Capítulo 1 - Tudo errado!

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Em mais uma manhã cansativa e tediosa, Sigma se levantava de sua cama, sem tempo para arrumar seus lençóis, e correu para realizar suas higienes pessoais e vestir seu uniforme para poder ir ao trabalho. Sem nem mesmo tempo parar respirar, ele vivia cada dia de sua vida em um modo automático, vivendo de marmitas congeladas, trabalhando doze horas por dia e pouquíssimo tempo de descanso.

Seguindo para o dia de Nikolai, o albino se contentava em ter a sua manhã livre, depois trabalhando durante a tarde como mascote de um restaurante de frango frito e como entregador de delivery durante toda a noite do mesmo estabelecimento. Ou seja, uma vida infernal, estando no mesmo barco de Sigma onde nenhum dos dois conseguem ter um sequer momento para si.

Ao contrário de ambos, deparamo-nos com Fyodor, um padre recém-formado na faculdade de teologia, tendo tempo de sobra para seus próprios interesses e bem-estar quando e onde quisesse, trabalhando poucos dias e horas durante a semana. Uma vida perfeita, talvez? Uma vida perfeita, eu afirmo! Algo que qualquer pessoa invejaria e desejaria.

— Droga, não posso me atrasar para o trabalho — Fala Sigma nervoso ao ver o horário em seu celular.

Com medo de perder seu ônibus, às 08:43 Sigma correu para fora de sua casa, chegando a tempo para alcançar e adentrá-lo, visto que este o levaria diretamente para seu serviço.
Com o ônibus cheio, via-se espremido entre os passageiros, sentindo cheiro de perfume, suor e até mesmo mijo vindo de diversas pessoas. "Eu não aguento mais viver esse inferno, todos os dias é a mesma porcaria, no final das contas nem mesmo adianta tomar banho antes de sair de casa", pensava Sigma exausto com sua atual situação, soltando um longo suspiro enquanto olhava pela janela do ônibus como se sua vida passasse diante de seus olhos.

Enquanto Sigma passava por tal desagrado, Nikolai havia acordado às dez da manhã. Aproveitando ao máximo seu tempo, o albino lentamente se levantou de sua cama, arrumou sua casa, fez suas higienes pessoais e foi se sentar à mesa para tomar seu café da manhã.

— Eu sinceramente sinto que falta algo na minha vida; isso tudo é tão monótono... — Diz Gogol cansado, esfregando seu rosto após soltar um longo suspiro.

Olhando fixamente a comida na mesa, ele respirou fundo e logo se contentou em se alimentar. Após isso, o albino vestiu uma roupa simples, que se constituía em uma camiseta branca e uma calça moletom verde pastel, e assim que terminou, Nikolai pegou seus pertences, saindo de casa para o trabalho.

— Caminhar de manhã é sempre bom, mas está começando a ficar tedioso até demais! — Ele, exausto, falou enquanto caminhava sob do sol, com um olhar perdido ao ver as pessoas andarem próximas de si, sentindo-se sozinho com tantos grupos de adolescentes correrem juntos na calçada ao seu redor. — Eu sinto falta de ser assim. . .

Enquanto o Gogol seguia para o seu trabalho, passando reto por ele, Fyodor caminhava até a igreja; o russo pretendia chegar cedo para poder rezar e averiguar como o local estava. Em meio a calmaria pelas ruas de Yokohama, ele chegou no local, entrando nele e seguindo seu caminho até o púlpito.
Ali atrás, ajoelhou-se segurando seu crucifixo com força, fechando seus olhos e rezando em agradecimento a sua boa vida e um bom dia em que acreditava fielmente que teria.

— Acho que... essa é a melhor vida que eu poderia pedir. — Sorrindo, Fyodor murmurou enquanto se levantava. — Bom, acho melhor ir averiguar o convento.

Indo para parte de trás da igreja onde se encontrava o convento, o russo logo abriu um riso vendo as freiras que moravam ali cuidarem e brincarem com as crianças adotivas do local.

"Parece que está tudo em ordem por aqui!", concluiu satisfeito e respirando fundo. Logo ele seguiu até seu escritório pessoal.

Em um dia cheio de serviços, no calor e de baixo do sol, Nikolai se encontrava numa fantasia de frango, girando uma placa na calçada em frente ao restaurante em que trabalhava.
"Eu sinto que irei desmaiar a qualquer momento, está quente demais aqui dentro", pensa ele enquanto continuava com a placa em mãos.

Três mentes incuráveisOnde histórias criam vida. Descubra agora