2. Se não for difícil, qual é a graça?

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Seguindo com a história, espero que gostem e boa leitura! 😘

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O sábado demorou muito tempo para chegar. Tudo porque a semana pareceu se arrastar em câmera lenta enquanto eu me corroía de tédio, ansiedade e impaciência pelo meu tão amado fim de semana.

Eu iria ver Annabeth. Fora da escola.

Eu iria a casa dela.

E provavelmente teria uma parada cardíaca caso continuasse pensando nela durante uma boa parte do tempo. Era esquisito.

Durante a semana, contei aos meus amigos sobre o trabalho. Leo e Charles fizeram piadinhas bobas e Jason e Frank deram sorrisos implicantes. Todos eles sabiam do meu interesse por Annabeth Chase desde que me flagraram olhando para ela no ônibus e me encheram de perguntas.

Contei para Grover por telefone e meu melhor amigo me provocou com muitas brincadeiras sem a mínima graça. Ele perguntou muito sobre os outros garotos também. Assim como eu, Grover ficou muito próximo daqueles idiotas antes de ir para a NYU.

Porém a semana não foi preenchida apenas pela idiotice dos meus amigos, nem quando saímos para andar de skate no Central Park. Em alguns momentos, deixei de lado o meu mau humor e impaciência diária porque, às vezes, Annabeth passava por mim no corredor da escola...

E, surpreendentemente, me olhava e dava um sorrisinho.

Um sorrisinho.

Para mim.

E eu sorria de volta para ela.

Foi assim que os dias passaram e, quando percebi, o sábado finalmente havia chegado. Um sábado chuvoso, com nuvens pesadas no céu. Mas nem o tempo abalou meu ânimo.

Annabeth havia me mandado seu endereço por mensagem. A casa dela não era longe da minha, eu podia ir até lá andando.

— Pronto. — Falei, olhando para o meu reflexo no espelho e para as roupas espalhadas pelo quarto. Minha cadela, uma mastim grande e com os pelos marrom-escuros, a Sra. O'Leary, pegou uma meia com a boca e começou a destrinchá-la.

— Está ótimo, Percy. — Minha mãe, Sally Jackson, disse enquanto passava pela porta. — Você está lindo.

— Eu sou o seu filho, sempre vou estar lindo para você. — Comentei, tentando deixar o meu cabelo menos bagunçado e falhando.

— E você por acaso quer estar lindo para outra pessoa? — Mamãe arqueou as sobrancelhas. — Alguém como Annabeth Chase?

Comprimi os lábios. Eu havia contado sobre Annabeth para ela antes de todo mundo. Agora, tinha que aturar suas provocações que conseguiam ser piores do que as dos meus amigos.

— Eu só quero causar uma boa primeira impressão. — Murmurei, desistindo de arrumar o cabelo. — Isso é um crime agora?

— Vocês já conversaram, querido. Ela provavelmente já tem uma primeira impressão sobre você.

— Obrigado por me deixar mais paranoico.

Minha mãe sorriu e apertou as minhas bochechas, deixando um beijo em cada um delas depois.

— Você vai se sair bem. — Disse Sally, e os seus olhos cintilaram com diversão enquanto ela me lançava um sorriso caloroso. — Lembre-se que vocês dois tem que focar no trabalho! Nada de distrações.

— Annabeth é uma distração. — Sussurrei, e minha mãe riu.

— Você ao menos não precisa mais trocar de roupa. Já bagunçou seu quarto o suficiente. — Comentou ela, olhando para a Sra. O'Leary destruindo a minha meia.

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