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Penélope olhava fixamente para seu vestido de noiva pendurado em seu devido lugar, ainda não conseguia acreditar que em umas semanas se casaria com Alfred Debling, o homem que a cativou desde o primeiro momento em que o viu.

Ouviu um baixo toque na porta e sorriu para a criada franzina, que logo se colocou na fresta da porta.

—   Boa noite, senhorita Penélope, irei me deitar, precisa de algo? — A jovem balançou a cabeça em negativa.

—   Boa noite Rae, pode ir descansar, já estou confortável — se aconchegou melhor na cama e arrumou um dos cachos que escapava da touca que usava. — Até amanhã!

  Rae trabalhava para sua família há mais tempo do que podia se lembrar. Era uma senhora adorável e diversas vezes acobertava Penélope em suas traquinagens, que nada eram adequadas para uma lady, mas dessa vez Penélope tinha total certeza de que a senhora faria de tudo para evitar que ela prosseguisse, por isso lhe ocultou seus planos.

  Assim que ouviu os passos dela se afastando, levantou-se cuidadosamente da cama e suspirou em alívio ao ver a total escuridão por debaixo da porta. Procurou avidamente a roupa que tinha roubado de uma das criadas, não poderia sair com suas roupas habituais, pois seria pega.

   Por mais que uma lady londrina não pudesse estudar como os lordes, ela se orgulhava de ter mais neurônios que a maioria deles.

  Tinha a intenção de fazer uma surpresa para o noivo, pois há alguns dias, ele lhe disse o quanto seria agradável ter a sua doce companhia em sua casa, sem que ninguém os pudesse atrapalhar, a curiosidade sobre o motivo de privarem homens e mulheres não comprometidos de ficarem sozinhos teve grande participação em seu plano.

  Ela sabia que se fosse pega certamente seria enxotada da sociedade e, provavelmente, deserdada por seus pais por tamanha vergonha, mas o "amor", será que isso era realmente amor?, a cegava. Eles se casariam em breve, que mal haveria em dar alguns beijos demorados no homem que logo seria seu marido?

   Rapidamente caminhou pela grande casa, com total atenção e cuidado para que nenhum ruído fosse produzido, sua mãe tinha um sono leve como pluma. Sorriu quando chegou à cozinha, fugindo pela porta de trás da casa. Henry, o cocheiro de sua família, a esperava. Ele também era seu cúmplice em tudo, mas, diferente de Rae, sempre cedia aos caprichos da menina que acompanhou crescer, por mais que tais caprichos a pudessem arruinar.

— Senhorita Penélope, o que fará seu pai caso descubra tal imprudência? — perguntou o senhor de suficiente idade para saber o quão arriscada era a ação caprichosa da moça.

— Não se preocupe Henry! Papai saiu para um evento de cavalheiros esta noite, só devemos seguir o plano e nada de mal irá acontecer. — A moça disse de forma branda enquanto entravam nas escuras ruas de Londres.

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   Quando a carruagem enfim parou em frente à luxuosa residência, que ficava em uma das mais movimentadas ruas de Londres, os portões encontravam-se abertos, coisa que Penélope achou atípica, principalmente por não saber que o noivo estava oferecendo um baile.

— Aparentemente há muitos convidados, acho melhor que voltemos, menina — Henry informou assim que avistou dezenas de carruagens paradas em frente à residência.

  A jovem sequer aguardou a ajuda do cocheiro para descer e saltou da carruagem, caminhando em direção às grandes portas da residência Debling.

  A cada novo passo, o cheiro de tabaco, whisky e perfume barato se tornava mais forte.

A primeira coisa que avistou foi uma lady totalmente nua da cintura para cima. Seus seios pequenos e chocolate estavam totalmente expostos e ela parecia não ter sequer uma gotícula de constrangimento diante da quantidade de homens que estavam no local.

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