𝟢𝟢𝟣. 𝖯𝗋𝗂𝗌𝗂𝗈𝗇 𝖿𝗈𝗋 𝗅𝗂𝖿𝖾

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❝ I will steal your soul
and break your heart

A água ia e voltava em um repetitivo e incansável ciclo

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A água ia e voltava em um repetitivo e incansável ciclo. Sentia o ar cada vez mais distante de meus pés, e o sol queimando minha pele, como se aos poucos, eu estivesse perdendo as forças. O vento entrecortado era como um suporte para que o barco se movesse violentamente em águas que costumavam ser calmas. Um agudo som ecoou acima de minha cabeça, e tive de forçar-me para conseguir levantar o olhar, sentindo o ardor dos raios solares atingirem com sucesso minha retina, diminuindo, consecutivamente, minha visão. O mundo em minha volta continuava girando, mas eu sabia que logo já estaria fora de órbita, completamente morta.

No entanto, quando os pensamentos mais sórdidos e fúnebres ameaçavam invadir meus pensamentos, novamente o som se repetira, e desta vez, ainda mais alto. Eu sabia que poderia reconhecer a sonoridade familiar, o som da esperança. Arrastei-me até a beirada do enorme transporte, afastando-me do buraco feito na madeira, o que estava fazendo a água entrar cada vez mais rápido. Ainda que eu tivesse aceitado minha morte, ouvindo agora o que poderia ser uma grande tripulação se aproximando, eu não poderia simplesmente me afastar. Precisava ir à luta.

Meus olhos se abriram com extrema dificuldade e a claridade novamente alcançou-me, e tive de me esforçar para simplesmente não fechar os olhos novamente, e então eu pude vê-lo. Era um navio, grande e repleto de... Piratas. Todos os que estavam agora mortos, minha antiga tripulação, os abominava firmemente, e temiam que fossem perigosos, conhecidos entre minha comunidade como assassinos e saqueadores, os responsáveis por nos levar à miséria, e com isso, tinha a certeza de que estaria morta em questão de segundos. Terminariam de bombardear o que restara do barco e com isso, eu também seria suprimida. Eu apenas abaixei meu olhar, acompanhando o som que se aproximava, até ouvir os passos, estavam entrando. Poucos, mas ainda o suficiente para que eu fosse incapaz de vencer. Estava fraca e desidratada, fora as queimaduras e cortes por todo o corpo, já estava destruída antes mesmo de me levantar para lutar, mas não poderia desistir.

Forcei-me a levantar, cerrando meus punhos e encarando agora os olhos de quem seria o responsável por minha trágica partida. Suas vestes eram revestidas de cores vivas e tecidos bufantes e chamativos, meus olhos percorreram toda sua extensão e um sentimento de familiaridade preenchera-me o peito, era como se eu tivesse voltado à minha infância, em um tempo em que eu visitei o circo, vez ou outra, quando restava algum dinheiro. Estava diante de mim uma figura engraçada, no entanto, muito curiosa. Era um palhaço. E quando percebeu que eu estava pronta e rapidamente armada para revidar, ele riu.

— Uma beleza peculiarmente única — Segurou meu rosto, levantando-o na altura de seus olhos, e eu fui resistente, ao esquivar-me, o que fez com que ele risse ainda mais. Se minha garganta não estivesse fraca o bastante pela sede, eu teria gritado —, uma coragem verdadeiramente admirável... Pequena coisinha... Você vem comigo.

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— Está pronta, minha matadora de homens? — Buggy anunciou inquieto, perguntando-me pela milésima vez a mesma coisa que todas as outras vezes — Os coelhos entraram na cova dos leões.

— Não durarão mais que dois dias — Balbuciei ao observar através da pequena janela de vidro, o novo bando que havia tentado invadir-nos. Buggy sabia que estavam com um mapa essencialmente importante, e que, procurados pela marinha, valiam uma recompensa extremamente lucrativa, certamente não perderia uma oportunidade dada de bandeja —, mas ouvi dizer que são bons de briga. Acha que vale mesmo a pena capturá-los?

— Está falando como se não conseguisse, Scar — Afirmou zombeteiro, o que me fez franzir os lábios em desgosto. Eu jamais fugi de uma briga antes. —, por um acaso está pensando em desistir?

— Me dê cinco minutos.

Afirmei cerrando os dentes e peguei minha espada, escancarando as portas da ala principal, encontrando-me frente a frente com os invasores curiosos que eu amordaçaria em questão de minutos. Um sádico sorriso curvara-se em meus lábios e o garoto com o chapéu de palha caminhou em minha direção. Tinha em seu rosto uma expressão um tanto quanto indecifrável, mas parecia aberto a uma conversa, o que não lhe convém nesse caso, porque não hesitei em derrubá-lo com uma rasteira, apontando a espada na direção de sua garganta, e o maldito fora ainda mais rápido em assustar-me ao esticar seu longo braço e empurrar-me com determinada força, fazendo com que minhas costas batessem contra alguns barris que caíram como em um jogo de boliche.

Levantei-me furiosa, seguindo em sua direção, mas quem me interrompera dessa vez fora um garoto dos cabelos verdes, ele tinha duas espadas nas mãos e uma em sua bainha, e agora apontava suas armas contra meu pescoço. Ergui minhas mãos, fingindo uma falsa rendição, e vendo sua expressão se suavizar, aproveitei para oportunamente atacá-lo, batendo contra sua traqueia, o que o fez cair no mesmo momento, desacordado. Era um truque bastante corriqueiro e clichê, mas ele parecia habilidoso com suas espadas, e eu tinha outros a lidar, então não poderia perder tempo.

— Vamos facilitar as coisas — Afirmei colocando minha espada contra a garganta do garoto, forçando meu pé contra a boca de seu estômago, o que faria com que demorasse mais a acordar. O garoto do chapéu ousou se aproximar e uma gota de sangue fora derramada quando toquei a ponta afiada contra a pele daquele que estava abaixo de mim —, vocês entram, e eu não o mato.

— Olha só, moça — Iniciou o garoto novamente se aproximando, e tornei-me em alerta no mesmo instante —, nós só estamos no lugar errado, na hora errada. Não queremos problemas. Agora devolva nosso amigo e então iremos embora.

— Ah... — Suspirei, dando uma risadinha, apertando mais meu pé contra seu peito — Vocês não têm escolha. Buggy sabe que estão com o mapa, ele quer vê-los. Entrem logo ou serei obrigada a tirar a vida do cãozinho de guarda esverdeado de vocês. E acreditem, não estou blefando.

Ergui uma das sobrancelhas, indicando que entrassem, então assim o fizeram. Com as mãos levantadas, um a um, colocava os pés para dentro da enorme tenda de circo em que Buggy costumava fazer seus shows de tortura. A garota ruiva apertou os olhos ao me encarar, o loiro abriu um sorriso nervoso, no entanto, piscou em minha direção, o garoto moreno de roupas esquisitas engoliu em seco, acenando positivamente, e o estimável Luffy tinha de parar no caminho.

— Não vai conseguir tirar de mim o que tanto quer — Afirmou de forma simplória e com confiança em seu tom de voz —, mas boa tentativa.

— Isso é o que vamos ver, garotinho fazendeiro.

— Isso é o que vamos ver, garotinho fazendeiro

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𝐂𝐈𝐑𝐂𝐔𝐒 𝐋𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 | Ronronoa ZoroOnde histórias criam vida. Descubra agora