01 || with a broken heart (i can do it)

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"Você sabe que é boa quando consegue fazer tudo, mesmo com
um coração partido."

O MEU QUARTO já não é mais meu

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O MEU QUARTO já não é mais meu.

Pilhas e mais pilhas de presentes não abertos, de variados tamanhos e de embalagens coloridas, estão espalhadas por todos os cantos, desde a superfície do colchão de minha cama até em cima da minha escrivaninha. Mesmo no escuro, já visitei esse ambiente tantas vezes em um único dia que memorizei seus detalhes de forma automática, e suspiro ao posicionar minha mão no interruptor de luz, acendendo as lâmpadas do cômodo, as cores vibrantes dos papéis de presente em perfeito contraste com os tons pastéis do meu quarto de adolescente.

Queria voltar a ter quinze anos.

Entro no ambiente em passos lentos, abraçando meu próprio corpo coberto por um simples conjunto de pijama de algodão. O ar frio das portas abertas da sacada – provavelmente, um dos funcionários da casa as abriu durante a tarde – a me envolver suavemente, e me aproximo devagar da cama de casal que há ali. Mordo o lábio inferior, estendendo meu braço para tocar em uma caixa perfeitamente embalada que há ali, e meus dedos estão prestes a raspar o presente quando os afasto repentinamente. Há um pequeno bilhete colado acima do embrulho.

"Para a nova Verstappen da família.

Com carinho, Victoria."

Fecho os olhos com força, passando as mãos pelas bochechas, e direcionou meu olhar para uma das cinco outras pilhas de presentes posicionadas no colchão da minha antiga cama, fazendo o máximo de esforço que posso para ignorar o presente recém-ganho e a caligrafia firme e delicada que está no pequeno papel colocado ali. Aquela embalagem perfeitamente embrulhada era nova, no entanto, e tento apagar do meu consciente as duas frases escritas no pequeno pedaço de papel ao tempo que aperto meus braços contra mim com mais força, me aproximando da escrivaninha colocada ao lado da minha cama, observando os leves vislumbres de polaroides presas a um pedaço de barbante que grudei à parede em frente ao móvel, os pequenos recortes de lembranças de minhas inúmeras férias em Mônaco quando adolescente desbotados pela luz do sol escondidos atrás das caixas de presentes que finjo não ver.

Sempre achei esse quarto grande demais para fazer parte de uma pequena casa de verão em Monte-Carlo e, mesmo assim, me sentia em casa aqui ainda mais do que jamais fui capaz de estar em Madrid. Aperto minhas pálpebras como forma de focar minha visão no pequeno papel de fotografia preso a um pregador no mural de polaroides, e sorrio levemente ao avistar meus irmãos e eu, todos juntos e jogando água uns nos outros na baía de Monte-Carlo.

As cores do mar monegasco estão desbotadas.

— Pedi aos funcionários que colocassem seu vestido em seu novo quarto. — Uma voz feminina ecoa suavemente pelo ambiente, e suspiro, me virando devagar a tempo de ver a minha mãe mais uma de seus moletons de lã, me encarando escorada no batente da porta do meu antigo quarto. Seu olhar, antes focado nos presentes espalhafatosos espalhados por todo o cômodo, se prende a mim, e desvio meus olhos dos seus, voltando a observar os pedacinhos de memória da minha adolescência gravada nas polaroides. — Acho melhor que você prove-o antes da cerimônia, apenas para termos certeza de que está tudo perfeito.

RUINED KINGDOM || Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora