Na alvorada do dia seguinte, Mailo passou a lamber a mão de Analuz, a aspereza úmida do contato a fez acordar progressivamente até abrir os olhos encontrando a criatura peluda deitada a sua frente.
— Bom dia tio Mailo. Dormiu comigo não é?
O gato respondeu com um miado rouco.
— Agradeço por isso e também por seu cuidado e carinho. Embora um pouquinho ocioso, você é um bom tio, sobretudo sendo assim, um gato, peludo e fofinho. — riu Analuz recebendo uma lambida do bichano na pontinha do nariz — Também adoro você. — o abraçou firme o fazendo dar alguns miados baixinhos.
O sol anunciava às seis da manhã pela janela, a menina soltou do gato o dando um afago, se sentou coçando os olhos, levantou-se arrumando a cama, trocou de vestido colocando um branquinho rodado de estampa de florzinhas e refez o coque em seu cabelo. Antes de descer, pegou seus livros e sua sacola de palha trançada feita por ela mesma onde ficavam seus materiais para a escola.
Chegando ao pé da escada sentiu sua energia se estabilizar e ela sabia muito bem o motivo. Caminhando até a cozinha encontrou sua avó concentrada fluidificando um copo de água.
— Bom dia vó. — desejou Analuz cautelosa para não assustar a senhora.
— Bom dia minha estrela. — Naná a observa — Vejo que já esta estabilizada, — entrega o copo de água a ela — aqui, beba.
— Agradeço vó. — toma um gole Analuz — Estou mais estabilizada porque ele esta se aproximando.
— Ele já chegou faz alguns minutos. Está ali na horta conversando com os coelhos que estavam levando algumas cenouras roxas. — contou Naná.
— Os coelhos de novo? — ela ri — Eles sabem que é só pedirem.
— Pronto Naná conversei com os orelhudos! — exclamou Gabriel aparecendo na porta da cozinha. Ao ver Analuz a energia dela chegou até ele o impactando — Bom dia minha Luz.
— Bom dia Gabriel. — retribuiu ela sorrindo genuinamente com os lábios ao encontrar aqueles olhos celestes.
— Agradeço por esclarecer tudo com eles fio. — disse Naná os observando.
— Para quem disse que os animais não se conectavam com você... — iniciou Analuz.
— Você me mostrou que eu só estava com receio e os animais sentiam isso. — interrompeu Gabriel dando um sorrisinho bobo sendo retribuído — Está pronta para irmos?
— Estou, só vou terminar minha água. — se volta para Naná — Vó, cadê o vovô?
— Foi para a cidade logo cedo, precisava avisar que ficará mais uns dias por aqui fia. — respondeu Naná fazendo carinho em Mailo que se esticava em uma de suas pernas. — Mas ele vai esperar os dois ao final do talude depois da escola, não se atrasem.
— Sim vó. — acatou Analuz colocando o copo vazio de água sobre a bancada.
— Sim Naná. — disse Gabriel da porta — Vamos minha Luz?
— Vamos. — da um abraço em Naná e vai em direção a porta — Amo a senhora, até mais tarde vó. — se despediu Analuz.
— Também amo você minha Estrela. Até meus fios! — Retribuiu Naná pegando Mailo no colo enquanto os via saindo — E agora só eu e ocê meu fio, mas não pense que vou ficar carregando vosmecê o dia todo.
Seguindo pelo caminho rumo a alameda, Gabriel tratou de segurar os livros de Analuz bem como sua sacola e a disse:
— Vai, vai ser você.
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EspiritualCapítulos novos 1 vez na semana. Almas raras nascem de tempos em tempos, sua conexão é tão profunda quanto a raridade de seu surgimento. No aprimoramento de sua existência, elas podem receber uma responsabilidade muito importante derivada da fonte...