Capítulo 05

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Faye estacionou em frente à casa de Dara no carro de sua mãe. Não era nada como dirigir seu bebê, mas ela estava feliz por finalmente ter tirado o imobilizador da perna e estar sentada ao volante novamente. Ela não conseguia suportar a ideia de ter que passar a noite de sexta-feira em casa enquanto todo mundo se divertia.

"Ok, então vejo você na escola na segunda-feira?" Faye disse.

Dara mordeu o lábio, parecendo nervosa e um pouco estranha. Com o grupo, esta noite havia sido divertido, mas o clima entre Faye e Dara ainda estava frio e não mostrava nenhum sinal de esquentar.

"Bem, hum, meus pais não estão em casa se você quiser entrar..." Dara disse. Sua confiança parecia ter voltado.

Com um suspiro profundo, Malisorn recusou o convite de Dara. "Não hoje, Dara. Tenho aulas particulares pela manhã." A desculpa, embora verdadeira, não pareceu convencer Dara. Inclinando-se para frente, ela mordiscou o lóbulo da orelha de Faye, um gesto que demonstrava sua insatisfação com a resposta.

Entre beijos no pescoço de Faye, ela sussurrou: "Eu sei, baby. Só pensei que...".

Mas Malisorn não a deixou terminar, empurrando-a suavemente para longe. "Boa noite, Dara", disse ela com voz firme.

Dara bufou, ofendida e desapontada. "Tudo bem, tanto faz", murmurou enquanto descia do carro. Faye fechou os olhos quando a porta se fechou e observou Dara caminhar mal-humorada para sua casa, esperando até que ela entrasse.

"Então tá", disse ela para si mesma enquanto se afastava.


XXX


"Bom dia, Faye."

Essa foi a primeira indicação de que algo estava errado porque bom e dia nunca devem ser ditos na mesma frase, especialmente em um sábado.

A voz da sua mãe ecoou mais uma vez, agora com um tom mais severo: "Faye!". A garota apertou os olhos, tentando se esquivar da luz da manhã que entrava pela fresta da cortina. "Acorde! Vamos, levante-se, levante, levante!". A Sra. Malisorn insistia, sua voz estridente cortando o silêncio do quarto. Para completar, ela começou a bater palmas, intensificando a irritação de sua filha. Com um gemido, Faye entreabriu os olhos, ainda lutando contra o sono.

"Mas é sábado, mãe!", protestou Faye, fazendo um biquinho enquanto se aconchegava novamente na cama. "Não tenho aula."

"Tutoria", a Sra. Malisorn respondeu com firmeza, e os olhos de Faye se arregalaram instantaneamente. A alegria que ela sentia segundos antes se dissipou, substituída por uma expressão de desagrado.


XXX


Faye observava a paisagem pela janela do ônibus, seus olhos perdidos em uma estrada vazia ladeada por pinheiros. Sentada na parte de trás, perto da janela, segurava seu celular no colo, mas sua atenção estava longe da tela. Um sentimento melancólico tomava conta dela enquanto observava o mundo passar.

Ao seu redor, os outros passageiros eram os benfeitores da cidade, pessoas que, ao que tudo indicava, estavam ali por escolha própria. Entre eles, Faye reconheceu Yoko Apsara, sentada em um assento no corredor, no meio do ônibus, imersa em sua leitura. Não que Faye estivesse procurando por ela ou algo do tipo.

A monotonia da viagem foi interrompida quando sinais de civilização finalmente apareceram na paisagem. O colégio Bonai se erguia diante dela, um prédio de um andar com um aspecto deprimente. Grades nas janelas, uma cerca de arame cercando o perímetro e pouquíssima grama completavam o cenário desolador. Faye se surpreendeu ao ver um quintal e uma quadra de basquete no local.

A Walk to Remember - FayeyokoOnde histórias criam vida. Descubra agora