Amargo veneno - Pentniss

Na toca da serpente

Arackniss apertou a alça da pequena mochila em suas costas com certo nervosismo. Encarar o prédio a sua frente não parecia difícil, porém as vibrações que sentia do solo aos seus pés indicavam uma possibilidade infinita de armadilhas postas de maneira desajeitadas. Seu campo de visão era amplo graças aos 2 pares de olhos extras mais isso não diminuía a tensão formada em seu pequeno corpo, Heroin e seu Consaglieri estavam ocupados conversando entre si pra notar a preocupação da pequena aranha. Já estavam parados a uns 10 minutos esperando Pentious abrir a maldita porta, infelizmente Arackniss deu sorte de terem chegado com uma hora de antecedência, caso contrário o trabalho de atravessar o campo minado a sua frente seria todo seu, afinal Heroin não tinha nada a perder se não só uma aranha pequena e magricela, já que a muito tempo ele não era mais considerado sequer um filho... Talvez um escravo, uma arma... Mais não um filho, ironicamente esse título só pertencia a molly e olhe lá. A aranha engoliu a saliva logo abrindo e fechando a boca tentando reunir coragem e palavras pra dizer o que queria, mais a cada tentativa a ansiedade era pior que no momento anterior, céus se estivesse vivo morreria de novo apenas de ataque de pânico encarando aquele lugar e o motivo parecia idiota se bem olhado, um pequeno lago que aparentava ser raso bem a frente da toca da serpente.

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Sir pentious rastejava satisfeito enquanto cantarolava acompanhado da música de um velho rádio, por mais que odiasse admitir as estações de rádio do inferno eram as melhores que ele já tinha escutado, apesar de ser um gênio steampunk que presava pela sua estética "antiquada", como diria a garota bomb, ele ainda sim apreciava músicas modernas e deus as vezes agradecia por não ser mais obrigado a viver só de opera, não que ele desgoste desta.
    A serpente sibilou animada enquanto jogava uma chave de fenda em algum canto, porém pro seu azar logo um dos eggbois o chamou, o pequeno ser ovóide lhe prostrou serviço afirmando que pentious possuía visitantes esperando por ele na área superior, ou seja na parte que era considerado uma "casa" de fato.       
  Sua mansão era dividida em três áreas no total; Superior, onde ficavam a mostra uma espécie de caverna esculpida como uma boca de serpente, deus sabe quanto dinheiro Pentious investiu naquela excentricidade. Lá era onde ficava as partes menos essenciais da casa por assim dizer, uma cozinha extra, banheiro, sala de estar... Apenas o básico e o necessário apesar de haverem diversas salas desocupadas. A parte intermediária era onde ficava seu precioso laboratório, paredes revestidas de metal forte e bem construído de maneira a aguentar até mesmo um ataque nuclear, seu covil tinha um gerador próprio de energia também, afinal sendo uma serpente ele não podia correr o risco de em caso de um acidente na fiação elétrica e a  temperatura estar baixa ele poderia simplesmente congelar até a morte!

   Voltando a pentious agora ele estava já adentrando ao elevador que levaria-o em direção ao "primeiro andar", porém seu sorriso morreu quando um barulho de trava se fez presente, sua infelicidade se tornou maior quando um barulho fez o objeto metálico travar no lugar, algum ovóide devia ter feito besteira novamente, ah, como podia ser tão azarado.
    Voltando a explicar sobre sua mansão quade subterrânea, a área que quase não era acessada e ficava abaixo de tudo aquilo era a verdadeira toca de Pentious, Seu quarto e o dos meninos estava lá, havia uma cozinha digna de um rei e pelo menos três banheiros (apesar de não ser exatamente uma prioridade dada sua fisionomia atual...), o único male de tudo aquilo era... As vezes que o elevador podia emperrar, e isso gerava situações malditas como a atual onde o mesmo se encontrava tentando usar a porcaria do pé de cabra pra abrir aquelas malditas portas de metal, maldito seja seu gênio interior que decidiu fazer as malditas serem tão bem revestidas com metal adamantino.

- "Cristo... Estou ferrado.." - a serpente murmurou em pânico enquanto pensava como explicaria a situação atual pra Heroin, um mafioso sem paciência que ao invés de usar palavras usava balas. Oh, não! Oh não! Ele estava completamente ferrado! Iria virar uma mancha sangrenta em seu carpete novo de veludo!.... Os olhos só de pensar encheram com lágrimas dramáticas enquanto se enrolava em sua própria cauda. Céus! Estava morto! Morto!