A doce bailarina e o gatinho tarado

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Era uma vez...

Em um reino tão tão distante chamado - França - onde havia uma doce bailarina que vivia em um chalé no meio de uma floresta encantada.

Seu nome era Marinette e todos os dias ela adorava sair de manhã para tomar sol, ver os animais, e dançar ao lado deles. Tudo era tudo muito lindo, até que...

Na espreita das sombras negras, um ser se escondia todas as vezes para ver a doce bailarina bailando lindamente com os animaizinhos da floresta (que não entendiam muito bem o que estava acontecendo, mas coitada né, ela não tinha nenhum amigo então eles davam essa moral).

A bailarina de cabelos azulados não fazia ideia que estava sendo vigiada. E não somente vigiada, ela estava sendo desejada. Muito desejada.

Até que um belo dia, enquanto passeava na floresta distraída como sempre, ouviu os arbustos se mexerem de uma maneira estranha. Ela logo pensou que fosse um outro animalzinho que estava escondido e com vergonha de brincar, então foi se aproximando aos poucos para não assusta-lo, bem devagarzinho até que de repente...

SMACK!

Oh minha nossa! Um beijo roubado!

Caiu para trás com os olhos azuis assustados ao ver a figura de um homem sair no meio dos arbustos. Ele era alto, loiro e com um sorriso sacana que mostrava um pouco das presas afiadas.

Seu olhos eram esverdeados e ele se vestia todo de preto, assim como as orelhas que saiam do meio dos seus cabelos e o rabo longo que balançava lentamente para lá e para cá.

Marinette apenas ficou parada sem reação quando o viu caminhando até ela, onde ele se inclinou e sorriu.

- E aí lindinha? Vamo dar um role?

- AAAAAAAHHHHH! - ela berrou completamente assustada o que fez o homem gato pular para trás, assustando-se também.

Adentrando a floresta, Marinette correu sem olhar para trás. "Mas quem era aquela criatura tão... tão.... maravilhosa e assustadora?" - ela se perguntava enquanto corria, driblando as arvores. Com muito custo chegou a uma clareira onde tentou se acalmar colocando a mão sobre o peito mas ao se virar, deu de cara com os olhos verdes do gato safado, de novo.

- Boo! - ele sorriu mostrando os dentinhos afiados ao que Marinette se afastou colocando as mãos para frente.

- Não se aproxime de mim! Gato safado!

- Poxa, agora magoou. Ta me chamando de safado só porque eu roubei um beijinho?

- E não acha que isso foi o suficiente??

Ele voltou a sorrir malicioso, balançando a calda com uma das mãos. - Não foi o suficiente, porque eu gostaria de outro beijinho, se me permitir. Agora faz um biquinho pra mim vai. 

Correndo, a bailarina se esquivou indo para o outro lado rapidamente onde pegou um graveto e o segurou com as duas mãos em cima dos ombros - Não se aproxime de mim se não eu te dou....uma gravetada na cabeça!

Novamente o gato voltou a sorrir, mordendo os lábios. - Sabia que você fica uma gracinha desse jeito?

- Ai mais... que abusado! Acha que eu to brincando é? Vem cá, experimenta só vir pra cima de mim!

Pobre do gatinho. Ele achou mesmo que ela não falava sério.

- Que isso meu amor, pode bater em mim, mas olha só... eu tenho sete vidas, e posso gastar todas elas,  só pra ter mais um beijo seu. - ele então caminhou com os passos lentos, como se fosse um felino indo na direção da presa até que... PAH!

Ela não avisou? Gravetada na cabeça.

O gatinho caiu durinho no chão e vendo que ele não se mexia, ela foi se aproximando aos poucos, lentamente, e com a ponta do graveto cutucou seu corpo desfalecido. - Acho que ele morreu... - Disse para si mesma aproximando-se mais. Com cuidado, ajoelhou-se para ver melhor o rosto do pobre homem desmaiado.

Sentiu suas bochechas corarem levemente ao notar o quanto ele era bonito. Mas também... um atrevido... quem mandou roubar um beijo e ficar cheio de assanhamento?!

Direcionando a mão esquerda para passar sobre o nariz dele, ela notou que ele ainda respirava.

"Ufa... pelo menos eu não me tornei uma assassina!" - Pensou, sentindo-se mais aliviada. Porém, queria se certificar que nada tinha acontecido mesmo.

Então afastou os cabelos lisos para trás e pousou o rosto no lado do coração o ouvindo bater lentamente. Devagar subiu seu rosto para aproximar ao dele e ficando quase de nariz colado um no outro, ela sussurrou - Senhor gato, você morreu?

O gato preto então abriu os olhos e sorriu vitorioso. - Te peguei! - e a agarrando pela cintura a jogou contra o chão onde ele ficou por cima a prendendo com o seu próprio corpo. A bailarina começou a se debater enquanto que ele tentava acalma-la. 

- Você me enganou!!!

- Não não, você que foi boba!

- Vai ver só a boba! - ela então, começou a puxar as orelhas dele com as duas mãos, fazendo então com que o mesmo soltasse gemidos de dor.

- Ai ai ai ai ai!!

- Sai de cima de mim, seu gato bobo, safado, cachorro!

- Ai ai ai - cachorro não né - ele parou de gritar, e voltou novamente. - Ai ai ai, ta bom ta bom! 

Afastando-se, os dois ficaram sentados um pouco distantes, até que ele depois de limpar seu lindo traje de gato preto, a olhasse com um sorriso mais brando. 

- Eu só queria me aproximar de você, lindinha.

- Hunf, me dando um beijo.

- Desculpe. - a pegando pela mão então, a fez se levantar onde lhe deu um beijo sobre esta. - Vamos começar do início, quero me apresentar. O meu nome é Adrien... e eu sou um grande admirador seu.

- A...admirador? - Marinette gaguejou sentindo-se corar levemente. - Como assim?

- Já te explico. - ele se aproximou para sussurrar em seu ouvido, a fazendo encolher os ombros.  - Todos os dias eu fico te observando dançar por aí... com esse seu jeitinho inocente e provocante que me tira do sério. Só que hoje eu não me aguentei, tive que beijar você.

- Mas isso é feio.

- Eu sei.

- Tinha que ter me pedido antes.

- Posso pedir então?

- Não.

- Mas ué.

Dando um sorriso acanhado, ela respirou fundo e o encarou com um olhar sapeca. - Me pede de novo.

- Me dá um beijinho?

- Só se você me pegar. 

Tentou correr, mas o sentiu agarrando seu braço, para que assim, tomasse seus lábios. Só que antes, o ouviu adverti-la. 

- É bom que saiba, que agora, terei todos os beijos que quero. 

Jogando os dois no chão, só sentiu sua respiração ir até a garganta e ficar presa ali, pois a boca foi tomada de beijos, e mais beijos, e muitos beijos, até que perdeu o ar, ficou vermelha e começou a tossir bem na cara daquele gato safado. 

Isso a fez acordar sobressaltada, saindo correndo da cama para beber um copo dagua e tentar se acalmar.  Olhando ao redor, se deu conta que não estava em uma floresta, e muito menos, ao lado do seu gatinho safado. 

Fez um biquinho, sentando-se no pequeno sofá perto da porta. Suspirando ao afastar um fiapo de cabelo bem no seu nariz, resmungou.

- Ai ai gatinho, você vai acabar me matando viu. 


O meu melhor sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora