Eu não sou a melhor estudante do mundo, e é por isso que, assim como muitos outros colegas, precisei recorrer às pessoas mais inteligentes da turma. No entanto, me juntar ao usual grupo de estudos da Momo estava definitivamente fora de questão.
Nossa relação era marcada por uma tensão silenciosa, uma espécie de guerra fria que disfarçávamos civilizadamente. O motivo era óbvio para quem prestasse atenção: ambas nutrimos sentimentos pelo Todoroki.
Tudo começou no primeiro ano, quando as garotas da turma começaram a se reunir, e, entre várias fofocas, acabamos revelando quem eram os nossos "crushes".
Alguns desses eram óbvios: Uraraka era apaixonada pelo Midoriya, Mina tinha uma queda pelo Kirishima, e Jirou não conseguia esconder sua atração pelo Denki, apesar de suas implicâncias. Assim como Asui, imaginei que Momo diria que não pensava nisso, mas eu estava completamente enganada.
Naquele momento, admitimos que éramos apaixonadas pelo mesmo garoto, o meio-a-meio da Turma A. Nem preciso dizer o quanto foi constrangedor, né?
A partir daí, nossa relação mudou, e nos tornamos rivais na disputa pelo coração de Shoto, evitando qualquer interação que não fosse estritamente necessária. Quando digo apenas quando fosse estritamente necessário, é porque realmente corríamos uma da outra igual o diabo corre da cruz.
Por sorte, tive Kirishima e Bakugou como meus melhores amigos desde lá. Agora, no terceiro e último ano do colégio, nossa amizade estava mais forte do que nunca. Bakugou, apesar de sua personalidade rabugenta, sempre estava me ajudando nos estudos, mesmo que reclamasse o tempo todo.
Estávamos na nossa cafeteria favorita, cercados pelo aroma de café recém-moído e pelo murmúrio suave das conversas ao nosso redor. Kirishima tentava resolver um problema de física, enquanto o loiro corrigia minhas anotações de química com um olhar extremamente crítico.
— Você sabe que isso aqui está completamente errado, né? — disse ele, apontando para uma equação na minha folha.
— Sim, eu sei. É por isso que eu preciso de ajuda — respondi sem um pingo de paciência. Sério, aquela deveria ser a quinta vez que ele tentava me ensinar aquela matéria — A culpa não é minha se esperam um Faraday. Poxa, eu nem mesmo vou usar isso depois de formada!
Kirishima riu, levantando a cabeça do seu livro.
— Relaxa, S/N, ele só está sendo duro porque se preocupa.
Bakugou lançou um olhar fulminante para o ruivo.
— Cala a boca e vai resolver os teus problemas, seu fudido.
Kirishima, já acostumado com esse tipo de resposta, apenas ignorou a advertência e se inclinou para mais perto de mim.
— Falando em preocupações, como anda o seu progresso com o Todoroki?
Meu rosto ficou vermelho instantaneamente.
— Ah, você sabe, a mesma coisa de sempre — respondi sem ânimo, enquanto pensava o quão distante era a nossa relação. Amigos, sim, mas estávamos muito longe de qualquer coisa além.
— Não entendo porque você não usa sua individualidade nele...
Claro, eu sabia que tinha a capacidade de resolver isso com facilidade. Minha individualidade me concedia o poder de ler os sentimentos das pessoas e, dependendo de sua intensidade, até temporariamente manipulá-los. No entanto, eu odiava a ideia de usá-la em pessoas próximas.
Preferia respeitar a sua privacidade e evitar qualquer invasão indesejada. Livro arbítrio é bom, e minha mãe sempre me ensinou a não fazer com os outros o que eu não gostaria que fizessem comigo. Simples assim.
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𝗪𝗵𝗶𝘀𝗸𝘆 𝗰𝗼𝗺 𝗧𝗲𝗾𝘂𝗶𝗹𝗮 • [Imagine Bakugou Katsuki]
FanfictionNo último ano do colégio, você e Bakugou Katsuki são melhores amigos e estão mais próximos do que nunca. No entanto, amores ocultos e rivalidades ameaçam abalar essa amizade. Durante uma festa, você se vê dividida entre sua paixão por Todoroki e os...