Solidão
Eu não me imagino sendo uma esposa daqui a uns 10 ou 20 anos, não me imagino com aos 44 anos depois de dois ou três filhos, sendo substituída por uma versão mais nova e tola que eu , não me imagino amar ao máximo para ser apenas tolerada, apenas deixada de lado com uma placa invisível na testa escrito : uma mulher que já foi linda, sensual e fértil, vivendo apenas de vinho e sarcasmo explicito.
Eu me nego obedecer a regra da maldição, tradição, nada dura para sempre, talvez apenas a juventude intelectual da mente, eu posso estar sendo exigente, ou ridícula, mas entre nós, todos sabem que isso acontece, eu não sonho com a perfeição, nem me alimento de tristeza, apenas com o fato de que é preferível morrer sozinha, do que viver mal acompanhada.
Eu gostaria de plantar novas sementes em uma terra longe daqui, em uma terra fértil e inteligente, onde eu consiga respirar, entre nós, não é tudo sobre mim, e eu nem gostaria que fosse, atenção adoece, assim como a solidão. Mas eu consigo me imaginar vendo filmes antigos, dançando sozinha enquanto chove, me imagino escrevendo poesia, fazendo poesia, cozinhando durante a madrugada, me imagino correndo em um campo verde e fresco, com meu vestido florido e desabotoado, imagino meus frutos 50 anos depois, imagino meu amor florescendo dentro de mim,
Considero a solidão perigosa, mas também vantagiosa, me imagino assim, não seria tão ruim.
Jaula
Decoro minha sela com purpurina, meus donos parecem ser bonzinho e inofensivos, mas me tratam como um bichinho, frágil e incapaz de andar sozinho. Eles dizem que o mundo é uma vadia, e andam como santos, mas seus pecados os rodeiam em suas sombras, é tudo sobre ser superior, é tudo sobre ser perfeito e perigoso, é sobre ter doutrina , disciplina e manter as rédeas curtas, o mundo é uma puta.
Andei chorando com uma criança tola pelos cantos por muitos anos, hoje estou maduro e dormente, o tempo destrói tudo, meu coração era carente e dócil, hoje tenho uma pedra no lugar pulsando repulsa e ódio, Você me castiga e eu mais ainda, você me pune e eu também, você me odeia? Eu também!
Espirro sangue nas paredes e bebo cerveja, e mesmo que eu odeie ficar bêbada me embriago do caos necessário, dentro da minha jaula existe um monstro que fatia minha sanidade em pedacinhos e dá aos cães enraivados lá fora, existe um monstro, existe um demônio no cio, uma fera me deflorando descompassadamente, dentro de uma esfera, nessa atmosfera violenta e eterna, inferno na cela, não é uma batalha é uma guerra, é a minha guerra.
Manuscrito
você é quem faz essa ferida arder, você é quem me faz querer morrer.
Ele remenda e emenda , nunca se contenta
Ele emenda e remenda, nunca se entende,
Eu nunca me confundi com quem você era,
Já sabia de longe o que me esperava,
o que me desafiava a sair de fora da caixa.
Ele me fez bordar uma colcha de retalhos de esperanças,
E enquanto eu costurava a agulha me picava , eu sangrava,
Amei como uma submissa, como uma escrava,
Eu nunca confundi quem você era, quem você é,
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Belladonna- confissões de uma babygirl XXX
Poetry⋅˚₊‧ ୨୧ ‧₊˚ ⋅poesias de uma princesa torturada⋅˚₊‧ ୨୧ ‧₊˚ ⋅