido, Non." Heng alertou.

"Essa aberração já deve estar morta e mesmo assim, depois de meses continuam nos deixando nesse maldito meio do nada." Falou irritado.

"Eu gosto daqui, é calmo." Heng falou.

"Você fala isso porque tem a vadiazinha loira pra comer." Estreitei os olhos irritada por seu comentário.

"Dê o fora daqui." Esbravejei. "O governo paga para você ficar de vigia lá fora, não aqui."

"Ele só está bêbado, Rebecca. Não lhe dê importância." Heng falou com a voz serena.

Non era seu primo e ele cuidara do rapaz desde novo, mas Non se tornou tudo o que Heng abominava, porém o rapaz sustentava um carinho pelo primo mesmo assim. Ambos saíram do trailer e Freen e eu caminhamos até a porta. O céu estava repleto de nuvens cinzas carregadas, dando indícios que a qualquer momento choveria, além do vento incrivelmente gelado.

"Ele me irrita." Anunciei.

"Olá queridas, como estão?" A voz do pai de Freen surgiu na tela de meu celular e me praguejei mentalmente por ter me esquecido de lhe avisar que hoje não estávamos de folga.

The BetelgeuseOnde histórias criam vida. Descubra agora