Capítulo 19

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O amor é sempre paciente e generoso

Nunca é invejoso

O amor nunca é prepotente nem orgulhoso

Não é rude nem egoísta

Não se ofende nem se recente do mal

Não se alegra do pecado alheio

Mas se regojiza com a verdade

E tudo perdoa, tudo crê, tudo espera e tudo tolera

Seja o que vier!

Nicholas Sparks

Faye sentou-se ao lado da cama de hospital de Yoko mais tarde naquele dia. Ela estava vagamente ciente do reverendo falando com alguém no corredor, mas na realidade a única coisa que quebrou seu estado de dormência foi a sensação da mão quente de Yoko na sua. A garota estava ligada a vários monitores, um gotejamento intravenoso e algumas bombas.

Uma enfermeira entrou no quarto, verificou o monitor de Yoko e atualizou sua prancheta. Faye desviou o olhar para o monitor e suspirou ao perceber o olhar de pena involuntário da enfermeira. Provavelmente porque, duas horas antes, Faye estava com a mesma enfermeira e o reverendo, discutindo a notícia devastadora: Yoko tinha ainda menos tempo de vida do que previsto. Muito menos tempo.

O pai de Faye estava a caminho do hospital, mas ela sabia que não havia mais nada que ele pudesse fazer ali, além do que já fazia em casa. Segundo as enfermeiras, ele dedicava todo o seu tempo e recursos para encontrar algo que ajudasse Yoko. Se ela pudesse sentir algo naquele momento, sentiria gratidão. Mas tudo o que ecoava em sua mente era "Yoko" e "menos tempo" - isso era tudo que precisava ouvir - e a partir daquele momento ela não saiu mais do lado de Yoko.

Exausto, o reverendo foi para casa dormir e preparar uma mala para a filha, enquanto Faye se recusou a sair do quarto e dormiu ao lado da namorada. Sua mente parecia acordá-la a cada hora, impulsionando-a a verificar Yoko, ouvir o bipe do monitor e sentir o calor de sua pele.

Yoko dormia e acordava, e sempre que acordava não falava muito, então Faye apenas sussurrava palavras doces em seu ouvido e depositava beijos carinhosos em sua cabeça.

Na manhã seguinte, Faye despertou em seu assento, sentindo um peso em seu ombro. Ao olhar para cima, viu o reverendo parado ali, com a aparência de quem também não havia dormido muito. Ele usava roupas diferentes, mas seus cabelos estavam despenteados e a barba por fazer dava-lhe um aspecto desalinhado, contrastando com sua habitual aparência impecável.

"Vá para casa, querida." Sua voz era suave, mas tensa.

Faye negou com a cabeça. "Não, estou bem."

O reverendo se inclinou um pouco mais perto do ouvido de Faye. "Preciso de um minuto com ela."

Malisorn compreendeu e se aproximou de Yoko, beijando-a na testa. Quando a jovem se mexeu, ela sussurrou: "Volto logo, ok?" Yoko assentiu levemente.


XXX


Enquanto estava fora do hospital, Faye decidiu tornar o quarto de Yoko um pouco mais aconchegante. Graças ao seu pai, o local era bom, mas ainda sem graça. Então, ela passou em uma loja e comprou alguns balões coloridos e flores vibrantes.

Uma parte de Faye desejava ir trabalhar no telescópio, mas dúvidas a assolavam: e se Yoko estivesse muito doente quando o cometa chegasse?E se ela não estivesse viva para presenciá-lo? Então Faye ficaria com um telescópio realmente grande e sem Yoko. O nó em sua garganta veio e nunca mais saiu depois desse pensamento.

A Walk to Remember - FayeyokoOnde histórias criam vida. Descubra agora