VOLÚPIA • " one shots " veronita

Flashbacks

Inspirado na música On My Own - Darci.

•

Eram 01:28 da manhã, Verônica e sua chefe da DHPP estavam conversando ora sobre assuntos da delegacia, ora sobre vida pessoal — e de vez em quando, eram alfinetadas ou provocações sobre quaisquer aspectos, motivos, assuntos. — Após o longo e exaustivo mês de trabalho, Carvana reuniu seus colegas da delegacia para fazer uma pequena confraternização na casa de Anita, pois todos os casos engatados no mês, foram resolvidos naquela semana. Uma pequena comemoração fora bem sucedida com todos os convidados que participaram.

Todos os colegas de trabalho já haviam ido para suas respectivas casas, exceto Carvana e Lima, que estavam esperando o carro de aplicativo chegar, para que então possam
ir para seus apartamentos. Ambos moram no mesmo, porém em blocos diferentes. Berlinger, como sempre, estava deslumbrante. Usava um
vestido curto e decotado de cor preta, junto de um colar de algemas e mais alguns enfeites em suas orelhas, pescoço e dedos. Acompanhada de um salto vermelho escuro. Nada muito chamativo, pois o que chamava atenção era sua boca, pintada por um vermelho tão vivo que parecia ofuscar todos ao seu redor.

Verônica usava um vestido do mesmo tamanho do que estava extremamente bem acentuado no corpo de sua superior. Diferente do traje de Anita, o seu vestido não possuía um decote que se iniciava no meio de uma de suas coxas, até o fim do vestido. O decote fora projetado no lado direito, quando Berlinger andava ou sentava, ficava com a perna direita quase completamente desnuda, ela sempre decide optar por uma vestimenta ousada, reveladora. E Verônica odeia a forma como sua escolha com roupas consegue mexer com a sua mente. Odeia a ideia de amar seu corpo sempre bem valorizado, quase revelado em qualquer uma das roupas selecionadas por sua chefe.

Estavam bebendo vinho, como já era de costume. A delegada não consegue beber cerveja como os outros, prefere exalar sensualidade com uma taça meia cheia de vinho suave. Torres desde sempre teve uma relação entre atração e raiva para com Anita. A sua maneira de lidar com qualquer situação, ou até mesmo a forma que seu corpo, sua energia, a mulher, em si, um tom de superioridade, dominância. Sua voz sempre obteve um timbre grave e rouco, porém seu traço mais marcante presente nos sons liberados de sua boca, com certeza era o tom autoritário que ela assumia.

Odiava sentir tesão apenas ouvindo sua voz, ou apenas a vendo. Odiava seu jeito escroto de tratar qualquer um, mas ansiava por qualquer mínimo detalhe que fazia Anita Berlinger ser Anita Berlinger.

Era impossível não desejar a qualquer custo uma mulher que manda tão bem quanto Anita.

Mais e mais goles no líquido vermelho, se saboreavam cada vez mais do álcool à cada minuto que passava. Carvana e o outro já haviam, provavelmente, chegado em seus locais de moradia. A delegada e a escrivã se olhavam com mais intensidade, Torres estava ofegante. O efeito que Anita causara se fundiu com o da bebida, Verô sentira o ar pesar, densamente. Ficar quase que palpável.

— Algo errado, Doutora? Se perdeu em minha beleza? — A escrivã terminara a frase com um sorriso no rosto, carregado de uma voz rouca e sarcástica.

— Eu apenas tive alguns flashbacks. — Verô a encara, dando a entender certa curiosidade sobre tais memórias. — Você é curiosa, né? — Anita desferiu as palavras com um sorriso sarcástico, falando quase que em forma de sussurro. — Lembra do seu aniversário de 24 anos, escrivã? — As memórias ardentes pouco demoraram para adentrar na cabeça da outra mulher. A de fios castanhos sentiu sua respiração ofegar mais e mais, enquanto seus lábios moldavam um sorriso malicioso.

— Quando estava tão sedenta por mim, que quase me comeu dentro do seu carro? Desculpe, apenas me lembro das frases ditas em meu ouvido. — Verônica responde, arrancando uma risada baixa e desejosa da Doutora.