07 || a department of tortured poets

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"Mas eu já li essa história em que você desmorona, e eu escolhi passar por esse ciclone com você."

O SILÊNCIO É uma arma mortal

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O SILÊNCIO É uma arma mortal.

E não sei qual de nós está atirando.

Max e eu não falamos sobre nada.

Nada de corridas, machucados ou beijos.

E a sensação de algo ter mudado permaneceu.

Quando chegamos ao hotel outra vez, a maioria das luzes apagadas da recepção foi um lembrete constante que horas se passaram após tudo – e, ainda assim, enquanto saímos do elevador em direção aos nossos quartos, nenhum de nós murmurou um "boa noite" silencioso ou algo parecido. Em vez disso, senti os olhos de Max percorrerem meu corpo enquanto me abaixei para pegar a rosa azul esquecida no chão do corredor em frente aos nossos cômodos. Não olhei em sua direção quando abri a porta de meu quarto, e nem mesmo ele fez questão de comentar qualquer fala sobre isso antes que eu escutasse a porta de seu quarto, ao lado do meu, se fechar em um baque seco.

Algo mudou entre nós.

E sabia disso, porque meus lábios ainda sentiam os dele.

Quando me deitei em minha cama após um longo banho, a notificação de mensagem não respondida de Loretta ainda estava lá, totalmente esquecida. "Aconteceu algo para que você queira sair daí tão rápido?". Algo tinha acontecido, de fato, mesmo que nem mesmo eu saiba o quê. Quero dizer, o que fazer quando uma pessoa que mal acabara de confessar que "jamais te odiaria" nem ao menos dirige seus olhos para você? E como eu poderia culpá-lo, sendo que toda a coragem que me restara para encarar Max Verstappen havia evaporado como água? Porque, não foi ele quem correu em minha direção, afinal; não foi ele quem colou sua boca à minha; não foi ele que me abraçou com todas as forças que tinha porque, pela primeira vez em muito tempo, a distância foi simplesmente insuficiente; não foi ele quem o fez – foi eu.

Rolo em minha cama outra vez, sentindo a brisa da madrugada adentrar as janelas abertas do meu quarto, e gemo em frustração. Mesmo agora, horas após tudo, sinto as lembranças frescas em minha mente: ainda me lembro perfeitamente do modo como Verstappen empalideceu quando ouviu o contei sobre o que seu pai havia feito; ainda me lembro de como seus olhos se fixaram no machucado em meu braço, mesmo quando ele próprio tinha um pequeno curativo em uma das sobrancelhas; me lembro de como ele me defendeu, mesmo que eu não o houvesse pedido para fazê-lo; me lembro de como sua boca buscou a minha com urgência e devoção, como se fôssemos desaparecer a qualquer instante.

Talvez, nós realmente houvéssemos desaparecido.

Ou, talvez, tudo aquilo seria uma lembrança que, um dia, iríamos esquecer.

Suspiro devagar, sentindo os lençóis macios contra meu corpo.

Eu não queria que aquilo sumisse de uma vez.

RUINED KINGDOM || Max VerstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora