Capítulo 17: Contos do Passado.

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Renier e seu grupo se encontravam no topo de um morro, suas respirações entrecortadas pelo esforço da subida íngreme. Abaixo deles se estendia a cidade portuária do Império Aurélia, suas muralhas imponentes cercando-a como garras afiadas. O rio que cortava a paisagem refletia o sol poente, enquanto os mastros dos navios se erguiam como espinhos na água.

No entanto, a beleza natural da cena era maculada pela presença sombria que pairava sobre a cidade. Soldados uniformizados patrulhavam os portões, seus olhares vigilantes percorrendo a linha do horizonte. Ao redor das muralhas, figuras sinistras balançavam suavemente, penduradas como advertências macabras. Eram corpos inertes, vítimas de um destino cruel, sacrificados em nome de algum culto obscuro que agora dominava a cidade.

No lugar da ordem e da prosperidade outrora associadas à metrópole, agora reinava o caos. Mercenários arrogantes marchavam pelas ruas, usurpando o poder e instaurando um regime de terror sobre os habitantes.

Renier voltou-se para o grupo, cruzando os braços e exibindo um olhar sério.

- Pelo visto, nossos planos terão que mudar um pouco - declarou ele, suspirando com desgosto.

Um arrepio percorreu o corpo de Celestia enquanto ela sentia uma presença negativa e sinistra pairando no ar. - Renier... Há um demônio na cidade - afirmou ela, apertando o tecido escuro de sua calça.

- Você consegue sentir a presença daqui? - perguntou Sapphire, demonstrando curiosidade.

- Os Elfos são bastante sensíveis ao fluxo da natureza. Quando algo malévolo está presente, é fácil para eles sentir e localizar - explicou Aura.

- Talvez não seja uma boa ideia todos nós entrarmos na cidade - ponderou Renier. - Aura e Celestia virão comigo, enquanto o restante permanecerá em um local seguro até que confirmem a situação da cidade - decidiu ele, voltando-se para as duas.

Aura assentiu em concordância. - Sem objeções.

- Nunca enfrentei um demônio antes. Você tem certeza de que apenas nós seremos suficientes? - questionou Celestia, mostrando preocupação.

- Embora sejam apenas rumores, ouvi na corte que um demônio comum tem poder suficiente para subjugar aventureiros de rank B - alertou Anastasia, preocupada com a segurança do grupo.

Renier ponderou por um momento. "Aventureiros de rank B, se for como em jogos ou histórias são altamente fortes, porem humanos ainda então não seria surpresa perderem", pensou ele, levantando as mãos e criando um grande portal em forma de espiral azul, decorado com nebulosas roxas e estrelas, surpreendendo todos com sua súbita ação.

- O que é isso? - perguntou Sapphire, com os olhos arregalados.

Confusa com a situação, Anastasia indagou: - O que aconteceu?

- É um portal, obviamente, pela estética - respondeu Renier, dando de ombros. - Ele irá mantê-las seguras, levando-as para uma dimensão neutra à qual apenas eu terei acesso. Não haverá perigo se acontecer alguma situação caótica até que Celestia, Aura e eu confirmemos a segurança da cidade - explicou ele, tentando tranquilizá-las com um sorriso.

Sapphire deu alguns passos à frente, colocando a mão dentro do portal, exibindo um sorriso divertido, revelando uma sensação estranha, porém agradável, que passava por algo intangível.

- O que tem do outro lado? - perguntou ela.

Renier soltou um sorriso convencido em resposta. - Heh, quando vocês entrarem, vocês vão descobrir... apenas chamem esse espaço de "Palácio", será um nome apropriado, eu suponho.

- Você gosta de ser exibido - comentou Aura, soltando uma leve risada.

- Anny, você vai ficar em um lugar diferente - afirmou Renier.

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