Haviam se passado três dias desde o último encontro no escritório de Fyodor. Enquanto Nikolai e Sigma mantiam contato, o padre se mantia ocupado com seu trabalho e boa vida, encontrando-se com Gogol vez ou outra durante a manhã em sua igreja, tendo conversas curtas, mas reconfortantes. Dostoyevsky nunca foi o tipo de homem social, o russo é o tipo de pessoa que prefere manter sua vida privada ativa do que sua vida social.
Após seu trabalho na igreja, durante a tarde o moreno foi ao convento, decidiu passar o resto de seu dia brincando com as crianças no local e ajudando a organizar o que estava fora do lugar.
— Às vezes eu ainda não consigo acreditar no tipo de vida perfeita que eu tenho aqui. — Fala Fyodor sorrindo enquanto estendia os lençóis recém lavados no varal do pequeno quintal do convento.
— Padre, o senhor gostaria de lanchar conosco? — Pergunta uma pequena garota, sorrindo para o moreno que não resistiu ao seu convite.
Agachado em frente a menor, Fyodor acariciou os cabelos dela sorridente ao aceitar.
Seguindo a garota à cantina, Fyodor se sentou entre as crianças, onde passou horas e horas brincando e conversando com elas enquanto comia. Já no início da noite, o moreno foi só até seu escritório, sentando-se atrás de sua escrivaninha enquanto olhava ao redor do local.
— Não tenho muito o que fazer aqui... — Fala Fyodor calmamente enquanto girava em sua cadeira de escritório.
Após algumas horas trabalhando e estudando em seu escritório, ele ao menos perceber a hora passar. Tarde da noite, enquanto o russo organizava seus pertences para poder ir ao seu apartamento, acabou por ser surpreendido com uma mensagem repentina de Nikolai em seu celular.
— Eu nunca recebi uma mensagem a essa hora da noite... — Fyodor estranha, um tanto surpreso.
Sem esperar nada demais, Fyodor abriu sua aba de conversas no celular com o albino, ficando surpreendido e confuso ao ver uma foto sexual de Gogol exposta em sua tela. "Mas oque é isso? Será que ele mandou errado..?", perguntou o russo enquanto olhava fixamente para a foto. Arrastando seus dedos pela tela, dando zoom pelas fotos recebidos, Fyodor se encontrava em transe, sem conseguir desviar seu olhar por um sequer instante.
— Mas que droga... — Xinga o russo, sem quaisquer reações contra o ocorrido.
Sem nem mesmo perceber, seu membro estava ereto contra suas roupas e marcando sua calça enquanto ele continuava a apreciar as fotos do albino.
— Deus, me perdoe por isso... — Lamenta o russo soltando um longo suspiro.
Fyodor de jogou contra a poltrona que havia ali no cômodo, abrindo sua calça e abaixando-a. Com seu membro ereto, sentado de forma confortável contra a poltrona, ele sem pensar duas vezes começou a se masturbar enquanto olhava as fotos de Gogol. Ele tinha a impressão que os diversos quadros e estatuetas de anjos de sua sala estivessem o encarando com desdém. "Todas as pessoas precisam atender suas necessidades... Eu não sou um criminoso por isso", pensou o moreno segurando sua camisa com a boca enquanto ofegava perante as fotos da tela de seu celular. Um tempo depois se masturbando pelo albino, o russo chegou em seu limite. Sujando sua mão e a pulseira de crucifixo que ficava contra seu pulso, soltando um longo suspiro enquanto inclinava sua cabeça em direção ao teto.
— Me perdoe por isso... — Fala Fyodor, decepcionado por ter sido atraído por Nikolai, mas curioso por descobrir coisas novas sobre si.
Não sendo a primeira vez da qual essa ocasião ocorreu em seu escritório, Fyodor pegou alguns lenços umedecidos de dentro da gaveta de sua escrivaninha, limpando-se antes de tudo e jogando os lenços sujos no lixo. Não demorou muito para sair do local com seus pertences em mãos.
— Acho melhor ficar alguns dias longe da igreja, até que minha mente esteja completamente liberta disso!
Respirou fundo e tomou coragem para sair dali, prontificando-se a ficar ao menos uma semana longe da igreja. Era o suficiente para pensar no ato cometido e rever seus próprios conceitos, que até dias atrás nunca haviam sido questionados por si mesmo.
Ao sair da igreja, Fyodor seguiu seu caminho para casa a pé, a rua estava calma e o clima estava bom, mas isso durou pouco. Distraído, o russo andava em zig-zag pelas calçadas, ainda decepcionado. Por conta de seu desequilíbrio, o moreno tropeçou contra a calçada, caindo de cara em um poço de água e lama que havia no chão em meio a calçada desregular. "Hoje realmente não é o meu dia de sorte", pensou o moreno, controlando-se para não fritar de frustração pelo seu péssimo dia. Ao chegar em casa, soltando suas coisas pelo local, Dostoyevsky vai em seu banheiro já despido, entrando de baixo do chuveiro e sentindo a água quente escorrer contra seu corpo enquanto esfregava seu rosto.
— Parece até piada. — Resmunga ele, soltando um baixo riso ao lembrar das fotos de Nikolai. — Por que ele me mandou isso?
Após ser pego se questionando pelo ocorrido, Fyodor balançou sua cabeça, tentando esquecer o que havia visto, logo terminando seu banho. Ao de vestir, o moreno foi para seu quarto. Sem camisa, ele se sentou sobre seu colchão, pegando uma caixa de madeira que havia de baixo de sua cama. Dali, Dostoyevsky tirou um chicote de couro puro, o olhando fixamente antes de bater em suas próprias costas com o mesmo.
— Me perdoe... Me perdoe por tais impurezas, me perdoe por esse péssimos hábitos e pensamentos, meu Senhor! — Dita Fyodor, com seus olhos fechados enquanto repetia sua palavras sem uma pausa, sabendo que não esqueceria disso tão cedo.
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Três mentes incuráveis
RomansaNeste conto, três trabalhadores públicos destinados ao fracasso da vida monótona e cansativa da cidade grande acabam se conhecendo em um encontro inesperado no famoso e histórico "Lupin Bar" na quieta província de Ginza. Juntos eles acabam descobrin...