capítulo 5 - Sinos

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"Vozes que quero escutar, mas não posso"
Megumi

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Nobara olhou curiosamente cada detalhe da sala, fazia muito, MUITO tempo que não dava uma boa olhada no mundo humano. A humanidade havia evoluído muito bem, para sua surpresa.

Tinha relapsos da época em que os reis reinavam sobre a terra e suas divisões, uma época glamourosa, porém cheia de preconceitos e violência, pessoas tratadas como posses e objetos. Era revoltante, mas eram problemas humanos, não lhe cabia intervir.

Relapsos, poucos relapsos, lembranças quebradas que ela não entendia.

Assim como a imagem do antigo rei demônio, uma sombra escura em sua mente, o que é bem estranho já que também nasceu na época da perseguição da realeza.

— Achou a decoração agradável? — Encarou o homem que entrou na sala acompanhado daquele jovem que fazia seu corpo sentir pequenos tremores. Olhos vermelhos e verdes, ambos eram intensos de maneiras intrínsecas.

— Bem interessante... Sabe, da última vez que vim passear por aqui, os homens andavam montados em cavalos.

— Hm, alguns ainda andam. Por esporte, necessidade ou apenas hobbie.

— Sério? — Foi Megumi quem perguntou, Sukuna suspirou e assentiu, dois leigos da sociedade moderna em um mesmo ambiente.

— Oh, mas alguns demônios vem fazendo uso de algo bem interessante, até me interessou. Isso ai na sua mão! — A rainha sucubu apontou para o aparelho na mão de Sukuna.

— Celulares no Reino demoníaco? Como chegaram lá? — Arqueou a sobrancelha. Nobara riu.

— Como você já descobriu, existem formas de sair do reino demoníaco, então nada impede de pessoas ou objetos entrarem non reino. Temos uma espécie de "mercador", os demônios adoram os brinquedinhos que ele leva ao voltar. — Deu de ombros.

— Quanto mais eu ouço, mais intrigado eu fico. — Sukuna sentou em sua cadeira e apontou para as duas à sua frente.

— O quê? Não somos tão diferentes. Nós, os humanos, até mesmo os seres divinos, somos todos mais parecidos do que você imagina.

— Enfim, vamos ao que interessa. O homem quem estamos procurando. Supostamente, um humano, que sabe sobre artefatos demoníacos. O que diabos ele quer fazer? — Sukuna fechou os olhos, sentia que esse assunto era como uma bola de neve rolando e se tornando um problema ainda maior.

— Não sei... — Nobara ficou pensativa. — Se ele roubou o artefato, talvez ele queira entrar no reino demoníaco?

— Continue.

— O artefato na verdade é uma chave, existem pontos espalhados pelo mundo que servem como portas, essas portas ligam o reino demoníaco ao mundo humano. — Explicou o mais claramente possível.

— E quanto às asas? — Megumi Indagou. Nobara estremeceu.

— Essa é a questão intrigante de verdade. As asas de diferentes espécies são poderosas às suas próprias maneiras. As asas de um súcubo, por exemplo, podem ser usadas para produzir uma "poção do amor", chamamos assim. Eu proibi esse uso inapropriado, já que além de causar danos ao dono das asas, essa poção nada mais é que escravidão cega e forçada. — Estremeceu. Odiava lembrar da época da antiga rainha súcubo e de como ela usava o próprio povo com crueldade, se ela gostava de poções, por quê não retirava as próprias asas?!

"Desgraçada, ainda bem que tá morta!". Seu sangue fervia só de lembrar.

— Mas é uma hipótese que podemos considerar. — Megumi murmurou desconfortável, para um anjo do amor, era difícil escutar sobre paixões forçadas. — Tem outro uso?

Penas de CristaisOnde histórias criam vida. Descubra agora