[00] Prólogo

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JUNGKOOK

Destino pode significar muita coisa.
Pode ter várias definições, como a própria palavra em si.

Destino pode ser algum lugar para onde se deseja ir, pode ser uma finalidade, ou até mesmo uma consequência.

Mas nunca, nunca uma coincidência.
Ou se for para pensar assim, prefiro acreditar que as coincidências também são sinais do destino.

Como por exemplo, o fato de não escolhermos as pessoas que conhecemos. E nem as que decidimos amar de forma irremediável.

Falo sobre amor porque paixão é simplesmente algo que não se controla; quando se vê, já estamos muito mais repletos do outro do que de nós mesmos.

É claro que podemos escolher o que fazer quando isso acontece, mas sentimentos não se compram na farmácia; apenas se sentem, e ponto.

E faz parte do destino, também.

Só que, por mais que a gente encontre o nosso destino sob a pele de alguém, ainda não significa que temos tudo. Ou que chegamos a algum lugar.

As vezes, o destino pode fugir das nossas mãos.

Sem que a gente escolha. Sem que a gente queira.

"Viva, Jungkook", foi a última frase contida naquele bilhete, naquele maldito bilhete, antes que o meu destino escapasse pelas minhas mãos tal como areia da praia.

Uma catástrofe, a maior delas, e aqui estou sendo um sobrevivente.

Nunca fui de acreditar nos romances dos filmes ou em amores que duram uma vida inteira, afinal sentimentos são bem complicados; mas acredito em destino.

E Park Jimin era o meu.

Hoje, caminhando pelas ruas refinadas de Busan — com suas lojas temáticas, templos decorados e praças movimentadas, eu compreendo que o destino não pode ser alterado.

O que significa que ele ainda seria o meu, independente das circunstâncias atuais, ou das escolhas de cada um.

Ele ainda seria meu.

Serendipity, que significa uma feliz descoberta ao acaso, ou a sorte de encontrar algo precioso que nem sequer estávamos procurando.

Puramente destino.

Era imutável, ininterrupto e absoluto, assim como o meu amor por ele.

Porque Park Jimin era sim, o meu primeiro e o meu último amor. E meu destino.

(...)

📚📌

JIMIN

As primaveras em Londres ainda me causam muita nostalgia.

Principalmente em dias chuvosos, quando as nuvens ganham uma coloração azulada e o céu tons de violeta; seria uma combinação bastante peculiar, se não fosse tão particular aos meus olhos.

E bela, muito bela. Me trazem lembranças de casa.

Lembranças de Busan, de Seul e...
De tudo que deixei para trás.

Pensar nisso me faz refletir muito no passado, e principalmente em como tudo começou.

A minha vida, a minha carreira. Tudo aconteceu tão rápido, tão inesperadamente, e eu ainda não saberia contar nem a metade.

As fruitcakes da cafeteria mais famosa do bairro também ganharam seu espaço, me fazendo sair de casa em plena chuva só para apreciar seu sabor extraordinariamente agradável.

Sozinho numa tarde chuvosa, ocupando uma mesa minúscula da Monmouth Coffee e olhando a tela do celular, minha mente me torturava, trazendo inúmeras lembranças; a maioria delas me faziam sorrir, como as que envolviam o Taehyung e seu senso de humor nada casto.

Nossa, quanta saudade eu sentia dele!

Da sua risada aguda, dos cabelos platinados que ele sempre me obrigava a ajudar a tingir quinzenalmente, das piscadas flertantes a cada cinco minutos, e até dos diálogos longos e indecorosos sobre seu romance atípico com o Yoongi.

A falta que o meu melhor amigo fazia era difícil não doer.

Assim como as lembranças do Hobi e das noites que passávamos no auditório, dançando até a exaustão e ensaiando os passos mais complexos e sensuais que ele mesmo elaborava — com ideias minhas, é claro. Me orgulha imaginar onde ele pode ter chegado com seu talento inegável.

Tais lembranças eram insuperáveis.

Assim como outras lembranças.
As lembranças dele...

Jungkook.

Como não pensar em quem havia me aproximado da felicidade unicamente por respirar?

Como não pensar em quem exercia o total controle sobre mim — por dentro e por fora?

Como não pensar, se eu havia lhe entregado muito mais que sentimentos, muito mais que meu corpo, mas minha alma, o meu ser inteiro?

Jungkook.

Quem havia me atravessado por completo, deixando rastros dele por toda a parte, eternizando sua essência em mim sem que eu pudesse evitar.

Jungkook. Jungkook. Jungkook.

Lembrar dele era o mais nostálgico de tudo.

Pensar nele ainda me enlouquecia e me acendia como ninguém mais era capaz de fazer, e eu o amava.

Para total abandono da minha razão e total desassossego do meu coração quebrado, eu ainda o amava.

Com tudo de mim. Com tudo que ainda restava de nós.

O meu amor de Busan seguia vivo, latente, desesperado e assíduo, e é justamente por isso que algumas lembranças são tristes.

As lembranças com ele.
Jeon Jungkook.

"Meu amor, éramos tão jovens..."

O tempo têm passado devagar, e pensar nas lembranças me faz viver a linha tênue entre a saudade avassaladora e a esperança.

Afinal, são mais de oito mil quilômetros até você, ou oito mil quilômetros?

(...)



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🧡

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