Capítulo 2

88 14 7
                                    

❈────────────•✦•✦•✦•───────────❈

Aether estava dormindo quando Paimon acordou, seus cabelos loiros e bagunçados estavam caídos sob seu rosto conforme roncava baixinho. Ela segurou-se na mão solta dele, enquanto a outra se apoiava na porta. Por um momento, a pequena ficou ali assistindo ele dormir em silêncio, apenas para então tocar seu rosto com carinho.

Não era aconselhado dormir dentro de um domínio, afinal, o tempo passava de modo diferente lá dentro, além de haver uma quantia exagerada de monstros quando comparado ao lado de fora, os quais, se os ouvissem, viriam matá-los. Todavia, Paimon não iria acordar seu companheiro, não naquele exato momento, Aether não vinha dormindo muito devido as suas preocupações.

Acho que perder todos fez Aether lembrar mais de sua irmã, porque Aether sempre sonha com ela. Sonhar não. Ele sempre tem pesadelos. Chora em silêncio torcendo que ninguém note.

Paimon sabia quanto seu amigo sofria, ela o considerava da família e já estava começando a odiar Lumine, a irmã de seu querido amigo. Paimon se perguntava onde estava ela quando Aether lutava contra tantas adversidades, quando ele lutou contra a Ordem do Abismo, organização da qual ela era líder; Onde estava Lumine quando Aether estava sendo acusado de ter se juntado a ELA, sequer se manifestou sobre aquilo e Aether ainda tinha tanta fé nela que Paimon se sentia perdida.

Demorou um tempo, mas a pequena finalmente decidiu acordar Aether, ela deu leves tapas em seu rosto, não era para machucar, e logo ele despertou. Houve um momento de silêncio, então sua respiração acelerou e seu corpo encolheu, tentando ficar o menor possível entre o canto da parede e a porta.

Paimon observou tudo em silêncio, por algum motivo, ela já não ficava tão assustada quanto da primeira vez, talvez fosse por aquilo já não ser mais tão novo, agora já sabia que só deveria esperar invés de se desesperar e começar a fazer perguntas...

'Aether! Você está bem?!'

'O que houve?! Aether!'

Mesmo que ainda dormindo, a expressão aterrorizada não havia deixado seu rosto, Paimon, que o via tudo aquilo perto de surtar, tentou acordá-lo novamente:

'Aether, p-por favor!'

Foi muito rápido, mas a mão dele seguiu a voz e segurou Paimon de um modo um pouco agressivo, apesar de inconsciente.

'לומיין, אל תעזוב אותי!' Aether gritou com lágrimas correndo de seus olhos. No mesmo momento, ele soltou Paimon e correu o mais rápido que seu corpo coberto por feridas recém feitas o permitiu, parecia tentar alcançar algo, mesmo que impossível.

Assim, Aether acertou uma árvore tão forte que o fez desmaiar de vez. Paimon ficou incrédula, sequer teve coragem de se aproximar pelos próximos 10 minutos, mas logo tomou coragem.

Lá estava ela novamente, Aether havia sussurrado algumas coisas incompreensíveis, mas ele estava finalmente saindo daquele transe.

O viajante estava pálido, seus olhos cor de ouro haviam se aberto e deles pequenas lágrimas escorriam, como sempre. Paimon olhou a situação em silêncio, mas logo suspirou e foi até Aether, ela limpou suas lágrimas com suas minúsculas mãos.

— Pa-Paimon — Gaguejou Aether, logo abraçando-a.

A pequena deixou, era reconfortante — depois da tempestade, sempre havia um arco-íris —, era diferente da primeira vez, que Aether quase a matou sem saber. Ela sorriu e deu alguns tapinhas nas costas de seu amigo, retribuindo o abraço.

Traitor Aether - Reescrevendo (Genshin Impact)Onde histórias criam vida. Descubra agora