Capítulo 5: O Que Espreita no Escuro é o seu Inimigo?

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Renier e Aura avançavam pela densa vegetação da Floresta Perdida, mergulhando na escuridão sombria entre as árvores. Por horas, uma sensação constante de serem observados os acompanhava, enquanto ruídos sussurrantes e vislumbres fugazes mantinham seus sentidos alertas.

Com suas espadas sempre em mãos, Renier e Aura protegiam um ao outro, recusando-se a investigar os sons perturbadores que ecoavam ao redor deles.

"Este lugar é assustador. Fico surpreso pela Aura, tenha atravessado essa floresta sozinha apenas para me encontrar", ponderou Renier, seu olhar desviando-se para as costas dela com uma mistura de preocupação e admiração.

- Aura, você já encontrou algum Pesadelo antes? - perguntou Renier, curioso sobre a natureza dessas temíveis criaturas.

- Eles podem assumir diversas formas, desde abominações grotescas até seres que se assemelham a humanos normais, tudo para iludir suas vítimas - respondeu ela, seus olhos varrendo os arredores em constante vigilância. - Mantenho-me oculta o máximo possível. Uma pessoa sozinha seria um alvo fácil para essas criaturas - acrescentou, lançando um olhar furtivo para Renier para garantir que suas costas estivessem protegidas.

- Então, assumindo qualquer forma... Isso significa que podem se passar por humanos, até mesmo por pessoas que conhecemos? - perguntou Renier, sua expressão carregada de preocupação.

- Dizem que os Pesadelos ganham esse nome devido ao nosso próprio subconsciente. Eles exploram nossos medos mais profundos, nossos traumas, criando ilusões para despedaçar mentalmente suas vítimas - explicou Aura sombriamente.

Renier sentiu um calafrio percorrer sua espinha, percebendo que estava em um território perigoso e hostil, onde criaturas capazes de causar sua morte se escondiam nas sombras.

Os Pesadelos eram seres misteriosos que emergiram de universos desconhecidos, não de origem demoníaca nem criados por deuses, mas sim entidades que buscavam apenas semear o caos e a angústia humana de maneiras incompreensíveis e aterradoras.

Uma explosão ecoou ao longe, fazendo com que ambos olhassem na direção norte da floresta, onde um clarão vermelho se destacava entre as árvores em chamas.

- Alguém está incendiando a floresta, pelo que parece - comentou Renier, sua curiosidade despertada ao considerar se estavam realmente sozinhos naquele lugar sombrio.

- Seria ingênuo pensar que estão sozinhos aqui. Se fosse fácil usar fogo na floresta, este lugar já teria sido reduzido a cinzas há muito tempo - respondeu Aura, sua voz carregada de sabedoria sombria enquanto ambos permaneceram vigilantes, cientes de que não estavam sozinhos na escuridão da Floresta Perdida.

Segurando firmemente a mão de Aura, Renier sentiu uma vibração sob seus pés enquanto avançavam pela densa vegetação, levando-os a se abrigarem rapidamente atrás de uma grande árvore.

- O que foi? - sussurrou Aura, percebendo a tensão em Renier.

O som se intensificou, ecoando na escuridão entre as árvores, anunciando a chegada de uma criatura grotesca. Com dois chifres de galhos entrelaçados emergindo de uma pelagem feita de folhas mortas, seus membros se estendiam até o chão, garras ensanguentadas e uma cabeça ausente, substituída por um par de olhos vermelhos brilhantes em um rosto escuro.

Renier observava cautelosamente os movimentos da criatura, atento para evitar qualquer movimento brusco que pudesse denunciá-los.

- A-Ajuda... Ajuda... - murmurou a criatura em uma voz distorcida e macabra, ecoando como um lamento agonizante em meio à escuridão.

"Ele está tentando atrair alguém?" pensou Renier, desconfiado das intenções da criatura ao fingir comunicação.

Com a mão sobre a katana, Aura observava a cena com uma mistura de preocupação e determinação. Para eles, enfrentar um dos Pesadelos mencionados anteriormente não era uma opção simples; eles precisavam ser cuidadosos, conscientes de que essa criatura poderia possuir habilidades ou influências desconhecidas neste território sombrio e hostil.

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