Olá, meu querido Vizinho

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(O seu pensamento)

— (...) Então, tudo tem sido tão bom. Finalmente Estou mais tranquilo, já que tudo aquilo saiu da minha cabeça. — Digo a Frank.

— Isso é ótimo. A propósito, eu queria lhe entregar isso.

Frank me estende um objeto retangular que está embrulhado em um papel de presente, de cor verde a amarelo. Eu o pego e lentamente rasgo, revelando que o presente é o meu próprio Notebook que eu escondi depois que machuquei Wally.

— Esse é... Esse é o meu Notebook... — Digo Boquiaberto. — Como o conseguiu?

— Eu sei de tudo _________! Sempre soube. — Frank suspirou. — Sempre soube que você não é deste mundo.

Eu arregalo os olhos. — Por quê não me disse antes? Eu guardei esse segredo por tanto tempo.

— Foi porque eu tive os mesmos pesadelos que você.

— Você também? — Meus olhos se arregalam ainda mais em surpresa.

— Sim. Uma vez tive um sonho em que a casa de Wally ganhava vida. Mas também que alguém de bom coração surgiria para acabar com a maldição.

— Você devia ter me dito antes. — Eu murmuro.

— Eu não poderia fazer isso. Iria contra os princípios do universo. Algo pior poderia acontecer.

Eu não digo nada. Apenas desvio meu olhar de Frank e foco no meu computador apoiado nos meu joelhos.

Eu o abro e depois o ligo. Vários E-mails surgiram de imediato em minha caixa de mensagens. Uma delas era uma notícia de um jovem desaparecido, e algumas mensagens de meus pais.

— Agora, você pode voltar para o seu mundo se quiser. É só clicar em um dos textos. — Ele diz.

Por quê eu voltaria? O mundo de onde eu vim era humilhante, onde eu teria de ralar e batalhar para ser reconhecido, e mesmo assim não ser reconhecido e ficar com traumas severos. Não mesmo.

Eu tomo uma decisão que com certeza que vai mudar tudo. Eu fecho meu notebook e o jogo para longe em algum lugar. Pude escutar ele bater em alguma parede e se despedaçando.

— O que você fez? Sabia que aquele era o único meio de você voltar para casa? — Frank me repreende.

— Mas eu já estou em casa. — Eu sorrio para ele.

— Pelos céus. Eu te daria um soco se pudesse. — Ele se aproxima e me abraça.

Eu retribuo o gesto. Agora eu finalmente poderia ter uma vida feliz de verdade.

— Você vai se arrepender disso. — Ele diz.

— Não vou. Pode confiar que não vou. Aqui é meu lugar.

Nós nos separamos do abraço. — Tudo bem, mas por favor limpe aquela bagunça. Você quase acertou minha escrivaninha. — Frank voltou a seu humor de sempre.

— Oh, é mesmo. Acho que me empolguei. Eu podia só ter jogado ele no lago.

— Então Frank, me conta mais sobre os sonhos. Você os teve exatamente iguais aos meus?

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