Capítulo 20

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Logo após o casamento, Cerion propôs a Stannis que fosse sua Mão. O tio aceitou.

Stannis veio morar no castelo com Selyse, Shireen e Tommen.
***

Sansa esperava que seu marido fosse galante e que usasse uma armadura reluzente como os cavaleiros das canções que ela tanto amava, porém, Cerion era sério e metódico. Ainda assim, a Stark o amava.

Os primeiros dois meses de casamento se passaram rapidamente, Sansa sonhou estar grávida e foi até o meistre.

— Me sinto enjoada e acredito que já é tempo de ter um príncipe crescendo dentro de mim! — Disse Sansa, sonhadora.

O meistre a examinou.

— Vossa Graça ainda não espera uma criança, mas é cedo. Ainda não há sequer meio ano que Vossa Graça desposou o rei! — Disse o meistre, consolando a nova rainha.

Sansa se viu contrariada, pois realmente esperava cumprir o seu dever como rainha consorte o mais rápido possível.
×××

Cerion recebeu uma carta de seu avô, pedindo que ele liberasse o tio da Guarda Real para ser o herdeiro de Rochedo Casterly. O rei então chamou Jaime.

— Tio, eu posso liberá-lo dos seus votos para que você herde o Rochedo. O tio Tyrion está morto e meu avô não tem mais filhos homens, por isso eu o liberarei.

— Não, de forma alguma! E a minha honra? Jurei proteger e servir, e é isso o que farei. — Jaime disse, energicamente.

— Não há desonra em ser o senhor da fortaleza ancestral de sua Casa. Não há desonra em se casar, ter filhos e perpetuar a linhagem.

— Há sim! Não quero ser afastado das minhas funções. Quero continuar a proteger você e a família real e não vou tirar a oportunidade de Jo ser a senhora do Rochedo. Além do mais, você e seus irmãos já são como filhos para mim, e minha esposa é o dever.

— É uma decisão séria, tio. Uma renúncia muito grande. Admiro sua abnegação em servir a mim, mas ainda assim quero dar-lhe a oportunidade de cumprir o destino que foi traçado no seu nascimento. Dou-lhe uma semana para pensar e vir com a resposta definitiva. — Cerion respondeu, ponderado.

Jaime assentiu. — Não mudarei de ideia, Majestade. — E saiu.

O guarda real foi se encontrar com sua irmã nas passagens secretas. Lá dentro, ele contou a Cersei sobre a proposta que havia recebido.

— Você não aceitou, certo? — Cersei perguntou.

— Claro que não. Eu apenas aceitaria se você fosse comigo, se dissesse a todos que é a mim que você quer e se tomasse minha esposa. Robert está morto e Cerion nos tem em alta consideração, ele jamais nos condenaria à morte. — Jaime disse, apaixonado.

Cersei parecia incrédula. — Mesmo que meu filho não nos condenasse, perderíamos tudo. Todo o respeito de Westeros. Seríamos massacrados pela Fé também.

— Com você sendo a minha esposa, eu sequer me importaria. Você é tudo o que eu quero. Renunciei ao Rochedo quando me tornei guarda, e agora renunciei de novo. Renunciarei quantas vezes forem necessárias. — Ele a beijou na boca.

— E eu sou grata pelo seu sacrifício. Vamos manter as coisas como estão. Nós dois, juntos, como viemos ao mundo. — Cersei colocou a mão na coxa do irmão e estava se ajoelhando para dar prazer a ele.
××××

Jaime deu uma nova negativa a Cerion, e três semanas depois chegou outra carta do Rochedo. O rei chamou toda a sua família à sua sala.

— Tywin Lannister está morto. — Cerion disse, peremptoriamente. — Uma doença do fígado o matou.

De fato Tywin estivera com a pele amarelada e aparência abatida no casamento de Cerion…

Jaime pareceu desconfortável e Cersei pareceu triste e surpresa. Johanna logo foi abraçar a mãe, sendo seguida por Myrcella.

Joffrey reprovou aquela demonstração de carinho. — Eu não suporto esse sentimentalismo desnecessário das mulheres! Uau! Um velho morreu! Que surpresa? Quem poderia prever isso?

Horrorizado, Jaime tentou argumentar:  — Joffrey, ele não era um homem comum, era seu avô! — Olhou com olhos mareados para Cersei. — Era nosso pai, é natural se sentir assim.

— Os únicos que deveriam ter o direito de lamentar a morte do pai somos nós! — O loiro apontou para os irmãos. — Nosso pai foi tirado de nós no auge de seus trinta anos, e nem por isso você me viu chorando pelos cantos.

Cerion, gravemente ofendido por tamanha falta de empatia demonstrada pelo irmão, não aguentou e explodiu com o caçula:  — Isso diz mais sobre você do que sobre qualquer outro nessa sala, seu verme! A morte de um ente querido traz um luto inerente à família, só um tolo desmiolado como você diria isso.

— Eu sou o príncipe herdeiro do trono! — Brandiu. — Tenho o direito de expressar meu descontentamento com a mente frágil e inferior de nossa mãe.

Novamente, todos presentes ficaram atônitos com tamanha falta de respeito, e Cerion ao invés de argumentar com o irmão, cerrou o punho e deu-lhe um soco na boca, rachando os lábios carnudos de Joffrey.

— Se não consegue respeitar sua própria mãe, não é bem vindo nessa reunião — O rei apontou para porta e brandiu: SAIA IMEDIATAMENTE!

— Isso não vai ficar assim! Eu juro pelos Sete que irei me vingar friamente de Vossa Majestade, seu reizinho de pantomimeiro.

Finalmente Cersei se revoltou com a ofensa na fala do filho e demonstrou um posicionamento:

— Joffrey, peça desculpas imediatamente para o seu irmão! O que você proferiu é um ato de traição e indicação de regicídio.

Cerion segurou a mão de sua mãe, tentando demonstrar tranquilidade e serenidade:

— Tudo bem mãe, não irei cobrá-lo. Apenas exijo que esse boçal seja retirado da minha presença! — Cerion gesticulou para um dos membros da guarda real presente, que imediatamente escoltou o príncipe para fora. — Agora, minha querida família, precisamos decidir como iremos lidar com o enterro do Lorde Tywin.

Jaime coçou o queixo — É sabido que a cerimônia acontecerá em cerca de duas semanas, para dar tempo de todos os principais convidados chegarem. Se partimos antes da alvorada chegaremos em cima da hora.

Cersei coçou os olhos marejados e entrou na conversa, pondo a mão no ombro do filho: — Eu sei que você se casou recentemente e quer aproveitar o tempo com a sua esposa, mas seu avô foi um dos homens mais importantes que já viveu nos Sete Reinos e merece ter o rei em seu funeral.

— Mas é claro que eu vou! — Disse o rei com convicção. — Meu avô sempre serviu como uma fonte incontestável de inspiração e sabedoria. Tudo o que aprendi sobre governar foi graças a ele e ao meu tio Stannis. Sendo assim, já vou ordenar que as criadas preparem nossas malas.

Enquanto isso, Johanna estava relativamente aflita. Com Kevan sucedendo o irmão, talvez ela fosse obrigada a se mudar definitivamente para o Rochedo. Isso era bom e ruim: iria para um lugar melhor e criaria seus filhos lá, mas em compensação ficaria longe da mãe, do tio e dos irmãos.

Johanna Baratheon, a Filha de Cersei e RobertOnde histórias criam vida. Descubra agora