Capítulo 2: Samanun Sparks

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SAM

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SAM

Quando eu tinha 8 anos, uma linda garotinha se mudou para a casa ao lado da minha. Logo fiz amizade e todos os dias brincávamos com suas coleções de bonecas ou pulávamos corda até cansar, eu senti que a amava e abri meu coração, mas sua reação não foi o que eu esperava. Minha primeira paixão me desprezou e disse que não queria ser mais minha amiga porque eu era esquisita, na época eu não sabia o que era, mas minha mãe me abraçou e disse que eu não era nada daquilo que a pequena havia dito.

- Você é do jeito que sua mãe sempre quis minha pequena Sam, agora você não entende o que acontece no seu coração mas eu estarei aqui para guiar cada passo seu sempre que alguém fizer você chorar estarei pronta para te consolar minha filha.

Naquele momento minha mãe percebeu antes mesmo de mim que eu gostava de garotas. Aquela mulher além de ser a melhor mãe que eu poderia desejar, era também dona de uma beleza celestial e uma sabedoria infinita, minha mãe era uma atriz que se afastou dos teatros para realizar o sonho de ser mãe e logo após ficar viúva de forma precoce se tornou pintora. Suas obras circulavam até hoje pelas melhores galerias do mundo.

Mesmo que ela tenha me deixado antes mesmo de ver meu primeiro livro publicado jamais deixou de ser minha fã mais fiel. O meu primeiro romance foi publicado no ano em que ela partiu dessa vida sendo minha obra totalmente dedicada a ela.

Mamãe me deixou de herança a casa em que me criou, suas ações da bolsa que meu pai lhe deu de presente quando se casaram, e suas obras mais recentes ao qual não tive coragem de vender. Minha residência mais parecia uma galeria dedicada à vida e obra da minha mãe Elizabeth Sparks.

 Quando pensei que minha vida estava mais que tranquila, com uma renda estável e trabalhando no que eu amava e tendo um ou outro caso amoroso; Faye Malisorn surgiu na minha vida, me fazendo sentir a paixão mais avassaladora que nem meus personagens de romance sonhavam em sentir.

Faye queria tudo de mim e eu me dediquei por inteira a ela. Em 6 meses ela já estava morando comigo e eu dividia minha atenção em meu terceiro livro e a minha jovem dentista.Fazíamos viagens para Paris todo ano, eu a levei a todos os melhores restaurantes da cidade e lhe dei um anel com um diamante mediano no ano em que me comemoramos o nosso quarto ano juntas.

Fazíamos viagens para Paris todo ano, eu a levei a todos os melhores restaurantes da cidade e lhe dei um anel com um diamante mediano no ano em que me comemoramos o nosso quarto ano juntas

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 Porém, como todo o castelo de areia uma hora desmorona, quando fiz 30 anos eu quis ser mãe e Faye começou a se afastar, ela fugia do assunto como um demônio da missa. Pensei que era apenas uma questão de tempo para que ela pudesse se acostumar com a ideia já que nunca havia verbalizado que não queria compartilhar a maternidade comigo, porém, com o passar dos meses ela foi se afastando cada vez mais.

Acredito que a gota d'água para ela foi no dia em que cheguei feliz em casa depois de receber uma ligação que a tanto eu aguardava, era do escritório de adoção para me informar que havíamos passado na entrevista inicial e que o próximo passo era falar com a psicóloga para dar continuidade ao processo. Minha namorada em nada mostrou estar interessada em ser mãe comigo, eu queria dar um lar a uma criança que estava sozinha no mundo e eu tinha tanto amor de mãe dentro de mim e senti que em algum lugar havia um pequeno serzinho pronto para recebê-lo.

Em menos de uma semana Faye me deixou, na manhã do dia 21 de março o sol refletiu na pequena jóia que ela deixou sobre a mesa de centro da sala ao lado de um bilhete com 2 parágrafos de adeus... foi só isso que eu signifiquei para ela.

Hoje eu sigo meu sonho de ser mãe muito vivo dentrode mim, porém precisei dar entrada novamente no processo agora como solteira, oabandono de Faye ha 2 anos atrás acabou adiando o meu sonho. Fui chamada para areunião em grupo com a psicóloga e com pessoas que assim como eu desejavamadotar.

Estou acostumada a ser encarada por pessoas que me julgam por eu querer uma criança sendo solteira, e sinceramente isso já não me afeta. porém hoje um par de olhos azuis chamou a minha atenção, uma jovem sentada um pouco afastada de onde eu estava intercalava sua atenção no folheto que tinha nas suas mãos, as explicações da psicóloga e em alguns momentos seu olhar cruzou com o meu. Senti uma eletricidade percorrer meu corpo eu juro que nunca havia sentido nada parecido com aquilo.

Sem mencionar que eu nunca havia visto uma mulher com uma beleza tão hipnótica, seus movimentos eram delicados e notei que ela mordia o lábio como um sinal de concentração o que era incrivelmente sensual. Em determinado momento eu nem sabia mais o que estava fazendo naquele local somente, a presença daquela linda desconhecida me prendia por completo.

Quando a reunião acabou meus olhos seguiram a linda desconhecida, saí do local até o estacionamento onde a vi entrar em um carro com um homem ao volante e um garoto no banco de trás. Claro que uma mulher tão interessante quanto aquela já era casada.

Porém em nenhum momento minha intenção foi de tentar uma aproximação com ela, meu foco a essa altura da vida já não é encontrar alguém. Quero apenas ter meu filho ou filha nos braços e é só isso que importa por agora.



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