Um amigo idiota

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{Aviso está fanfic contém o headcanon do Arackniss com Hidrofobia, não pretendia me aprofundar no trauma dele nesse capítulo então se quiserem saber mais vão ter que aguardar os próximos, Boa leitura!)

Arackniss

Sua cabeça doeu como o inferno e seus olhos arderam como se estivessem tendo a retina queimada por uma alta temperatura, porém isso logo desapareceu e deu lugar a um clarão cegante e uma dor excruciante em todo seu corpo. Quando Arackniss se situou melhor aonde estava, o mesmo deu de cara com uma lembrança amarga, seu irmão caçula erguendo a voz pro pai de ambos. Sua mente travou enquanto via aquela cena, ainda se lembrava de como agarrou os braços da poltrona onde estava assustado com a violência gráfica a sua frente. Anthony apanhava, caia e mesmo assim levantava. Ele ria loucamente e era óbvio que estava sobre efeito de cocaína ou alguma outra droga, Jonathan se continha em tentar manter a expressão neutra, ele não podia demonstrar ele não podia ajudar ele não podia...  Uma mão firme repouso sobre seu ombro o apertando sem leveza, seus olhos viraram pra cima em busca de quem fosse, a visão era borrada, e ele não tinha certeza só sabia que era alguém da "família".

Um baque surdo foi escutado e logo o loiro caiu no chão, ele não se levantou mais. A voz não saiu quando tentou chamá-lo, todos que assistiam a cena se retiraram enquanto ajudavam o chefe a limpar as mãos sujas com o sangue daquela vadia nojenta. Molly foi enfim solta dos braços de um daqueles homens e correu em direção ao corpo desacordado de Anthony. Ele estava respirando, Arackniss queria ir até lá e abraçar os dois, consolar a mais nova e dizer que tudo ficaria bem... Mais ele não podia, novamente aquele aperto em seu ombro foi feito e um sussurro de "Não faça nada" fez presença. Seus olhos marejaram ele queria tanto chorar... Mais ele não tinha nem mesmo esse direito, ele era o "garotinho perfeito" ele não tinha direito de demonstrar fraqueza, ele não tinha direito de ser humano.

Seus olhos se fecharam e o mesmo sentiu caindo em um imenso vazio, seu peito apertou e então a sensação de afogamento fez presença, aquilo o fez abrir os olhos na mesma hora enquanto tossia assustado usando os braços pra impedir seu rosto de ser enfiado novamente contra a água, seus olhos marejaram e a garganta arranhou enquanto o mesmo tossia tentando expelir tudo que foi engolido nos segundos que foi submergido. Aquele que lhe segurava logo o soltou e Arackniss enfim se afastou de onde estava novamente tossindo e tremendo pelo pânico, seus medos pareceram ficar ainda mais crescentes em um pânico latente. A aranha menor tremia em terror, seus olhos encheram de lágrimas e logo a pessoa que estava atrás de si pingareou irritada.

- Já acabou? - Heroin perguntou com a voz grossa e estridente, ele provavelmente chegou a pouco e encontrou o filho desmaiado... Não era a primeira vez que era "acordado" daquela maneira toa gentil. - Você tem um trabalho as 7. Se arrume e limpe a sua bagunça. - o escorpião/tarântula afirmou enquanto dava meia volta, Jonathan se encolheu contra o chão gelado do banheiro tremendo ainda pela recém sensação de afogamento, os traumas de tantas outras vezes vieram a sua mente, ainda lembrava de tantas vezes em que foi punido com aquela sensação. Seu olhar subiu pra banheira cheia ao seu lado o medo atingiu sua espinha enquanto se encolhia de pavor, o pequeno mafioso levantou ainda trêmulo e correu aos tropeços pra fora dali, a aranha puxou os cabelos enquanto repetia várias vezes um mantra de vários "vai ficar tudo bem, está tudo bem" na tentativa de se acalmar.

Assim que olhou envolta notou que estava no quarto do mais velho, há, claro. Afinal no seu próprio não tinha uma banheira, céus ele nem tinha o que podia ser chamado de cama! Era pior que um colchonete usado de academia, estava todo remendado por sinal... Com um suspiro a aranha se apoiou na parede andando até a própria "cela" que Heroin afirmava ser um quarto maravilhoso, até parece. Enquanto o pai dormia com travesseiros de pena de ganso e tinha móveis de madeira nova a pequena aranha dormia naquele lugar apertado com uma única mesa quase partida ao meio, também tinha uma cadeira dobrável que ele roubou da sala de apostas, afinal se não fosse isso ele nem teria onde se sentar, o chão era manchado por sangue seco e tinha alguns buracos, a única parte "nova" era a estante com diversas armas penduradas ou deitadas, balas suficiente pra uma massacre eram expostas em fila sobre a prateleira mais baixa. Seus olhos foram em direção ao colchão fino e logo o mesmo jogou o corpo contra aquela direção, um gemido dolorido escapou enquanto sentia a dor de se deitar em uma cama de ferro enferrujado, era parecido com aquelas mesas dobráveis de bar que só de você se aproximar elas já fazem barulho. Arackniss tinha certeza que uma hora enquanto dormia aquela coisa ia quebrar e machucar suas costelas, as vezes sentia falta de quando era vivo... Pelo menos naquela época a cama era macia...

