Capítulo 4: milkshake

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SAM

Eu sabia que algo bom iria acontecer e assim que eu vi a desconhecida, sentir aquela onda de eletricidade circular por todo o meu corpo, só de olhar para ela eu senti algo único e difícil de explicar. Claro que minha amiga notou a secada que eu dei na garota e começou a me interrogar.

- Quem é aquela mulher que estava na cafeteria Sam? É por isso que você não quer que eu te arrume ninguém, não é?! Você já está de olho na morena misteriosa.

-Primeiro, ela é casada... e hétero. Segundo, eu não á conheço, nem sequer conversamos... apenas vi ela ontem na reunião na agência de adoção.

Sarah fez uma cara de desconfiada, era certeza que ela não acreditou em nada que eu falei.

- Vou fingir que acredito que não conhece aquela gata que te comeu com os olhos.

Eu não podia negar que ver que, em nenhum momento a linda e misteriosa mulher não desviou o olhar dos meus, me fez pensar que talvez ela estivesse sentindo o mesmo que eu..., porém aquela aliança dourada em seu dedo e que com certeza aguardava o nome de um homem, afastava da minha mente qualquer ideia de aproximação entre nós.

 Me perdi um pouco no pensamento sobre a mulher que eu nem sei o nome, mas está tirando meu sono... nem percebi Sarah falando sem parar perto de mim.

-O que você disse?

- Você ta mundo da lua Sam? Presta atenção em mim porque agora é sobre trabalho! Eu marquei suas fotos para contracapa, a fotógrafa vira na sexta-feira às 10 da manhã. Ela é jovem mas tem ótimas referências.

-Você tem uma foto dela?

-Não, só o nome é Kornkamon kanpiang.

-Nome tailandês... diferente.

- Sim Samanun, você não é a única pessoa de origem tailandesa vivendo em São Francisco.

- Eu sei sua grossa! Só comentei... bem, agora que estou de estômago cheio vou voltar para o meu escritório. Vai precisar de mim para mais alguma coisa?

- Não Sam, vai lá escrever para pagar meu enorme salário, tenho alguns assuntos para resolver mas venho à noite ver você.

Sarah saiu e me deixou sozinha com meus pensamentos, durante o dia todo consegui render e escrevi 4 capítulos. Talvez fossem aqueles lindos olhos azuis que não saiam do meu pensamento que me causou tamanha inspiração.

Após tomar um banho rápido e devorar um prato de salada notei que ainda eram 4 da tarde então resolvi correr um pouco, havia algumas semanas que eu não o fazia e sentia que estava ficando sem fôlego.

Vesti meu short, camiseta e tênis. Coloquei meu boné dos Giants e fone de ouvido, depois de alguns quarteirões finalmente o meu corpo se adaptou com o ritmo e consegui correr um pouco mais rápido adorava estes momentos em que eu conseguia me desligar de tudo ao meu redor sendo somente eu e minha música.

 MON

Definitivamente eu senti alguma coisa quando vi novamente a linda desconhecida na cafeteria. Não consegui desviar os olhos dela e para me ajudar ela também não desviou o olhar. Foi como se ela estivesse vendo além de mim, eu sei que sou jovem, mas não me vejo tendo algo novo, ainda mais que sou mãe e.... casada, porém desviei meus pensamentos dela e voltei para o estúdio.

Agora com o material que eu precisava, revelei as fotos que eu havia feito no início da semana; as da formatura e do ensaio de uma gestante quase para dar à luz. Ela estava tão feliz e foi tão significativo aquele dia para mim. Agora vendo meu trabalho pronto, eu vejo quanto a necessidade de mais o filho grita dentro de mim. Fiz vários exames para saber se havia algo errado comigo e não constou nada, falei para Nop também fazer exames para saber porque nosso segundo bebê não vinha ele se negou. Disse que Deus queria assim e, que se eu quisesse adotar ele não iria se opor, mas também não seria o pai da criança pois ele tinha apenas um herdeiro enviado por Deus.

