《Capítulo 4》

15 4 9
                                    

Na alvorada do dia seguinte, Mailo passou a lamber a mão de Analuz, a aspereza úmida do contato a fez acordar progressivamente até abrir os olhos encontrando a criatura peluda deitada a sua frente.

— Bom dia tio Mailo. Dormiu comigo não é?

O gato respondeu com um miado rouco.

— Agradeço por isso e também por seu cuidado e carinho. Embora um pouquinho ocioso, você é um bom tio, sobretudo sendo assim, um gato, peludo e fofinho. — riu Analuz recebendo uma lambida do bichano na pontinha do nariz — Também adoro você. — o abraçou firme o fazendo dar alguns miados baixinhos.

O sol anunciava às seis da manhã pela janela, a menina soltou do gato o dando um afago, se sentou coçando os olhos, levantou-se arrumando a cama, trocou de vestido colocando um branquinho rodado de estampa de florzinhas e refez o coque em seu cabelo. Antes de descer, pegou seus livros e sua sacola de palha trançada feita por ela mesma onde ficavam seus materiais para a escola.

Chegando ao pé da escada sentiu sua energia se estabilizar e ela sabia muito bem o motivo. Caminhando até a cozinha encontrou sua avó concentrada fluidificando um copo de água.

— Bom dia vó. — desejou Analuz cautelosa para não assustar a senhora.

— Bom dia minha estrela. — Naná a observa — Vejo que já esta estabilizada, — entrega o copo de água a ela — aqui, beba.

— Agradeço vó. — toma um gole Analuz — Estou mais estabilizada porque ele esta se aproximando.

— Ele já chegou faz alguns minutos. Está ali na horta conversando com os coelhos que estavam levando algumas cenouras roxas. — contou Naná.

— Os coelhos de novo? — ela ri — Eles sabem que é só pedirem.

— Pronto Naná conversei com os orelhudos! — exclamou Gabriel aparecendo na porta da cozinha. Ao ver Analuz a energia dela chegou até ele o impactando — Bom dia minha Luz.

— Bom dia Gabriel. — retribuiu ela sorrindo genuinamente com os lábios ao encontrar aqueles olhos celestes.

— Agradeço por esclarecer tudo com eles fio. — disse Naná os observando.

— Para quem disse que os animais não se conectavam com você... — iniciou Analuz.

— Você me mostrou que eu só estava com receio e os animais sentiam isso. — interrompeu Gabriel dando um sorrisinho bobo sendo retribuído — Está pronta para irmos?

— Estou, só vou terminar minha água. — se volta para Naná — Vó, cadê o vovô?

— Foi para a cidade logo cedo, precisava avisar que ficará mais uns dias por aqui fia. — respondeu Naná fazendo carinho em Mailo que se esticava em uma de suas pernas. — Mas ele vai esperar os dois ao final do talude depois da escola, não se atrasem.

— Sim vó. — acatou Analuz colocando o copo vazio de água sobre a bancada.

— Sim Naná. — disse Gabriel da porta — Vamos minha Luz?

— Vamos. — da um abraço em Naná e vai em direção a porta — Amo a senhora, até mais tarde vó. — se despediu Analuz.

— Também amo você minha Estrela. Até meus fios! — Retribuiu Naná pegando Mailo no colo enquanto os via saindo — E agora só eu e ocê meu fio, mas não pense que vou ficar carregando vosmecê o dia todo.

Seguindo pelo caminho rumo a alameda, Gabriel tratou de segurar os livros de Analuz bem como sua sacola e a disse:

— Vai, vai ser você.

PREMAOnde histórias criam vida. Descubra agora