Capítulo 7.

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Fernanda respirou fundo e tentou sair dos braços de Alane, mas não conseguiu, a mulher ainda a
segurava junto dela.

– Por que? Não vai acontecer nada. – suas palavras foram mais duras.

– Eu sei e não me importo. Quero ter certeza que você vai chegar bem, só isso.

– Eu vou com as meninas... – o olhar de Alane ficou baixo.

O beijo tinha sido tão bom, Fernanda tinha se entregado. Alane podia sentir o sabor da fotógrafa em seus lábios, não podia deixá-la se afastar assim.

– Eu só vou te levar, Fernanda, não vou fazer nada que você não queira. – disse tentando convencer a morena mais baixa.

Alane soltou um pouco Fernanda. A fotógrafa levou alguns instantes para perceber que o braço de
Alane não a prendia mais, que era ela que estava se prendendo ao corpo da mulher e não o contrário. Lentamente criou um espaço entre as duas.

– Eu não sei o que eu quero.

– Então eu não faço nada que você precise pensar se quer ou não. – sorriu para Fernanda.

As duas pararam por alguns segundos. Era um déjà-vu. Anos atrás, quando se conheceram, Alane ouviu a mesma frase da fotógrafa logo depois do primeiro beijo delas.

Fernanda passou a mão no rosto e sorriu ao se lembrar da frase.

– Tudo bem... – Fernanda limpou os cantos da boca vendo que seu batom estava nos lábios de Alane e com certeza sua boca deveria estar manchada. – Mas lembre-se que eu me comportei.

– Eu não esqueço nunca. – Alane sorriu.

Ela levantou a mão para ajudar a menor com o batom, mas abaixou diante do olhar de Fernanda.

– Desculpa, reflexo apenas. Eu vou falar com o Matteus e a Isabelle, te encontro depois, ok?!

– Tudo bem, vou arrumar a maquiagem.

Cada uma foi para um lado. Para Fernanda foi pior, pois algumas pessoas chamaram a fotógrafa e ela não podia passar direto. Tentou deixar o batom o melhor que conseguiu e foi conversar onde era chamada.

Alane se aproximou de Matteus e Isabelle que pareciam entretidos com um dos coquetéis que estava sendo servido.

– Não sei porque não colocar no bistrô, isso aqui é ótimo e cai bem com um monte de coisas que tem lá.

– Álcool em uma escola, Matteus? Tem menor de idade lá...

– Gente, vocês não vão acreditar. – Alane chegou eufórica próxima aos amigos, pegou a mão de Isabelle e colocou em seu peito. – Sente só, tá saindo pela boca.

– Eu vi, você juntou a fotógrafa no meio do salão. Mandou bem, garota. – Matteus levantou a mão para bater com a de Alane e sorrindo a mulher fez o
cumprimento com o ex-marido.

– Ai Matteus, "juntou" que coisa mais machista. Foi um beijo. – Isabelle repreendeu o marido.

– Um beijo necessário. – Alane buscava o ar para se acalmar. – Ela ainda me ama. Agora mais do que nunca eu sei disso.

– Dá para perceber só pelo jeito dela do seu lado. – Isabelle disse segurando a mão de Alane e sorrindo. – Isso é ótimo, amiga, mas lembra o que eu te disse.

– Eu lembro sim. Ela tá com medo, eu posso sentir. Mas vou fazer ela confiar em mim e vou levar ela pra casa.

– Tudo bem voltarem de táxi? – Alane fez uma cara pidona para o casal.

Born To Die • FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora