Capítulo 13

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Era madrugada, nada mais que três horas da manhã, todo o lugar estava vazio e só alguns guardas exerciam sua função.

Jane que já tinha perdido o sono, colocou somente um xalé mais longo por cima da camisola e foi para a cozinha procurar algo para comer ou beber.

- Sem sono também?

- Quer me matar de susto!?

- Desculpe! - ele não aguentou e explodiu de rir.

- Eu poderia ter quebrado o copo e ainda ia acordar as pessoas, não tem graça Francis!

- Tudo bem, me desculpe. - ele controlou o riso, se afastando dela e indo até os armários.

- Tudo bem também, mas, o que veio fazer aqui?

- Perdi o sono, resolvi vir aqui para, sei lá, passar o tempo.

- Também.

Francis a olhava fixamente, sem desviar o olhar de forma nenhuma, nada tirava sua atenção.

- Por que está me olhando assim?

- Nada não. - deu mais um gole no copo d'água.

- Eu vou subir, ler um livro ou algo assim, se nos pegarem a sós aqui na cozinha... já sabe não é?

- Sei... está certo então, boa noite, Princesa.

- Já disse que você pode me chamar de Jane? Não? Pois bem, pode me chamar de Jane. - se despediu dele com um beijo em sua bochecha - E antes que eu me esqueça, boa noite Francis.

Já no seu quarto, ela ainda sem sono, passou a pensar em Francis e com as memórias dos poucos momentos e reparar nos pequenos detalhes.

Nos olhares fixos.

Na gentileza excessiva.

Nos elogios extremos e até desnecessários.

- Esperança! Acorda!

- Hã?

- Acorda! - Jane a balançava.

- O que houve!? - levantou-se em poucos segundos.

- Eu acho que Francis está...

- O que ele tem!?

- É que... eu acho que ele está gostando de mim.

- Eu não acredito que você veio até meu quarto e me acordou em plena madrugada para me dizer isso Jane! Deixe-me dormir!

- Mas Esperança! É uma emergência! Não vê a gravidade da situação!?

- Que emergência!? Pensei que tinha acontecido algo com Francis! Vale-me Deus, me deixe dormir! - se deitou novamente com o travesseiro no rosto abafando o som, mas Jane, insistente como é, pulou em cima dela. - MEU DEUS VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR EM PAZ, NÃO É?

- Não, enquanto você não me escutar.

- Está certo, já me fez perder o sono mesmo. - sentou-se na cama e Jane na sua frente - Pode falar.

- Então, eu estava na cozinha agora pouco e ele estava lá.

- Vocês não fizeram nada demais, certo?

- Não! Claro que não! Ultimamente você tem tido ideias tão loucas... Mas, continuando, ele ficou me olhando esquisito, como ele me olhou naquele nosso passeio pela capital.

- Como assim olhando esquisito?

- Olhando esquisito!

- Explicou muita coisa.

Esperança - Temporariamente em HiatoOnde histórias criam vida. Descubra agora