Diário de uma jovem pensante

Eu ainda me lembro

Eu ainda me lembro
Das brincadeiras nos dias de céu azul.
Me lembro de esperar ansiosamente,
Para poder crescer e ser dona do meu próprio nariz.

Lembro de como eu era feliz.
E hoje me pergunto;
"Para onde foi minha felicidade?"

Hoje nada me afeta,
Nada me machuca.
Então, ser forte é isso?
Ou sera que me tornei um ser frio e sem coração?

Lembro-me de quando eu caia,
E ia buscar refúgio nos braços de minha mãe.
Hoje tenho machucados que ela nem sabe...

Eu ainda me lembro de estar em casa com meus irmãos,
Lembro do meu pai pedindo silêncio para ver tv,
E de minha mãe me chamando para ajudá-la na cozinha.

Eu sei que eu já estou na idade de amadurecer,
Mas eu ainda confundo felicidade
Com um sorriso momentâneo

Eu sei que seguir em frente é difícil.
Sei que mudanças são dolorosas.

Mas nada é mais difícil e doloroso,
Do que se sentir preso a um lugar ao qual você não pertence.

Eu ainda me lembro,
De como era bom ser feliz

Eu não sei em que momento
O mundo para mim
Perdeu a cor.

Então eu digo, e repito;
Eu me sinto perdido
Neste vasto mundo de memórias

Sinto falta da inocência
Da minha infância,
Onde um dia simples e barulhento
Em minha casa,
Foram os momentos mais felizes que vivi.

Para que eu queria crescer?
Para no fim, me tornar isso que eu me tornei?

Esse não sou eu,
Eu me lembro bem de quem eu era.
Eu só queria poder ser quem eu
Realmente era
Em minha imaginação.

Eu ainda me lembro.
Do quanto eu ansiava
Pelo dia de domingo,
Onde juntava a família
E era só alegria,
Cheio de cantos, dança e risadas.

Hoje, para mim domingo é o pior dia da semana.
Não há alegria, nem canto, danças e nem mesmo risadas.
São apenas barulhos tristonhos,
Gritos de raiva, brigas desmotivadoras.

Eu ainda me lembro.

Das brincadeiras de céu azul,
Onde minhas risadas
E os sorrisos dos meus pais,
Eram a coisa mais linda de se ver.