20 - Onde tudo realmente deu errado

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Pietro

Ainda sem notícias do Allan, já se passaram mais de 6 horas e nada… nenhum médico ou enfermeira pra dizer o que estava acontecendo! Daqui a pouco eu vou fazer um atentado só pra poder ter o mínimo de informação

Meus tios chegaram e estão aqui comigo tentando me confortar de alguma forma, não vou ficar feliz até ouvir a voz do Allan, sentir o cheiro de seus cabelos e a textura macia de seus lábios! O Vincenzo está bem, entrei lá rapidinho só pra ver como ele estava e ele vai se recuperar rápido

Volto a ficar na recepção e meus tios em nenhum momento saem de perto de mim, confesso que estou exausto, a ponto até de me recostar no meu tio, que me recebeu carinhosamente como sempre…

Não se passou muito um médico passa pela porta e nos olha

-- Vocês são a família do Allan Alves Contes? - o médico pergunta nos observando

-- Sim, eu sou o esposo dele! - dou um pulo da cadeira

-- Ele teve uma das balas alojadas em seu rim esquerdo, e perdeu muito sangue, está estável, mas ainda corre perigo! Somente um pode ir vê-lo - ele explica rápido e eu sinto meu coração apertar

-- Eu quero ir… quero ver o meu marido! - digo ansioso para ver ele

-- Okay, me acompanhe! - ele me guia UTI adentro e eu o acompanho com a ansiedade me consumindo

Andamos pelos corredores do hospital e assim que chegamos, vejo meu menino, deitado e dormindo, ele não tem expressão alguma e está entubado e com  diversos aparelhos ligados nele

Confesso que me senti horrível… minha mente me inundou com diversas lembranças dele… rindo, trabalhando, dirigindo, conversando, feliz, me tocando como se eu fosse o último homem da terra! E agora temos que torcer para nada pior acontecer.

-- Sr. Lombardo… a situação dele é um pouco delicada, tenho que ser sincero com o senhor e dizer que ele pode não sair dessa vivo, e se sair... infelizmente vai ficar com sequelas graves! Mas vou deixar você um pouco com ele! Volto daqui a pouco - o médico diz enquanto olha uma prancheta

Nada consigo dizer apenas assinto e ele se vai! Encaro a figura do meu Allan, deitado e pensando onde foi que tudo deu errado… eu não devia ter deixado ele ir… era meu dever proteger ele e eu falhei

Trago a poltrona que tem por aqui para perto da maca e pego a mão do meu menino, sinto a maciez dela e não consigo conter a lágrimas! Nunca fui de chorar mas eu não consigui aguentar, eu sempre fui descrente quanto a eu achar meu par perfeito, sempre vi o amor dos meus tios por exemplo, mas nunca pensei que fosse achar o meu, até achar esses olhos pretos mágicos, acompanhados de um homem inteligente e estonteante de tão lindo!

Estou convivendo com o Allan a mais de dois meses, quase três e nesse pouco tempo, sinto que o conheço a anos! Ele me conhece bem, cuida de mim com perfeição, é carinhoso, atencioso, cuidadoso, gentil e me ajudou em muitas coisas que não é qualquer um que faria, talvez no lugar dele sairia correndo sem olhar para trás 

Estava divagando em pensamentos quando sinto sua mão apertar a minha, fico em total alerta quando ele faz isso

-- Allan… Allan? - começo a chamar por ele, que não esboça nenhuma reação além de apertar minha mão

Olho para a máquina que mede batimentos cardíacos e os batimentos dele sobem, mas na mesma velocidade começam a cair sem parar, meu Allan tá morrendo…

Corro para a porta e chamo por qualquer pessoa que pode ajudar e vários enfermeiros começam a chegar e o médico vem logo atrás

-- Senhor precisa nos dar licença! - um dos enfermeiros tenta me tirar da sala enquanto os outros fazem o que pode para salvar meu menino

Invadido Pela Paixão - Da Série: Do Branco ao Preto Onde histórias criam vida. Descubra agora