Capítulo 11

82 16 3
                                    

Esperança despertou e estranhou a presença de um rapaz fardado no seu quarto.

- Bom dia, flor do dia. - James respondeu, levantando da cadeira e colocando um livro de volta na prateleira.

- Bom dia... - ela respondeu, coçando os olhos. - Você ainda está aqui?

- Não resisti. Está melhor?

- Estou, mas ainda com dor de cabeça...

- Vou mandar a Yolanda trazer um chá para você - ela tentou se recordar quem é Yolanda mas não teve sucesso - também vou aproveitar e deixar você sozinha, tenho que voltar ao meu posto.

- Tudo bem, já tomei muito seu tempo, não quero que se prejudique por minha causa. - ele veio até ela e a beijou na testa - Obrigada pela companhia.

- Não precisa agradecer. Melhoras.

James saiu e ela levantou da cama, lavou o rosto para despertar completamente, fez o que é de seu costume todas as manhãs e quando já estava se vestindo, a criada chegou.

- Senhorita. Vim trazer o chá que o Sr James pediu para trazer.

Então ela entendeu que Yolanda seria o nome da criada que cuidava dela e de seu quarto e deixava tudo em ordem e em seu devido lugar.

- Obrigada Yolanda, mas eu já me sinto melhor.

- Por nada, estou cumprindo com meu dever. - ela colocou o chá na mesinha de centro - Vou colocar aqui, a senhorita pode tomá-lo se ainda quiser antes que esfrie.

- Obrigada Yolanda, pode se retirar, mais tarde irei descer para o desjejum.

- Como desejar, com sua licença.

Ela se retirou, Esperança se vestiu e observou o chá numa porcelana antiga e pintada com flores, ele tinha um bom aroma, mas nem tudo que reluz é ouro.

Desde criança nunca gostou de chá mas era obrigada a tonar nas aulas de etiquetas que tinha junto a Princesa Jane, pelo seu conhecimento, deduziu que o chá fosse de camomila, pela cor amarelada e o cheiro bom e presente.



- Bom dia... - pescou o nome na memória mas não achou.

- Bom dia Francis, e meu nome é Esperança.

- Isso, exatamente.

- Já vou indo, não quero me atrasar para o café.

- Espera. - ele a pegou pelo braço - Você... está bem? Quer dizer, depois de ontem, daquela discussão com o Rei.

- Estou, não foi nada demais.

- Que bom.

- Então, pode me soltar?

- Desculpe. - ele nem tinha percebido que ainda a segurava. - Posso te acompanhar até a Sala das refeições?

- Claro. - ele pegou em sua mão e eles deram-nas discretamente, mas quando chegou no Salão das refeições, Esperança retirou a sua pois estava sobre os olhares do Rei e Francis sobre os olhos de todos.

- Bom dia a todos. Podem servir o café.  - Disse senhor Hunter, pai de Francis.

Hoje James não estava sentado a mesa, estava fazendo a guarda em outro lugar, mas Tyler estava lá na Sala, observando Jane e ela não era nada discreta para retribuir os olhares com sorrisinhos de canto.

- Seja mais discreta. - cochichou Esperança para Jane.

- Hã? Do que está falando?

- Sobre Tyler te olhando e você toda derretida. Se contenha.

- Nos beijamos ontem.

- Hã? Quero saber disso depois!

- Eu sei, vou te contar depois.

Elas voltaram a suas refeições, o Rei e o Sr Hunter conversavam animadamente e a Rainha estava calada, como sempre, Esperança e Jane cochichavam algo algumas vezes, as criadas também porém com mais assanhamento, e era notório que estavam comentando sobre a novidade, Francis.

- Então Francis, já conheceu as meninas? - perguntou Sr Hunter.

- Ah sim, tivemos o prazer de dialogar algumas vezes, mas nada demais. - ele respondeu.

- Estava pensando, você meu filho, que conhece bem os lugares da nossa capital, poderia apresentá-los a Princesa não acha?

- Creio que ela conheça alguns deles - ele disse na intenção de lembrá-las do dia em que ele se esbarrou em Esperança.

- Isso não é desculpa, existem bastante lugares incríveis por aqui, aposto que você iria adorar Princesa.
- Pode me chamar de Jane, Sr Hunter. - ela afirmou.

- Claro, pois bem Francis, vou pedir para arrumarem o carro para levar você e Jane a um passeio.

- Mas... - Jane tentou falar mas foi cortada pelo Pai.

- Sem mas Jane, aposto que Francis é uma ótima companhia e o que irá perder num passeio em um dia tao bonito?

- Sim papai. - ela respondeu, reprimida. - Que ódio. - cochichou para Esperança que riu discretamente.

O passeio de Jane e Francis não passou de monólogos exaustivos. Ele dizia o nome de algumas estátuas, monumentos e construções e ela respondia a mesma coisa.

- Nossa, que interessante.

- Eu sei que isso está entediante, também não queria vir. Nada contra você ou sua família, mas é que não suporto quando meu pai me força a fazer as coisas.

- Também não, não gosto de fazer as coisas por obrigação.

- Imagino, ainda mais você, Princesa e futura Rainha.

- É, a pressão realmente é muito grande, as vezes chega a ser insuportável.

- Não queria estar no seu lugar.

- Ah mas eu queria estar no seu, um homem bonito, solteiro, independente...

- Mas que o pai vive no pé para procurar logo uma boa esposa e que futuramente trabalhe com ele nos negócios da capital.

- Então esquece o que eu falei. - eles riram. - Não temos rotinas muito diferentes.

- Não mesmo.

- Mas me diga, com o que você trabalhava?

- Sou arquiteto, estava na França apresentando alguns projetos.

- Admiro muito os arquitetos, é uma das profissões mais bem sucedidas em Source Gold.

- Sério? Adoraria apresentar meus projetos a seu pai, acha que ele iria gostar?

- Não estou querendo avacalhar seus projetos mas, se você desenhasse uma casa em forma de vela ele iria gostar. - Francis soltou uma gargalhada.

- Você tem muito senso de humor - ele respirou - Mas não vejo toda essa admiração do seu pai por mim.

- Ele tem admiração por tudo o que vem da capital, mas acho que se você me apresentasse alguns de seus projetos, eu poderia conversar com ele e quem sabe, você ter algo arquitetado por você lá em Source Gold.

- Seria um prazer imenso.

- Até que você não é tão tímido.

- E você é até um pouco bem humorada. - Ele abriu a porta do carro par ela entrar - Espero que sejamos bons amigos.

- Assim também espero.

Esperança - Temporariamente em HiatoOnde histórias criam vida. Descubra agora