Johanna Baratheon, a Filha de Cersei e Robert

Capítulo 21

O caminho para o Oeste foi deprimente. Todos na caravana real se entreolhavam sem assunto, o silêncio mórbido acrescentava uma atmosfera fria e austera, de certa forma, honrando o legado de Tywin Lannister. Cersei olhava pela janela, observando as Terras da Campina minguando conforme as montanhas do Oeste cresciam no horizonte. A flora de certo não era tão exuberante, mas as montanhas que a rainha outrora chamara de casa, eram imponentes e eternas, assim como o legado de seu pai seria.

Após uma viagem sem conforto e às pressas, forçando os cavalos a correrem por todo percurso devido ao tempo curto, a família real chegou no Rochedo exausta, a Princesa Johanna e seu marido Willem Lannister haviam permanecido na capital, devido à pouca idade de Jaime e de Tyler. Já o rei Cerion e a rainha Sansa optaram por comparecer ao evento oficial, ao lado da rainha mãe e os príncipes Joffrey, Tommen e a princesa Myrcella, que não havia largado seu livro do momento que entrou na caravana até a chegada no castelo ancestral Lannister e por fim, o Lorde Comandante, Sor Jaime Lannister, supostamente não poderia comparecer ao funeral, mas, o rei insistiu que seu tio tinha o direito de enterrar o próprio pai, e nomeou Sor Mallerick Rowan como Lorde Comandante Provisório, garantindo que seu tio se juntasse a família.

A família real fora recepcionada pelo novo Lorde do Rochedo, Kevan Lannister, que surpreendeu a todos ao estar genuinamente devastado com a morte do irmão, não feliz e saltitante devido a sua herança:

— Meus caros sobrinhos...— Kevan fez uma reverência a rainha mãe e cumprimentou o Lorde Comandante. —Minhas sinceras condolências, seu pai fora um homem tão grandioso, tão excepcional… — Disse, com a voz rouca. — Tywin Lannister trouxera de volta a grandeza do legado Lannister, e nossa família será para sempre a mais poderosa do reino
— Kevan percebeu o sobrinho neto e logo fez uma reverência completa. —Vossa Majestade, é uma honra recebê-lo em minha fortaleza. O Rochedo é seu.

— Obrigado pela recepção, tio. ——Cerion gesticulou para que lorde Kevan se erguesse. — É uma tragédia que só consiga visitar o castelo ancestral de minha família em situações de luto.

Se os deuses permitirem conseguirá visitar o Rochedo em celebrações mais agradáveis, como o torneio que prometo dar em nome aos meus netos, Jaime e Tyler Lannister.

Cersei olhou com um certo desprezo para a situação. Ela ainda não tinha superado por completo não ter sido nomeada herdeira do Rochedo, afinal, até os bárbaros dos Stark e Arryn já seguiram pela linhagem feminina, por que sua Casa não seguia essa tradição? O Rochedo era seu por direito, independente de seu sangue ainda corresse nas veias dos futuros lordes.

— Foi uma viagem tragicamente longa, caro tio. — A Rainha Mãe se recusava a tratá-lo como lorde. —Meus antigos aposentos estão livres para eu me deitar?

— Deuses… Eu tinha previsto que a rainha ficaria hospedada em uma das câmaras de hóspedes, junto de sua majestade real e seus filhos. — Kevan coçou a barba. — Seu antigo quarto agora está sendo utilizado pelo seu prima Janei, e os de Jaime estão sendo preparados para chegada de Willem e Johanna.

A rainha mãe revirou os olhos e bufou. — Certamente gostaria de poder usufruir de meus aposentos antigos, mas como não sou mais filha do lorde do Rochedo, espero que Janei esteja aproveitando assim como o fiz. — Cersei então se lembrou de todas as vezes que ela e Jaime se deitaram naquele quarto. Myrcella era fruto de uma escapada durante o torneio do dia do nome de Tywin. — Criado? — Cersei gesticulou para um funcionário que segurava uma bandeja de queijo e presunto. — Me leve a — A rainha bufou. — Deuses… As câmaras de hóspedes.

Todos foram acomodados em seus devidos aposentos e logo se preparam para o banquete fúnebre. Cersei estava trajada com um vestido preto em veludo com longas mangas e detalhes em ouro. Ela adentrou o grande salão do Rochedo acompanhada por Jaime, e conseguia sentir todos os olhos neles, os observando com pena e condolências. — Como se eu precisasse dessas ovelhas patéticas tendo pena de mim, pensou a rainha mãe." Ela odiava esse tipo de atenção e queria sempre ser vista como imponente, não alguém que precisasse de pena.