mudanças.

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cena de crise de ansiedade, possível gatilho.

Vovó Violet é exatamente como uma violeta deve ser, deslumbrante. Em um mundo místico ela seria uma fada, mamãe uma sereia e papai um pirata! Isso é incrível, não é Katharine?

— De Jane Bridgerton, para sua prima Katherine, aos 6 anos.

Jane tinha 19 anos e iniciava sua segunda temporada na alta sociedade londrina. Recebeu três propostas na temporada passada e recusou todas, não houve encantamento e ela descartava um casamento sem amor. Gostava de romances, era fascinada por livros de fantasia e amava mais ainda os romances aventureiros que seus pais escreviam. Jane era o sinônimo da palavra romance.

Seus dois irmãos mais velhos, Agatha e Thomas, já estavam casados, morava com seus pais e seu irmão mais novo, George, apesar das visitas dos seus irmãos todos os dias para colocar o papo em dia – matar a saudade de casa e voltarem a ser crianças.

Mais tarde, naquele dia, teriam o baile de máscaras na casa de sua tia Hyacinth, que há semanas estava deixando todos os Bridgertons de cabelo em pé obrigando eles a irem para o baile. Jane animou-se, além de tudo era um baile à fantasia e ela tinha inúmeras ideias.

Ideias, mas nenhuma empolgação.

Decidiu naquele dia visitar sua avó, Violet, e se tivesse tempo também visitaria sua avó Portia. Ambas moravam perto e isso facilitava o processo e agilizava a caminhada, andava tranquila pelas ruas, alegou não precisar de dama de companhia já que voltaria rapidamente e apenas iria à casa das avós. Seus pais concordaram, então ela saiu saltitante.

O Número Cinco nunca passava por mudanças radicais, mas toda vez que Jane atravessava a porta, um quadro novo se fazia presente e dessa vez era um quadro enorme com todos os netos perfeitamente alinhados e sorridentes. – Eram muitos. – Sorriu, indo até a sala de chá onde sabia que encontraria sua avó e deu leves batidinhas na madeira, atraindo a atenção dela.

— Jane, querida! – sorriu, fazendo Jane alargar o sorriso. — Venha cá, estou com saudades!

— Vovó, eu a vi segunda-feira! – riu surpresa, aninhando-se no abraço da avó. — E hoje ainda é quarta.

— Ainda sim, é muito. – Violet acariciou seus cabelos. — O que veio fazer aqui?

Então, ignorando todas as regras de etiqueta que sua mãe obrigou ela a aprender, Jane largou-se no sofá e olhou para a avó com um olhar cansado.

— Fugindo, eu acho, me escondendo seria a palavra correta. – suspirou, percebendo o olhar confuso da avó sob ela. — George está me enlouquecendo, meus pais parecem estar em uma eterna lua de mel e apesar de amar muito Aggie e Thomas, eles me cansam.

Amava seus irmãos, amava mesmo, mas depois que casaram pareciam mais chatos, não tinham tantas conversas legais e tudo parecia monótono. Eles conversam sobre casamento enquanto ela estava largada na poltrona lendo um livro ou costurando um bordado. Não era a mesma coisa, ela sentia saudades de como tudo era antes deles se mudarem, antes deles mudarem.

— É só que... – mordeu o lábio, ignorando as lágrimas. — Estou cansada dessa sensação.

— Que sensação, Jane? – sua avó deu um meio sorriso, com um olhar reconfortante.

— De estar faltando algo. – sussurrou, limpando as lágrimas que insistiam em cair.

— Ah querida. – sua vó acariciou sua mão. — Isso é normal, essa sensação nunca irá embora, mas você se acostuma com ela. Eu mesma, me acostumei.

family memories, polin. Where stories live. Discover now