- ARACKNISS. - o grito de seu pai o fez levantar rápido em desespero, a visão escureceu um pouco mais a aranha logo balançou a cabeça tentando afastar aquela vertigem, o que só pirou, o moreno bufou de frustração consigo mesmo, se soubesse que iria acabar assim não teria feito aquela cena mais cedo. - NÃO ME FAZ TE GRITAR DUAS VEZES SEU LIXO. - Heroin como sempre um pai amoroso e prestativo, a aranha suspirou enquanto enfim se levantava saindo do quarto e passando pelos corredores. O apartamento não era dos mais simples, na verdade era bem luxuoso, o que não fazia jus ao fato de dormir em uma cela, céus até o que deveria ser a janela foi cimentada e tinha grades!

- as vezes a ideia de né prostituir não é tão ruim... - murmurou baixo pra que o pai não lhe escutasse enquanto via pela janela da sala um poster de um novo filme porno de seu irmão. Concerteza ele estava vivendo melhor que o mais velho, ao menos ele torcia pra que sim... Seu coração não iria aguentar saber que seu pequeno irmãozinho estava sofrendo nas garras de um cafetão sádico oh que Anthony estava passando necessidade... Seu único medo era de fato que ambas as hipóteses estivessem certas e por Deus ele torcia pra que isso fosse apenas seu lado neurótico falando.

.....

[Pentious]

- então, eu não sssei o que fazer.... - pentious afirmou enquanto coçava as próprias mãos envergonhado, o cientista a sua frente apenas o encarou com desdém antes de se voltar para a mistura que fazia, estar no inferno pra Baxter tinhas suas vantagens sem dúvidas. A primeira era o fato que finalmente era homen de corpo e alma, a segunda era que tinha acesso enfim a ciência avançada e céus, a química nos últimos anos tinha evoluído tanto que ele se sentia orgulhoso de ser um gênio cientista daquela área, e a terceira era a infeliz companhia de outros gênios de diferentes épocas... Algo benéfico e amaldiçoado de certa forma.

- Aceite a proposta, se eles vão financiar a reconstrução do seu dirigível deve valer a pena.- afirmou enquanto terminava de colocar uma gota do líquido recém misturado em uma paleta de microscópio, o peixe lanterna logo se virou pra ver mais de perto. - HA! FINALMENTE CARALHO!

- ai misericórdia! - pentious se assustou com o grito e logo se escondeu atrás de uma mesa porém logo que se recuperou do susto encarou Baxter em curiosidade. - que tu fez Baxy?

- Primeiro, somente uma pessoa em todo esse inferno pode me chamar assim. - afirmou o olhando de maneira irritada porém logo desfilou pomposamente com o pote em mãos, este que possuía um líquido verde um pouco assustador na opinião de pentious. - E segundo! Isto meu caro Pentious é uma solução ácida que tem capacidade de dissolver 99% dos ossos de um ser humano e também e um delicioso molho pra comida mexicana. - após dizer o cientista sorriu enquanto ia em direção a um prato com um burrito sobre a mesa, logo o mesmo jogou o líquido sobre e assim o enfiou na boca de uma vez.

- santo Lúcifer...- Pentious disse enquanto fazia careta ao ver o amigo comendo seja lá o que for aquela mistura com o burrito. - e depois dizem que eu sou o estranho por comer ovos.

- Penny você literalmente come seus filhos. - Baxter brincou enquanto falava de boca cheia o que fez a serpente o olhar indignado.

- eu nunca! Comeria meus filhos! - afirmou enquanto rasteja até um eggbois e o pegava em seus braços. - nunca! Meus pequenos filhos merecem tudo do bom e do melhor enquanto ainda mantém suas curtas vidas!

- Aham,senta lá Cláudia. - Baxter respondeu e logo se voltou para o seu delicioso lanchinho da tarde, a quanto tempo ele tava sem comer? 2 dias? 3 dias?... Ah, quem liga, só tem uma pessoa em todo o inferno que ficaria preocupada com isso... E ela não estava ali no momento pro seu alívio. - Que cara é essa pentious... - Baxter questionou enquanto o encarava de forma preocupado ao notar o amigo choroso se encolhendo num cantinho.

- você mandou eu sentar - afirmou e logo o cientista revirou os olhos. - aí eu sentei.

- você é um idiota Simon. - afirmou o cientista porém logo Baxter foi até ele lhe dando uns tapinhas no ombro. - mais é meu amigo idiota.

- somos amigos? - a serpente perguntou com os olhos brilhando e logo Baxter bufou de virando enquanto gritava um "não", Pentious riu enquanto rastejava envolta do pequeno peixe lanterna. - Somos ssssssim!~ você mesmo disse Dexter!~ - Baxter se arrependeu de dizer aquilo mais sorriu ternamente enquanto era quase esmagado pela serpente saltitante de alegria, ele era um idiota, mais era seu amigo definitivamente.

[Continua....]

Amargo veneno - Pentniss Onde histórias criam vida. Descubra agora