Born To Die • Ferlane

Capítulo 2.

As três tiveram um jantar divertido. Sempre conversando e respondendo as milhares de perguntas de Laura em relação ao Brasil e ao Rio de Janeiro, a pequena soltava uma pergunta atrás da outra, parecendo que as respostas recebidas nunca eram suficientes para ela.

Já no táxi, no caminho de volta para casa, Laura adormeceu nos braços de Fernanda.

- Ela tá uma pilha de ansiedade. - Yasmin comentou ao perceber que a menina havia adormecido. - Tá parecendo a mãe dela...

- Somos duas ansiosas, porém nossa ansiedade agora é por razões diferentes. - Fernanda respondeu.

- Você sabe minha opinião quanto a esse retorno. - Yasmin falou.

Ela já tinha dito inúmeras vezes para a fotógrafa que não valeria a pena retornar ao Rio de Janeiro, ainda mais nessa fase ótima em que estava a carreira dela

- Eu sei, Yasmin. Já até cansei de ouvir. - Fernanda respondeu impaciente. - Mas o Brasil é o único país que não fui expor meu trabalho. E além do mais, é a nossa casa. Eu me criei lá, quero que a minha filha tenha esse contato com a cultura do país.

- A Laura está muito bem onde está. Pra mim você tá querendo...

- Não estou querendo nada, Yasmin, chega disso. - Fernanda falou um pouco alto chamando não só a atenção do motorista, mas também de Laura.

- Mommy? - a menina acordou chorosa.

- Tudo bem, meu amor, não é nada, já estamos chegando. - Fernanda deu um beijo na filha e voltou a fazer a pequena dormir.

[...]

Até chegarem ao apartamento, ninguém disse mais nada. Yasmin pagou o taxista enquanto Fernanda já subia com a filha nos braços.

Fernanda foi direto para seu quarto e deitou a pequena em sua cama. Antes mesmo de terminar de arrumar a menina, a amiga entrou em seu quarto.

- O pijama dela. - entregou as peças de roupa à morena. - Desculpa, Fernanda.. Não queria brigar com você, não hoje.

- Tudo bem, Yasmin, eu também ando nervosa demais essa semana.

Yasmin se aproximou da fotógrafa e começou uma massagem em seus ombros, enquanto Fernanda trocava as roupas de Laura.

- Eu sei.. E por isso queria que você relaxasse um pouquinho hoje. - Yasmin sorriu. - Porque não vamos para a sala e bebemos um vinho? - inclinou seu rosto e deu um beijo no pescoço da morena e viu o corpo de Fernanda arrepiar.

- Yasmin, hoje não. Amanhã temos que levantar cedo e terminar de juntar as coisas. Viajamos à tarde, esqueceu?

Fernanda chegou a cogitar a hipótese de se entregar mais uma vez aos carinhos de Yasmin, mas sempre que isso acontecia, a amiga se enchia de esperanças, esperanças que ela nunca conseguia atender.

- Não, eu não esqueci. - Yasmin respondeu decepcionada. - Mas posso dormir aqui? Minha cama já era e o sofá não é confortável.

- Claro que pode. - Fernanda olhou para Yasmin e sorriu.

Com um misto de ansiedade e exaustão, Fernanda deitou e abraçou a filha junto ao seu peito. Era assim que ela costumava dormir com a pequena em sua cama.

Afundou seu nariz nos cabelos de Laura e logo pegou no sono, estava tão cansada que não viu quando Yasmin deitou no lado oposto da cama, cobrindo mãe e filha com um sereno beijo de boa noite.

[...]

Já não bastasse a terrível sessão que teve com Leidy, o dia de Alane seguiu caótico.

Seu mais novo emprego tinha virado velho. Não precisavam mais de uma professora de inglês no cursinho. E como um cachorro velho demais para brincar com as crianças, Alane perdeu o emprego.