3. Minha mãe quase me mata

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Oii gente, voltei com mais um capítulo! Espero que gostem e boa leitura!

*Nesse capítulo vai haver a menção de crises de pânico e ansiedade, que podem ser um gatilho para alguns leitores. Caso se sintam desconfortáveis, recomendo que não leiam o final desse cap.

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A primeira coisa que fiz foi sufocar um grito de susto e tentar não ter uma síncope. Ouvi Annabeth soltar um palavrão e forcei os olhos para conseguir ver a sua silhueta. Ela estava paralisada.

— Percy? — A ouvi me chamar.

— Aqui. — Respondi. Peguei meu celular e liguei a lanterna, apenas para ver a garota na minha frente abraçando a si mesma, encostando seus joelhos no peito. — Tudo bem?

Annabeth se encolheu mais.

— Tenho...tenho um pouco de medo do escuro. — Ela sussurrou, tão baixo que quase não ouvi.

Deixei o meu celular de lado, com a lanterna iluminando um pouquinho da sala e nós dois.

— Ei, está tudo bem. — Falei. — Foi só uma falta de luz, vai acabar logo.

A garota assentiu, quieta. Franzi o cenho. Eu nunca, em um milhão de anos, imaginaria que Annabeth Chase tinha medo do escuro.

— Bem, se essa luz não voltar, nós não vamos conseguir terminar o trabalho hoje. — Ela constatou, assumindo um tom de voz raivoso. — Espere aí. — Disse, pegou o computador, se levantou e foi até a prateleira de livros, onde o seu celular estava também. Ela deixou o computador ali e ligou a lanterna do celular, deixando o ambiente um pouco mais iluminado.

— Podemos terminar amanhã mesmo. — Comentei.

De repente, ouvimos um estrondo alto ecoar na rua.

Vi Annabeth correr para frente da janela ver o que havia acontecido. Pensei que poderia ser um trovão, mas corri para a janela também.

A chuva havia derrubado vários fios de eletricidade na calçada.

— Acho que a luz não vai voltar tão cedo. — Resmunguei. Annabeth me ouviu e soltou uma risada trêmula.

— Você pode voltar para sua casa, não precisa ficar aqui.

Abri a boca para responder, mas meu celular começou a tocar. Corri para atender e me preocupei quando vi que era a minha mãe ligando.

— Mãe? — Falei.

Percy? Percy! — Mamãe gritou do outro lado da linha. — Aconteceu um apagão aqui. Estamos sem luz.

— Aqui também. — Respondi. — Alguns fios caíram. Você está bem? E a Sra. O'Leary?

Não se preocupe, estamos bem. Você levou dinheiro para pegar um táxi ou um uber? Não acho nenhum pouco seguro você voltar para a casa andando debaixo dessa chuva à noite, com fios elétricos caídos por aí.

Tateei os bolsos e só achei uma moeda de cinco centavos.

— Temos um problema. — Conclui. Escutei minha mãe suspirar. Eu a imaginei pressionando as têmporas para se acalmar.

Acho que nem os carros podem circular mais na rua com esse apagão...você não pode dormir aí? Pergunte para a sua namorada. — Disse ela, e eu agradeci por estar escuro. Assim Annabeth não veria meu rosto vermelho.

— Ela não é minha namorada, e não, mãe... — Sussurrei o mais baixo possível. — ...Não vou pedir esse tipo de coisa para ela. Nós mal nos conhecemos. E se ela se sentir desconfortável?

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