Entendo o choro de nossos primos sempre que eu ganho nas cartas, afinal, deve ser difícil perder para uma dama tão inteligente como eu...
— de Agatha Bridgerton para sua prima Penélope, aos 15 anos.1846
Agatha sempre foi descrita como uma garota curiosa, filha de pais curiosos, e ela sempre gostou disso. Sempre gostou da sua curiosidade e mais ainda, sempre gostou de ser comparada aos pais. Era, muitas vezes, insistente como seu pai e teimosa como sua mãe, sabia se sobressair nas discussões e sabia ser uma ótima líder.
Era a mais velha e conseguia agir como tal.
Mas, há algumas semanas, algo a intrigava muito. Na sua aula de álgebra, em algum momento que ela não soube dizer como ocorreu, Jane conseguiu fazer a professora falar sobre sua vida pessoal e aquilo jamais saiu da mente de Aggie. Seus olhos brilhavam enquanto ela falava sobre o amor que sentia pela profissão, mas principalmente, pelo marido e pelos filhos. Amor, em todas as palavras e aparentemente em todos os gestos.
Então pegou um caderno em branco e começou a anotar.
Amor profissional.
Amor maternal.
Amor paterno.
Amor conjugal.Em outro momento, quando estava em Aubrey Hall com toda a família reunida, ela voltou a observar. Seu pai com seus tios, rindo e alegre, brincando como uma criança no evento anual de Pall Mall. – agora com a participação de Jane e alguns de seus primos – Ele estava radiante em poder estar ali, em ter eles ali.
No meio do dia, quando estavam descansando nas espreguiçadeiras e observando os outros primos brincarem, Agatha olhou sua mãe com sua tia Eloise, e percebeu o quanto elas se amavam e ousava dizer que eram almas gêmeas. Depois, olhou para sua avó e em como ela amava suas noras, abraçava sua mãe com tanto afinco e Aggie se pegou sorrindo quando sua tia Kate, sua tia Sophie e sua tia Lucy se juntaram no abraço em meio a gargalhadas.
Então anotou novamente em seu caderno
Amor de irmãos
Amor de almas
Amor de acolhimento.Amor.
Agatha queria presenciar todos esses amores, senti-los e vivenciá-los de todas as maneiras.
...
Adorava ser mais velha em muitos quesitos, não era a mais velha dos primos, mas no momento exercia esse papel. Enquanto as primas já estavam casadas e tinham seus filhos, Aggie brincava com os primos mais novos e se tornava heroína deles muitas das vezes que os salvava de piratas malvados. E ela ria.
Ajudava Belinda agora, sua prima havia tido gêmeos há 3 meses e Agatha não poderia estar mais apaixonada. Estavam em uma confusão, os gêmeos choravam extremamente alto e aparentemente nenhum dos mais velhos estava por perto. Respiraram fundo e se olharam, Agatha se lembrou das anotações de seu pai e deduziu que era um choro de cólica.
Segurava Maria e observava Belinda ninar Ane. Então deitou a neném em seu braço de maneira que esquentasse sua barriguinha, ninando-a levemente, não demorou muito para a neném dormir relaxada.
— Aggie! – Belinda exclamou em um sussurro. — Você é um anjo.
Agatha riu, repousando levemente Maria no berço e a cobrindo com a mantinha, Belinda repetiu o gesto com Ane e se apoiou levemente sob o berço, cantando uma canção de ninar.
— Eu as amo, as amo demais. – acariciou o cabelo das duas. — E espero que me amem na mesma intensidade um dia.
A porta foi aberta levemente e May correu em direção ao colo da mãe, aninhando-se e apreciando as irmãs. E então Agatha entendeu, amor. Os olhos de Belinda brilhavam ao olhar para as filhas, na mesma intensidade que os olhos de sua mãe brilhavam ao olhar para ela, da mesma forma que os olhos de suas tias brilhavam ao olhar para os filhos. Amor.
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family memories, polin.
FanficEram felizes, porque queriam ser felizes. (one shots da família de polin.) *Os personagens a seguir não são de minha autoria, todos pertencem a autora Julia Quinn.