 Por isso entrei na fila de adoção sozinha, meu filho queria um irmão, mas meu marido não queria outro filho. Porem eu estava focada no que eu queria, cansei de ter minha vida manipulada por outras pessoas, eu cansei de nunca ser da forma que eu queria.

Nop não ganhava muito como pastor, tínhamos a opção de morar na casa designada ao reverendo, mas meus pais me deram uma casa de presente quando casei. Depois de muitos anos eu finalmente me sentia um mais independente do meu marido e isso só ficava mais evidente pelo fato de eu querer esse outro filho mesmo que sozinha.

Ao terminar de revelar todas as fotos e fazer a entrega, algo que eu raramente fazia eu mesma, mas senti que aquele era uma exceção. eu recebi uma ligação antes de sair para almoçar.

-Bom dia do estúdio de Kornkamon?

-Bom dia! É sim, ela falando pode me chamar de Mon por favor. Em que posso te ajudar?

- Certo Mon ... me chamo Sarah, sou empresária da escritora Samanun Sparks. Eu preciso atualizar a foto dela de contracapa e seu estúdio foi muito bem recomendado.

- Fico feliz de ouvir isso, sabe que são só faço fotos preto e branco, correto?

- Sei sim é o que procuro! Você tem um horário essa semana para fazer as fotos?

- Você está com sorte! Tem um horário disponível nesta sexta, a cliente adiou para a próxima semana.

-Perfeito! Você consegue vir até a casa de sam para fazer as fotos?

- Consigo sim, terá um valor adicional pela visita.

-Sem problemas Mon, fica marcado então! Obrigada por isso querida.

-Eu que agradeço Sarah, até mais.

- Até!

E láse vai minha sexta-feira de descanso! Não estou reclamando, mas eu iria adorarver meu amigo Heng antes da reunião no sábado que ele irá promover. Aposto queagora iria me arrastar para esse encontrode Almas que ele faz uma vez por mês.

 Bem depois que preocupo com isso. Peguei meu carro e fui almoçar, meu pequeno mandou mensagem dizendo que já estava na casa de Yoko... e que havia se sujado de molho de macarrão. Essa última parte me fez agradecer de sempre colocar uma camiseta extra na mochila de Benjamin.

Sempre como coisas saudáveis, mas hoje eu quis realmente sair da linha. Passei no drive thru e comprei uma porção grande de batatas fritas, molho especial e Milk Shake de morango. Estacionei em uma rua mais calma próximo ao parque.

naquele horário haviam crianças brincando, cães com seus donos dando uma volta e pessoas correndo. Apreciei a vista e a calmaria do local enquanto comia minhas batatas, deixei o Milk Shake por último para tirar a tampa e tomar direto do copo, além do meu filho, poucas coisas me faziam sorrir, mas Milk Shake de morango melhorava 100% o meu humor e como eu já estava bem acabei sorrindo como uma boba quando terminei a bebida.

Me preparei para sair com meu carro quando olho a direita e vejo a mulher de hoje cedo... de ontem ...dos meus pensamentos. Ela estava suada e com as bochechas vermelhas, usava um short curto e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo ao boné.

Ela desacelerou os passos quando percebeu ser eu dentro do carro e finalmente eu a vi sorrir. O sorriso mais lindo e fofo que eu já vi, retribui sorrindo para ela e acenei, estávamos agindo como se realmente nos conhecêssemos, mas eu nem sabia seu nome.

A desconhecida acenou de volta e fez um gesto com a mão nos lábios, eu não entendi muito bem até ver o meu reflexo no espelho; eu estava com um grande bigode cor-de-rosa por causa do Milk Shake. Me atrapalhei toda para limpar e quando olhei a garota já estava um pouco longe, o que me rendeu a visão das suas curvas e seu short colado à pele por conta do suor.

-Que vergonha Mon! Logo hoje você tinha que tomar Milk shake desse jeito idiota?!

Eu briguei alto comigo mesma, foi até engraçado... um pouco vergonhoso ..., mas com certeza engraçado. O resto do dia fluiu normalmente sem mais nenhuma gafe minha.

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