•Capitulo 01•

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(Um ano depois)

Wally ficou de pé, o frio e o ar úmido  deixando  seu corpo entorpecido. Ele desabotoou a sua camisa e olhou para a lua, um de seus amigos mais próximos, da janela do banheiro.

Logo a água morna passou por seus tornozelos, causando arrepios por todo seu corpo. Ele olha novamente para fora, apenas para ver o céu cheio de sardas brancas. Ele nunca gostaria que a lua o visse daquele jeito.

O sangue espesso e vermelho corria junto a água. Aquele corte ia doer muito para cicatrizar. Ele gostaria de ser mais cuidadoso.

Wally fechou os olhos por um momento. Estranhamente a água deixou de estar morna e ficou mais fria. Wally percebeu que o chuveiro não estava mais jogando água contra seus cabelos.

Quando ele abre seus olhos, seu olhar sonolento se aprofunda em confusão. Ele não estava mais em sua nova casa, e nem em seu novo banheiro. Mas sim em frente a um lago.

"Isso é estranho." Wally pensou. A água do chuveiro ficou mais fria, mas ele não estava na água, e sim fora. Ele estava vestido novamente e nem percebeu isso.

Sua camisa caiu suavemente na areia, só sendo possível ver as flores da estampa. Uma estranha brisa que vinha, tão fascinante, o atraia para mais dentro do lago. Ele odiava se molhar, mas naquela tarde, ele não se importava.

O vento fazia cócegas em seu peito, como pequenas adagas cortando profundamente sua pele e soltando seus cabelos preguiçosamente em mechas encaracoladas.

— Engraçado, não é? — Wally riu, sua voz parecendo que outra pessoa o fazia falar. — Odeio a água e agora estou aqui... E será a última coisa que eu vou ver...

Logo ele ele caiu de costas na superfície do lago. A água fria causando um choque na pele dele. Logo ele começou a afundar. Sua mente estava em silêncio, e pela primeira vez em muito tempo, era reconfortante, porém enervante.

— Acorde...

— Acorde...

— Acorde...

Essas... Malditas vozes distorcidas o tirararam de sua concentração, fazendo com que ele abrisse os olhos assustado. Ele estava tão abaixo da superfície que entrou em Pânico. Logo ele tentou nadar a superfície, mas nada adiantou.

Seu corpo o forçou a respirar a água suja do lago. Foi sufocante aquelas algas, e pedaços de musgo e sujeira agarrando em sua garganta. Seu pulmões sugavam a água como uma esponja. Ele tentou gritar mas o que sairam foram apenas bolhas.

— Acorde...

— Acorde...

— Acorde...

Wally de repente despertou assustado e com medo. Ele olhou ao redor e viu que não estava em seu banheiro e nem no lago. Foi apenas um sonho.

Ele estava deitado em sua cama. Wally agarrou sua cabeça, passando os dedos pelo cabelo e arranhando sua pele. Secando seu suor ele se senta.

— Não aguento mais isso. Quando vou poder dormir novamente?

(O seu pensamento)
(Dia seguinte)

Eu abro meus olhos. A luz do sol passava pelas brechas da cortina e caminhavam pelos lençóis até meu rosto.

Eu sentia uma textura quente e macia contra as minhas costas, que Respirava lentamente. Ao perceber que eu já não estava mais dormindo, Barnaby se ajeitou para falar comigo.

— Bom dia. — Ele diz.

— Oh, bom dia. — Respondo ainda com sono.

— Dormiu bem? — Ele perguntou.

— A melhor noite que eu já tive. — Sorri para ele. Me deixando levar pelo seu olhar calmo.

— Isso é bom. — Ele beijou minha bochecha antes de se aconchegar mais a mim.

— Você é grudento. — Eu brinco.

— Você me deixou assim. — Ele sussurra.

— Você Sempre foi assim. É a sua personalidade. Ser gentil, e carente. — Eu rio.

— Eu não sou carente. — Ele faz beicinho.

— Mas é gentil. Você que me fez sentir em casa durante todo esse tempo que Estou aqui. Ninguém nunca me tratou tão bem. — Eu digo.

— Alguém incrível como você tem merece o mundo. Se eu pudesse eu te daria. No momento o que posso oferecer são minhas piadas e alguns cachorros quentes grátis!

Eu ri mais ainda. — Não tem coisa melhor que isso. Mas agradeço muito. — Como eu estava deitado em cima de seu braço, eu me aproximo e beijo sua mão.

— Isso faz cócegas. Vejo que o dia já está entre nós. Vou preparar o café. Dessa vez não teremos pão com geleia, ou geleia com pão. Vou fazer Waffles. — Ele se sentou.

— A primeira opção parece ser mais apetitosa. — Eu digo.  — Me lembro dela quando cheguei aqui.

— Só que não teremos ela hoje. A propósito, você sabe como se chama um Beagle sem orelhas? — Ele pergunta. Seus lábios lutando contra o riso.

— Err... Não sei não. Como se chama?

— Nada. Não tem como chamá-lo por quê ele não escutaria.

— Barnaby essa foi péssima. Péssima!

— Você gostou que eu sei. — Ele diz, não conseguindo para de rir da sua própria piada.

— Barnaby eu tô com fome.

— Ah certo, os Waffles. Enquanto eu preparo eles vou pensar em uma piada muito melhor para você.

Barnaby sorriu uma última vez e saiu do quarto. Eu sorrio de canto de boca e me levanto da cama. Eu caminho até a janela onde posso ver a vila.

Olá, meu querido Vizinho | Você em Welcome Home 2Onde histórias criam vida. Descubra agora