O meu melhor sonho

Medo em vê-lo novamente

Alguns dias se passaram desde então até chegar o dia que aconteceria a viagem para a Holanda.

O que era para ser um momento bom para o casal, estava sendo na verdade um martírio para Marinette que iria sozinha, e consequentemente para Adrien, que não suportava vê-la  tão triste, não somente naquele dia em que a deixou no aeroporto, mas em todos os dias decorrentes a visita da sua mãe.

Ele tentava ao máximo tranquilizá-la, lhe dizendo que tudo ficaria bem, que seu pai estava sendo tratado pelos médicos e que não havia necessidade de sofrer por antecedência, mas sabia que suas palavras não surtiam o efeito que desejava no pobre coraçãozinho da sua bailarina, uma vez que o problema de saúde de Tom não era o único que a preocupava.

Os dois, tanto pai quanto filha, ultrapassavam um dilema familiar visto que, Marinette tinha saído de casa para ir atrás do seu sonho de ser bailarina o deixando para trás com sua mente fechada que sua filha havia o traído, sua família por inteiro e consequentemente a empresa, o patrimônio que construiu justamente por ela e para ela. Ambos não conseguiram chegar num ponto em comum, e isso gerou aquela infeliz discórdia.

O que simplesmente, piorava a situação de Marinette, uma vez que seria a primeira vez que veria seu pai depois de ter se mudado para a França e da briga.

Naquela conjuntura, Adrien não sabia o que lhe dizer realmente, ele próprio se encontrava assustado, confuso, temeroso de como Marinette se afetaria, de como sua estrutura seria abalada.

Não queria vê-la chorando mais, por tanto, quase como uma advertência, disse que era para ela ligar quando precisasse, quando necessitasse, a hora que fosse, não iria importar. 

"Meu pai vai estar dormindo... ou acordado, com tubos na boca dele, no nariz... no seu corpo por inteiro... quem sabe com sequelas Adrien... o que eu vou dizer a ele? O que eu vou fazer... a minha vida, eu sinto que está indo por água abaixo..."

Ele fechava os olhos, tentando sorrir, dando-lhe um beijo sobre o topo da cabeça.

" O que você vai fazer Mari... é muito simples. Diga tudo o que está sentindo. Mostre, que nunca deixou de amá-lo, e de se importar. Mostre, que estará lá com ele, sendo a filha maravilhosa que você sempre foi." 

Não se preocupe meu amor, eu vou estar com você. 

Sim, era justamente naquele amor que deveriam compartilhar, que deveriam se manter, onde Marinette iria reunir toda a sua estrutura para se refazer e encarar seus medos.

Então, o tão aguardado momento por ambos havia chegado. 

Não demorou muito para que o avião aterrissasse em Amsterdã, onde um carro enviado por Sabine, a levou para onde era sua antiga casa.  

Aqueles grandes portões de ferro se abrindo diante de si, revelando aos seus olhos uma extensa propriedade com uma casa gigantesca branca no centro, cercada de violetas...lhe trazia tantas memórias. 

Suspirou, vendo que Adrien havia lhe mandado uma mensagem.

"Como esta meu amor?"

Um sorriso fraco apareceu em seu rosto. "Nada bem"

"Fique calma, lembra, eu to aí contigo."

Olhou ao seu lado, vendo o vazia que havia ali, o lugar que ele deveria estar. Estava com saudades. 

O carro então circulou, dando a volta no jardim para estacionar diante de um acimentado, onde Sabine a aguardava. Ao sair do carro, sendo ajudada pelo motorista, sorriu à mãe, que veio lhe abraçar.

- Que bom que esta aqui. 

- Oi mãe... - a mesma teve dificuldade para falar, retribuindo o abraço tão quente que recebia. 

As duas  entraram de mãos dadas a grande mansão. Trocaram algumas palavras, foram almoçar, para que por fim, fossem ao hospital. 

Enquanto se dirigia para lá, mandou mais uma mensagem para Adrien. 

"Estou indo vê-lo."

"Certo. Vai ficar tudo bem."

De onde estava, ele fechou os olhos recostando o celular em sua cabeça. Tentava ao máximo mandar boas vibrações, energias positivas, o máximo que conseguia. 

Não esqueça meu amor...

Você sempre será o meu melhor sonho. 

Por fim, algum tempo se passou, e ela não falava mais nada. A noite chegou, onde finalmente, depois de quase infartar de tanta curiosidade, recebeu uma ligação dela.

- Oi lindinha...

- Oi amor...

- E aí, me conta, o que aconteceu?

- Eu só estou te ligando, pra te dizer uma coisa muito importante. - a ouvindo suspirar, ele então se sentou, pois sabia, que as próximas palavras ditas por aquela mulher que havia se tornando a pessoa mais importante da sua vida, não seriam fáceis de ouvir.

- Eu preciso...eu tenho que ficar em Amsterdã, eu não posso voltar pra França.