SEE YOU AGAIN - RYEJI

39. Um dos motivos

GYEONGJU - COREIA DO SUL
Sábado, 5 de outubro de 2024
08:31 P.M.

POV: Hwang Yeji

–Como foi hoje? - Ouço a voz de Ryujin do outro lado da linha, enquanto entro no quarto de hotel que estou dividindo com Chaeryeong.

–Os jogos foram ótimos, mas eu acabei me machucando - Reclamo, largando minha mochila e indo direto para o banheiro, com o celular em mãos.

–Se machucou? O que aconteceu? - Percebo seu tom de voz preocupado, enquanto largo meu celular de pé na pia.

–Só mais uma idiota que não sabe se controlar quando vê que está perdendo - Respondo calma enquanto desfaço meu rabo de cavalo.

–Mas o que aconteceu? Foi grave? - Ela insiste.

–Ryu, fica de boa, eu só ralei a perna - Tento a confortar, recebendo uma careta como resposta.

–Trate de cuidar disso - Ela fala autoritária.

–Vou cuidar - Respondo pegando o telefone - Eu vou tomar um banho, depois te ligo, beijos, amo você - Dou alguns segundos para ela se despedir, e desligo a chamada.

–Yeji! - A voz de Chaeryeong ecoa no quarto - Por que você não me esperou lá em baixo? - Ela reclama, cruzando os braços.

–Se bem me recordo, você estava toda boba conversando com aquela Yuna no celular, me ignorando completamente - Brinco, mas sua feição não muda - Desculpa, mas eu já 'tava esperando tinha uns dez minutos.

–'Tá, 'tá, não tem problema. 'Tava falando com a Ryujin? - Ela questiona, largando suas coisas perto das minhas.

–Uhum, ela 'tava toda preocupada por causa da minha perna - Rio.

–Compreensível, né? Aquela garota quase te jogou longe, fiquei surpresa que você só ralou, mas cuida disso aí depois que sair do banho - Ela aponta com a cabeça para a minha perna.

TIME BREAK
SEOUL - COREIA DO SUL
10:47 P.M.

POV: Shin Ryujin

Enquanto assisto ao meu filme favorito, "As vantagens de ser invisível", ouço a porta da frente se abrir, e vejo minha mãe ao telefone, conversando normalmente.

–Estarei aí logo pela manhã - Ela afirma, ficando alguns segundos em silêncio - Oito e meia? Perfeito - Ela prossegue a conversa, ignorando minha existência.

Me levanto, indo até ela, que se dirigia até a cozinha, com o telefone em mãos, procurando alguma coisa no freezer.

Ela desliga a chamada e larga o telefone no balcão, pegando uma lasanha congelada, enquanto suspira, ainda sem notar minha presença.

–Mãe? - Quebro o silêncio, quase a fazendo pular de susto.

–Ah, Ryujin, não tinha te visto aí, que susto! - Ela ri levemente, abrindo a lasanha e ligando o forno - Já comeu?

–Já - Respondo simples - 'Tava falando com quem? - Questiono hesitante, e percebo seu olhar sobre mim.

–Com o pessoal da clínica - Ela fala pausadamente, evitando me olhar nos olhos.