《Capítulo 8》

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Ao final do talude, Jão novamente se mantinha centrado em averiguar como a árvore que havia ajudado no dia anterior estava progredindo em seu processo de cura. Em meio a canalização de energia pura para a planta, sentiu sua tataraneta e Gabriel se aproximando.

— Que bom que chegaram, esperem um instante eu finalizar com essa mocinha que está bem melhor.

— Ela está mesmo vovô, porque até a cor das folhas estão mais vibrantes hoje.

— A energia de carinho cura até a dor mais profunda fia.

— Aqui a acessamos tão facilmente senhor Jão, mas quando estamos na matéria...

— No físico existe a malha do esquecimento, porém, nada impede que nos mantenhamos conectados, basta sentir com o coração.

— Vovô o senhor sabe que no físico ensinam que o coração é bobo e prega peças...

— O que é um total contrassenso, dado visto que o coração não é polarizado como a mente, ele dita o ritmo, guarda o cerne por isso nunca erra. Confiar no coração é o mais alto ato de liberdade na matéria. Já a mente polarizada entra em conflito, engana, se perde por isso o coração deve ser sempre guia, a base solida onde a mente balança como ponte entre os corpos. Sem o coração, não há nada, sem ele o amor não existe e o universo desfaz. — tira as mãos da árvore e se volta para eles.

— Uau... — ambos reagem como um suspiro.

— Estão prontos?

— Sim vovô.

— Sim senhor Jão.

— Venham para o circulo e mesclem a auras de vocês, hoje de mãos dadas.

Seguindo a orientação de Jão, Analuz e Gabriel se posicionaram ao centro do circulo formado pela clareira de árvores, se deram as mãos, entreolharam-se de momento, fecharam os olhos, ativaram seus campos e os mesclaram em tons de verde e rosa denotando o quanto suas centelhas em seus corações estavam ativas e prontas para se unificarem.

— Muito bom, virem um de frente para outro e segurem ambas as mãos. — Eles assentiram e seguiram a orientação. — Soltem as mãos e segurem com uma mão o pulso e com a outra o braço perto do ombro um do outro, vão devagar sem pressa e não se esqueçam da intenção. — Com certo receio os dois se seguraram no pulso e no braço, ficando estáveis — Bom muito bom. Agora tentem ficar mais próximos. — Eles deram passos curtos em direção um ao outro, porém ao se aproximarem mais a energia lhes repeliu os fazendo se soltarem e se afastarem quase até a extremidade do círculo, muito ofegantes — Acalmem-se. Precisam ir devagar. Mesmo quando se coloca intenção a pressa atrapalha. Vamos outra vez.

Eles seguiram tentando a tarde toda fazendo progressos, mas não ao ponto de conseguirem se abraçar efetivamente, contudo, já se tocavam muito mais do que antes.

— ✷ —

Durante o jantar na casa da família Estrela, todos percebiam a conexão entre Analuz e Gabriel cada vez mais fortificada e cristalina, afinal os dois estavam sentados quase colados um no outro, quanto mais tempo passavam juntos mais evoluíam seu vínculo.

Jão tinha outro casal para seguir orientando. Antes de saírem da casa em direção à estufa juntamente com Hazel e Enrique, deixou combinado que Gabriel ficaria novamente para dormir junto a Analuz, deixando a menina tão radiante ao ponto dela cuidar de toda a louça, obviamente com Gabriel de cúmplice há empreitada.

Na estufa a orientação era mais intensa, uma fragmentação exige um domínio além para abrir o coração, revelar a alma e tirar um pedaço para entregar ao outro, era o tipo de prática que exigia paciência e resiliência. Hazel e Enrique tinham certa dificuldade de fazer o fractal, haviam evoluído bastante, mas não o suficiente. Jão é insistente, tem esperança o suficiente para saber que eles irão conseguir, afinal, ele mesmo e Naná tiveram dificuldade no começo, mas persistiram concretizando o processo com maestria. A prática afinal nada mais é do que aprender com o que não deu certo para acertar, sem erros, sem acertos, um depende do outro, sempre.

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⏰ Última atualização: Jan 16 ⏰

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